ANGÚSTIA

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Quando olho em seus olhos vejo o retrato da morte,

Grutas, troncos e penhascos;

Vejo toda uma paixão funesta.

Vejo nas grutas, o que há de mais sombrio em sua mente.

Nos troncos a clemência, nos penhascos o lume dos olhos.

Quando toco em suas mãos enruga-se todo o meu corpo;

Meu cabelo alveja; sinto algo querendo atar-me!

Quando toco em sua pele, sinto algo repugnante,

Algo querendo cravar em meu corpo a lança do espírito maldito,

Algo querendo matar minha carne.

Quando você me toca, sinto um ungido de dor,

A voz da aflição ressonando no ar; sinto a morte tomando meu corpo.

Ainda hoje, sua pele descarnada, descorada,

Sua cara lazarenta me traz o desespero.

Hoje, sei que dormia com um rosto mascarado,

Que enternecia sua feiura, que escondia sua mente ufana.

Hoje, ao pensar em você sinto-me regaçado,

Meu cadáver, minhas tripas enrugam-se.

Ao pensar em você, sempre tento encontrar alguma ternura,

Algo que represente a felicidade e o amor;

O que encontro é somente dor e desespero,

Sentimentos que ajudam a ceifar seus caminhos agourentos... 

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Obra dedicada a uma "pessoa" mascarada! Aberração! Talvez esta palavra descreva plenamente o que ela representa. Criatura que cria na alma algo abstruso, traz agonia. 

REVELAÇÕES: NADA SERÁ COMO ANTES...Onde histórias criam vida. Descubra agora