Parte 20 - Gosto que tentemos ser amigos -

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Paris França
Lizie:

Quando entro no carro, toda a carga emocional me vence, e as temidas lágrimas finalmente aparecem. Queria ser forte e cumprir a promessa que fiz a mim mesma anos atrás, não derramar uma lágrima por Brian Wright, no entanto, o esgotamento psicológico têm se tornado físico, e a melhor forma de liberar está angústia no momento são às lágrimas.
Eu não tinha notado o tempo passar até Logan abrir a porta do carro para que eu possa descer já no estacionamento do hotel.

- Posso fazer algo por você, senhorita Walker? - Diz Logan, posso notar a preocupação em sua voz.

- Tem um lenço? - Pergunto, quando saio do carro..

- Sim, claro - Diz Logan, enquanto pega o lenço em seu bolso.

- Obrigada - Digo, e tento limpar o meu rosto da melhor forma possível. - Eu sei que não é sua função, mas poderia cuidar para que ninguém me pertube está noite ? - Digo, quando começamos a andar rumo ao elevador.

- Tudo bem, cuidarei disso - Diz Logan quando entramos no elevador.

°°°

Daniel:

Eu tinha indo ao quarto da Lizie para poder me desculpar. Não tinha conseguindo falar com ela depois dela dizer que poderia me amar, na verdade eu nem havia tentando.
Após bater algumas vezes em sua porta, e esperar por cerca de dois minutos, desisto de esperar por um resposta, eu entendo que ela não queira falar comigo. Quando estou indo rumo ao elevador, o mesmo se abre e meus olhos vão diretamente de encontro a olhos castanhos, mesmo olhos que estão vermelhos, olhos que habitam em um rosto inchado. Vê-la daquela forma me fez sentir um merda, mais merda que o habitual.

- Lizie, eu sinto muito, de verdade não queria te magoar, não desta forma, droga, eu sinto muito - Digo, de forma embolada.

- Tudo bem, não foi você de qualquer forma - Ela diz, seu tom de voz mostrando uma fragilidade que eu nunca tinha visto nela.

- Não está tudo bem, olha como você está - Digo, fitando seu rosto.

- Como já disse, não foi você de qualquer forma, se não se importa eu realmente preciso descansar - Ela diz, passa por mim rumo ao seu quarto.

- O que aconteceu ? - Pergunto a seguindo de perto.

- Nada de importante - Diz dando de ombros, enquanto pega a chave em sua pequena bolsa.

- Você não estaria assim por nada - Digo, a necessidade de saber o que se passou com ela é desmasiada.

- Eu disse que não é nada de importante de qualquer forma - Ela diz rude.

- Você pode contar comigo Lizie, eu sei que temos nossos problemas, mas acima de tudo somos amigos - Digo, sem me importa em parecer desesperado.

- Não podemos ser amigos - Ela diz, apoiando sua cabeça contra a porta, após desistir de lutar contra a fechadura.

- Podemos tentar - Sussurro.

Puxo ela contra mim e a abraço, como se este contato pudesse fazer com que o sofrimento dela desaparecesse.

- Você sabe que não - Ela diz com a cabeça contra meu tronco.

- Eu sei - Sussurro. Abro a porta do quarto dela, e entro com ela do meu lado.

- Quer falar sobre o que houve? - Pergunto, enquanto a observo se servir com um dose de whisky. Sento em uma poltrona e espero por alguns instantes.

- O Brian está na cidade - Ela diz dando de ombros, vira e se apoia contra a mesinha em que o whisky está.

- Quem é Brian? - Pergunto.

- Meu ex - Ela diz dando de ombros novamente. Fico tenso. - Um babaca de qualquer forma

- O que aconteceu entre vocês? - Pergunto.

- É uma longa história - Ela diz olhando o copo em sua mão.

- Tenho tempo - Digo.

- Bom - Ela diz terminando a sua bebida em um gole. - Eu conheci ele quando era bem jovem, dezesseis anos, eu achei estar apaixonada e mais esse monte de merda adolescente, o problema foi quando decidimos morar juntos, ele não era quem eu pensava, isso juntamente com meu grau de estupidez, acabou em coração partido e anos jogados fora.

Penso em dizer algo quando ela faz uma pausa, mas sou interrompido antes mesmo de começar pelo som amargo que sua voz emite.

- Mas sabe ele não tinha o direito de fazer o que fez, não mesmo, eu sou uma mulher não um objeto descartável, ele não tinha o direito de me diminuir apenas para inflar seu ego, não tinha o direito de toda aquela agressão - Enquanto ela diz, lágrimas descem dos seus olhos, e eu faço uma promessa, quando eu ver esse tal de Brian, irei quebrar sua cara.

- E pior, eu o deixei achando que viria atrás de mim, achei que eu era importante, mesmo após pegar ele na cama com outra, mesmo após aguentar tanta merda, tanta humilhação eu ainda queria que aquele desgraçado viesse atrás de mim - Ela diz. Eu entendo perfeitamente o que é querer alguém, mesmo que está pessoa tenha te ferido. - Até ele ir para a Suíça com aquela mulher, foi então que eu finalmente aceitei que ele não me procuraria - Ela me olha com um sorriso triste. E há parte em me cérebro, que se atenta as semelhanças do nosso passado é totalmente ignorada. Levanto, vou até ela e a abraço, eu poderia fazer um belo discurso de como o cara não presta, ou de como ele nunca mereceu a Lizie, mas aposto que ela já ouviu isto centenas de vezes, e pela forma como ela é naturalmente, eu sei, simplesmente sei que ela sabe que ele nunca a mereceu.

Eu não queria ser egoísta, mas sou, e o ciúme que sinto, faz com que eu a aperte mais em meus braços, a dúvida se ela ainda o quer, apesar de toda a merda que ela provavelmente passou. Ela disse que seguiu em frente, e eu luto para acreditar nela, não que isto mude algo para nós, mas eu sei que ela seria capaz de entender toda a minha relutância, caso eu tentasse explicar, e eu deveria fazer isso, mas não hoje.

- Talvez seja estúpido, mas dizem que as coisas melhoram quando você desabafa - Digo, enquanto faço carinho em seu cabelo. - Você está melhor?

- Sim, estou - Ela diz, se afasta e limpa seu rosto.

- Eu não sei o que fazer agora - Digo sem jeito.

- Eu só preciso de um bom banho e uma noite de sono - Ela diz.

- Eu vou - Digo, sem entender o porque desta situação parecer embaraçosa.

- Ok, tchau então - Ela diz e me olha.

- Tchau, fique bem - Digo. Vou rumo a porta quando ela acena positivamente com a cabeça.

- Daniel? - Ela me chama, quando estou preste a sair do seu quarto.

- Sim? - Me viro já com a porta aberta.

- Eu gosto que tentemos ser amigos - Ela diz me fitando com aqueles olhos castanhos.

- Eu também Walker - Digo fechando a porta.











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