She trusted you

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Uma pessoa inteira não merece uma pela metade.

Point of View Justin Bieber - Dias depois

Eu me sentia voltando de um pause de um filme, ao me lembrar dos acontecimentos da noite passada.

Eu não me sentia bem... Eu havia conseguido tudo o que eu queria, eu destruí tudo que a sustentava. Então porque diabos eu não me sentia da forma que achei que ficaria?

Eu estou me sentindo vazio, como se a saída de Charlotte por aquela porta significasse mais do que realmente deveria ter significado.

E que caralhos foi aquele ''Obrigado?'', obrigado pelo quê? Eu a destruí, eu a humilhei. Quem agradeceria por uma coisa dessas? Só serviu pra confundir mais as coisas na minha cabeça.

Ficar tanto tempo nesse lugar vai acabar me deixando louco de verdade.

Os dias passaram se arrastando, Charlotte havia dado um jeito de sumir de minha vista, não havia a visto desde o dia da briga. Ela não teria feito o que eu disse, teria? E se tivesse, por que eu tô me importando, caralho? Que inferno!

Um sentimento estranho se apossou de mim. Saudades, talvez? Não, isso é impossível, eu nem mesmo sei como é sentir falta de alguém. Mas provavelmente era algo parecido com isso que eu estava sentindo.

- Maria, o que aconteceu com a Char? - perguntei para a mulher baixinha e redonda, que varria o chão do refeitório, apressada. Ela me encarou por um momento, e voltou aos seus afazeres sem me responder. - Eu só quero saber se ela está bem. - disse baixo.

- Você é impossível, rapaz. - ela deu uma risadinha e se escorou no balcão. - você é patético.

- Como é? - perguntei a encarando. Essa mulher tá me testando?

- Você é patético! - ela disse sílaba por sílaba, como se eu fosse um retardado mental. - Você diz pra uma suicida se matar? Qual o seu problema, garoto? - falou um pouco mais alto. - Porque  afastou a única pessoa que se importou contigo de verdade? Ela confiou em você! - deu-me um empurrão fazendo-me ir com força para trás. - Ela confiou em você! Ela acreditou em você. Mesmo quando eu disse que você era ruim pra ela e pra qualquer um que se aproximasse de você. Mesmo com todas as provas na cara dela de que você é um lixo, que sente prazer no sofrimento dos outros, ela confiou em você, ela acreditou que no fundo você era uma pessoa boa, que pudesse ter consideração e respeito por alguém. Porque insiste em provar que ela estava errada? Ela confiou em você ao ponto de entregar a vida dela em suas mãos sem medo, sem medo. Ela só queria estar com você! Ser bom pra ela era o mínimo. - ela estava com as bochechas vermelhas de raiva, e ao contrário do que eu imaginei, eu não sentia o mesmo, pelo contrário, suas palavras eram como socos em minha face, mas nada disso me atingia. O que me atingia era a minha consciência. O que me atingia era o fato de pela primeira vez estar sentindo algo além de ódio e raiva, eu estava sentindo uma coisa boa pela primeira vez, e como sempre estraguei tudo. - Nunca mais se aproxime dela! - a mulher baixinha e redonda apontou o dedo em meu rosto em forma de aviso, e me deu as costas, andando para algum lugar que eu não me dei ao trabalho de prestar atenção.

O que está acontecendo comigo? O que esse vazio significa? 

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