Lauren escorregou o dedo para dentro da vagina de Camila e com o polegar ficou massageando o clitóris, a fez levantar uma perna e colocar em cima da cama para poder se apoiar melhor. Apertava o bico do seio e mordia o pescoço dela. Camila começou a rebolar sensualmente, deixando Lauren ainda mais excitada. Gemia baixinho e segurava os cabelos de Lauren.
- Goza pra mim... - a morena sussurrou em seu ouvido. Camila sentia um prazer tão intenso que gemia abafado, não demorou muito para seu corpo todo estremecer. Suas pernas estavam moles, mas Lauren a segurou. - Não vou deixar você cair. Senta aqui. - falou carinhosamente. Camila sentou na beirada da cama e Lauren fez questão de vesti-la. Primeiro a calcinha, depois o vestido, ao contrário do que pensou antes, Camila não se sentiu envergonhada. A morena tirou as sandálias da caixa e falou se justificando. - As sandálias combinavam com o vestido, por isso comprei. - falou olhando com rabo de olho, esperando uma reação da pianista. - Você não tem jeito. Vem aqui. - Camila puxou Lauren fazendo-a ficar de joelhos entre as pernas dela. - Não precisa me agradar com presentes. O que eu quero de você lhe sai de graça. Me agrade com beijos, carinhos, atenção e sorrisos...é isso que quero. Entendeu? - Entendi. - Lauren disse sorrindo e depois calçando as sandálias nela. Clara estava entrando no quarto e viu a cena. Viu Camila beijando Lauren delicadamente. - Agora seu banho meu bem. Lauren correu para tomar um banho rápido. Neste instante Clara bateu na porta já dentro do quarto. - Hoje você tem show não é? - Sim e você vai né? - Quero ir, mas acho que estou atrasada, você está se arrumando já. - Podemos esperar, não tem problema. - Não, eu vou depois então. Avise a Lauren. - Eu posso ir com Drew e Tyler, eles estão na sala lá embaixo. Depois você vai com Lauren. - Ah eles estão na sala? Vou até lá dar um oi, aí tomo banho com calma e pego um táxi. Podem ficar tranquilas. Clara foi falar com os garotos e saiu. Pouco depois Lauren apareceu enrolada na toalha. - Vou me vestir rápido. Jogou a toalha na cama e foi para o closet. Camila levantou e foi atrás dela curiosa. Lauren estava de costas procurando uma roupa, completamente nua. Seu corpo era escultural, as costas eram musculosas, braços torneados. Lauren girou a cabeça e a viu observando. - Hei que foi? - Estou admirando uma obra de arte. - Boba. - se virou e pegou uma calcinha. Camila se aproximou e a abraçou por trás encostando seus lábios nas costas dela, aspirou o perfume. - Cheirosa. - Passou a unha levemente pelas costas dela. - Macia. - Deu uma mordida nas costas dela. - E gostosa. - Linda, vamos nos atrasar. - a voz de Lauren quase não saiu. - Não to nem aí. A morena se virou, ficando de frente para Camila. - Calminha aí baixinha. Deixa eu vestir minha roupa e vamos embora, senão a banda se atrasa. Prometo compensar você depois. Certo? - Não! Eu não sou baixinha! - Camila estava com um bico enorme. Lauren soltou uma gargalhada. - Ta bom minha linda. Você é estatura baixa. - beijou a mais nova. - Agora deixa eu me vestir. Camila cedeu e saiu para acabar de se arrumar, passou uma leve maquiagem, fazia tempo que não se maquiava, achou que Lauren gostaria. Se perfumou e aguardou. A morena saiu do closet já toda arrumada. - Que linda! - as duas falaram ao mesmo tempo. Camila usava o vestido que ganhara, sandálias pretas de salto e uma maquiagem que realçava somente os olhos, os cabelos estavam soltos. Lauren colocou uma calça jeans justa e escura e uma blusa branca mais folgada sem manga e com detalhes no decote, estava de salto e cabelos soltos também. - Está uma gata, do palco vou ter que tomar conta de você. - Camila brincou. - Vamos? - Vamos. Na sala, Clara estava de papo com os meninos. - E aí tia, como foi o sábado? Camila ficou aqui? - Sim, fomos até a casa dela para que pegasse umas roupas, depois fomos ao shopping, almoçamos lá e voltamos. - E Lauren? - Estou admirada com o tratamento que ela dá a Camila. Comprou presente pra ela hoje, fomos até aquela loja de chocolate e ela gastou um horror lá só agradando a garota. - Quem te viu quem te vê. - Tyler falou espantado. - E Camila? - Drew perguntou. - Ela é um anjo. Não reclama de nada, não pede nada, está sempre satisfeita com as coisas. Parece que caiu do céu. Fico pensando nas coisas que Deus faz, Lauren sempre teve uma vida amorosa muito desregrada, fútil e com péssimas influências. Essa garota veio pra tirar minha filha desse caminho. - E será que Lauren gosta dela? - Querido, eu vi minha filha calçando sandálias em Camila. - O que? - Tyler estava de boca aberta. - Ela não percebeu ainda, mas se ajoelha aos pés de Camila, literalmente. É apenas um gesto, eu sei, mas é algo que ela nunca fez. Está amável, delicada e tem necessidade de agradar Camila. Não é como das outras vezes que ela dava presentes para impressionar. Agora ela faz isso para ver a menina feliz. - To besta! - disse Drew. - Eu estou feliz. Gosto de Camila, parece uma menina boa, de família, espero sinceramente que Lauren não estrague tudo. Espero com sentimento de mãe. As duas desceram abraçadas e brincando uma com a outra. - Sua mãe disse que vai depois de táxi, disse que quer se arrumar com calma. - Ué, por quê? - Não sei, vê com ela aí. - Mãe, a senhora não vai agora? - Não, vou tomar um banho e depois pego um táxi, senão atraso vocês. Eu perdi a hora dormindo. - Quer que eu venha te buscar? - Não precisa, eu me ajeito, tem táxi logo aqui embaixo. - Bom, estamos prontas. - Camila, eu vim te buscar, mas nem precisa. Lauren está de carro, Tyler também. - Então, porque não espera sua mãe, lá ainda vamos passar o som. Quando vocês chegarem provavelmente nem teremos começado. - Camila se virou para Lauren e falou toda carinhosa. - Hum, vai sem mim? - Vou morrendo de saudade. - A pianista falou baixinho. - Ai, ai, será que dá pra desgrudar? - Tyler implicou. - Tá bom, vamos, senão atrasa tudo lá. Despediram-se e Lauren que estava pronta ficou na sala esperando a mãe tomar banho. Foi para a varanda e ficou pensando e olhando a paisagem. Lembrou de uma coisa que queria fazer, não sabia se era certo, mas a curiosidade falou mais alto. Por ser promotora e saber que muitos a viam como vilã no tribunal, às vezes recebia ligações estranhas, então decidiu colocar um gravador para registrar as conversas nos seus telefones para se precaver. Resolveu ouvir a conversa de Camila com a mãe, porque ficou desconfiada de alguns trechos. - Oi mãe! Bom dia! - Bom dia filha. Tudo bem? - Aqui está tudo bem e aí? - Aqui também. Hoje seu pai ta aqui, mas está lá fora conversando com o vizinho novo. - Manda um abraço pra ele. Liguei só pra dizer que está tudo bem. - Encontrei com os pais de Normani na igreja, ela está bem? Tem dado pouca notícia. - Está sim, ela é meio esquisita mesmo, sabe como é né, muito desligada. - É, diga a ela que a mãe dela também gostaria que ela ligasse. - riu. - Vou falar. - E os estudos? Ah, como foi o recital? - Ta indo tudo bem. Ah sim, foi ontem e foi muito bom. Depois eu conto tudo com detalhes para a senhora. Não posso demorar no telefone. Não estou ligando de orelhão, estou na casa de uma amiga. - Tudo bem, então fique com Deus e boa semana. - Obrigada. Bença mãe. - Deus te abençoe. Quando a gravação terminou Clara estava ao pé da escada olhando para a filha. - Já achou chifre em cabeça de cavalo? - Mãe! Que susto! Não, eu só fiquei curiosa. - Sabia que ia fazer isso. - Eu sou uma advogada, não esqueça, gosto de saber de tudo. - Neste caso está bisbilhotando. Se ela souber que você fez isso vai ficar chateada. - Eu sei. Foi bobeira minha. - Lauren, me diga uma coisa. O que sente por ela? A morena respirou fundo e falou: - Quando estou com Camila me sinto tranquila, como se ela controlasse a minha ansiedade. Ela tem o poder de me acalmar. Não quero mais nada quando estou ao lado dela. - Isso é amizade. - Não mãe, também não vou dar detalhes de outras coisas. Sinto atração por ela sim, desejo, mas não é só carnal. - Já sentiu isso antes? - Só aquela vez. Lauren se referia a um namoro que teve com uma garota da faculdade, era de família tradicional e tinha dinheiro. Na época Lauren ainda vivia com dificuldade. Namoraram por muitos anos e no fim do curso a garota a largou para ficar com um cara rico, pois era do mesmo nível social. O episódio havia deixado Lauren arrasada e nunca mais se prendeu a relacionamento nenhum. E as palavras ditas pela garota nunca saíram da cabeça dela. Sempre que conquistava alguma coisa, se lembrava de tudo: "Não podemos ter um relacionamento a vida toda. Olha só pra você e olhe pra mim, não somos da mesma classe social e isso com certeza vai me prejudicar." Na época, Clara só soube desse namoro depois que Lauren contou sobre sua opção sexual. - Filha, espero que dê certo. Vejo você vagando por relacionamentos tão vazios, estava falando isso agora há pouco com os meninos e eles também torcem por você. - Tyler não crê em mim. - Os dois têm medo de você magoar Camila. - Não vou fazer isso. - Estou confiando em você. - olhou com seriedade. - E você gostou dela hein mãe. Clara sorriu. - Ela é uma boa menina e como falei para os garotos, me parece que ela só quer você e não o que você tem. As duas saíram e foram para o bar, chegando lá Normani tinha deixado lugares reservados para elas e o show já tinha começado. - Camila me disse que se eu não guardasse uma cadeira para vocês, ela me jogava o teclado na cabeça. O que fizeram com minha amiga? Ela está linda! - Demos um trato nela. - Clara brincou. - Eu adorei! Podem continuar, ela ta precisando. Não que seja feia, mas ela não se dá valor. Essa roupa lhe fez jus ao corpo que tem. - Normani sorriu. Lauren ficou satisfeita, assistiu ao show sem piscar os olhos. Camila estava realmente linda e até recebeu elogios do público. Em dado momento alguém mandou servir uma bebida para ela, o garçom levou e entregou um bilhete. Ela o leu sem deixar de tocar. Fez uma cara com um misto de riso com vergonha. Depois entre uma música e outra pediu a Drew que falasse ao microfone que ela não bebia. - Gente, gostaria de informar que as bebidas podem direcionar a mim, Wesley e Liam, pois a nossa queridíssima tecladista não bebe em serviço e nem marca encontros após o show. E ela não está aberta a negociação. Camila achou graça. Wesley contou na baqueta e recomeçaram a tocar. Pouco depois entregaram outra bebida e outro bilhete, ela entregou a Drew e o mesmo falou novamente. - Não adianta insistir galera. Lauren fazia uma cara enfezada, mas sorria quando Camila piscava o olho pra ela. Quando o show terminou eles avisaram sobre a reforma no local e que voltariam em breve. Normani levantou para ir cumprimentá-los. - Amiga, você ta linda! Avisei para Lauren continuar te empurrando pro caminho da luz. - brincou. - Essa roupa ta maravilhosa. - Que é isso Normani, é só um vestido. - E lindo! Como está passando lá naquele apê? Melhor que eu claro! - Ta tudo bem, elas são simpáticas. Volto amanhã ta? Veja se sossega o facho. Teve um final de semana inteiro pra namorar. - Falou fazendo aspas com os dedos. - Onde você esteve hoje de manhã que eu fui lá e não te achei? - Eu saí com Liam, fomos no jardim botânico, tem que ver que lindo é lá. - Que legal, depois quero conhecer. - Você foi lá pra que? - Pra pegar umas roupas, não imaginava dormir fora o final de semana. - Está te fazendo muito bem, até sua pele melhorou. - Normani jogara a indireta da noite, mas Camila fingiu não entender. - Vem, vamos sentar. Ficaram de papo até a madrugada. Estavam animados, falando sobre música, shows. Normani contava histórias da cidade dela e de Camila e os casos sobre as apresentações que já tinham feito juntas. Todos achavam graça dela. - Uma vez tocamos em um aniversário e tinha um maluco que, pra agradar, jogou balas em nós. Só que doeu né. Imagina uma bala de coco voando a cinco metros de distância. Camila quase ficou cega, o cara acertou uma na cara dela. - Nossa, foi mesmo. Minha vontade era de jogar o teclado em cima dele. - disse revirando os olhos. Lauren escutava a tudo em silêncio, mas não estava entediada, apenas observava. Algumas vezes Camila acariciava sua perna por baixo da mesa e ela lhe olhava e sorria. Normani fingia não perceber, mas estava atenta. Apesar de ser desligada, conhecia muito bem Camila para dizer que ela estava diferente. Quando resolveram ir embora combinaram que Tyler levaria a banda, mais Normani. - Juízo hein! - Camila advertiu. - Eu tenho juízo. - Então use! Falei com minha mãe ontem e ela disse que encontrou com a sua e você não dá notícias há dias. Quer matar seu pai do coração? - Ah, eu me esqueci. - Pois é, ponha essa cabecinha pra funcionar. Ligue então. - Vou ligar. - Fique bem viu. - Você também. Despediram e todos voltaram para a casa. No caminho Clara fez uma observação. - Sua amiga Normani é muito engraçada. - Ela é. Não tem quem fique sério perto dela. - Ela sabe de vocês duas. - Que? - Camila arregalou os olhos. - Sabe sim, só não tem certeza. Fique atenta a ela, só para não se surpreender depois. Se ela é mesmo sua amiga, não vai criar problema. Camila ficou apreensiva, mas Clara estava certa. Normani não iria repudiá-la por isso, eram amigas. Chegando ao apartamento Clara deu boa noite e foi dormir. Já no quarto, Lauren arrumava a cama e Camila pegava as cobertas e travesseiros. - Vocês estava séria hoje. Aconteceu alguma coisa? - Não, estava apenas observando. - O que? - Você, os meninos, sua amiga Normani... - Hum... e viu alguma coisa que te desagradou? - Camila se aproximou querendo abraçá-la. - Só aqueles bilhetinhos sem-vergonha que você recebeu. - disse um tanto brava. A mais nova riu. - Ô meu amor, nem liguei. Joguei tudo fora, você viu. - E o que estava escrito? - Lauren se virou para ela para abraçá-la e levantou a sobrancelha. - Um falava em sair depois do show. Drew disse que não. E o outro era se não podia negociar. Aí você ouviu a resposta. - Você não é negociável mais. - apertou Camila contra ela, segurando pela cintura. - Não sou. Estou fechada para balanço. - Você agora tem dona. - Tenho? - Camila perguntou surpresa. - Tem. - ainda estava séria. - E essa minha dona é muito exigente? - Disse colocando as mãos no ombro de Lauren. - Bastante. E ela está querendo umas coisinhas neste momento. - Posso negociar também... - Ah, comigo você negocia? - Claro. Tem que haver uma relação de custo e benefício. - Hum... - Lauren levantou novamente a sobrancelha. - O que você quer? Camila mexeu nos cabelos dela os colocando atrás da orelha. - Primeiro, que me chame de amor novamente. Gostei disso... - Que coisa fácil. Achei que queria algo mais complicado. Chamar você de amor não é esforço nenhum. - Então fala... - Amor. Meu amor... - Camila sorriu. Lauren parecia ter necessidade de ouvir aquela palavra, não de qualquer um, mas de alguém que realmente gostasse e valesse à pena. Fazia tempo que não ouvia. - E o que mais meu amor quer? - Camila a beijou delicadamente. - Hum? - mordeu o queixo. - Quero fazer amor com você. - Falou no ouvido da pianista. Ficaram se olhando, como que hipnotizadas até que seus lábios se aproximaram e o beijo veio cheio de paixão. Lauren puxou Camila para seu colo, fazendo suas pernas cruzarem em sua cintura. Sentou na beirada da cama e foi tirando o vestido dela a deixando só de calcinha. - Você é linda. - disse em seu ouvido e a puxando para um beijo. Camila tirou a blusa dela e desabotoou o sutiã, passou levemente a mão em um seio e sentiu que a morena se arrepiou, passou novamente a mão agora apertando o bico e a morena gemeu. Beijou aquela boca como se fosse a primeira vez, tentando mostrar a Lauren tudo que sentia por ela e que agora estava totalmente entregue àquele sentimento. - Vem aqui, que eu não me aguento de tanta vontade de você. - a voz de Lauren saiu quase que suplicando. Puxou Camila para o meio da cama e arrancou sua calcinha jogando-a longe, tirou o resto de sua roupa e deitou por cima dela, fez abrir as pernas e se encaixou entre elas, sentindo seus sexos molhados. Colocou os braços de Camila para cima e mordeu as laterais até chegar ao pescoço e sugar com vontade arrancando um gemido da mais nova. Começaram um rebolado gostoso, encaixando-se perfeitamente, os corpos pareciam feitos um para o outro. Camila gemia baixinho e agudo, deixando Lauren enlouquecida de prazer. Aumentaram os movimentos até que seus corpos sacudiram juntos gozando ao mesmo tempo, mas a morena não parou, pegou a mão de Camila e levou em seu sexo, fazendo o mesmo na pianista. - Mais rápido, por favor, amor... ahh... mais... rápido... ahh. - Camila pedia, ao mesmo tempo em que também acelerava seus movimentos. - Geme pra mim... ahh... isso... ahh... Os gemidos ficaram mais altos e os movimentos eram rápidos e mais uma vez o gozo chegou. Lauren abraçou Camila tão apertado como se quisesse que ela entrasse em seu corpo. Olhava para a imagem dela, a franja meio bagunçada, o peito arfante, bochechas vermelhas e os olhos semicerrados. A boca entreaberta pedindo pra ser beijada e foi o que fez. Mordeu o lábio inferior e passou a língua depois. - Delícia! Camila aconchegou a morena em seu colo e ficaram assim por um tempo, descansando. - Com você as coisas são tão diferentes que eu custo a acreditar. - Lauren falou baixinho, sentindo os carinhos de Camila em seus cabelos. - Eu sempre acreditei que Deus mandasse somente as pessoas certas para nossa vida. Mas quando você apareceu eu demorei a entender que era um presente dele, pois pra mim, você era algo intocável. - Camila virou de repente ficando por cima de Lauren. - Agora vejo que nada acontece por acaso e que vir para o Rio foi a decisão mais certa que tomei. - beijou-lhe os lábios. - Você não vinha pra cá? - Eu não sabia se vinha, porque meus pais não tinham condições de me ajudar por muito tempo. Eu vim sabendo que poderia voltar para casa a qualquer momento. Aliás, posso voltar. O fato de ter conhecido os meninos e tocar com eles, não é garantia de nada. Shows podem ter e não ter, cachê também. - E se voltar vai fazer o que em São Paulo? - Não sei, estudar outra coisa por lá, não sei ao certo. - Não! Você não vai voltar. - Lauren a abraçou e depois falou olhando em seus olhos. - Quero que você saiba de uma coisa... Se precisar de ajuda me fale, por favor, não quero que volte porque é seu sonho estudar música e não quero ficar longe de você. - Lauren, não posso e não quero depender de ninguém, muito menos de você. Nos conhecemos há pouco tempo e você também não tem obrigação nenhuma comigo. - Eu sei, mas eu gostaria de ajudar se você precisasse. - Mas... - Querida, me escute... Quando eu comecei meus estudos passei muita dificuldade aqui no Rio com mamãe. Sinto por não ter tido apoio de ninguém, ver a sua situação me lembrou como era difícil também na minha época. Me deixa te ajudar e é só se você precisar. É como se eu retribuísse a Deus tudo que ele me deu de bom. Camila ficou comovida com aquelas palavras, mas receber ajuda de Lauren era demais, não poderia aceitar, até mesmo porque nem sabia para que direção aquele relacionamento iria. - Aceita? - Lauren falou beijando a mão da pianista. - Tudo bem, mas só se eu tiver muito enrolada mesmo. Admito que sou orgulhosa e não gosto de depender de ninguém. - Eu sei, mas promete me falar? - Prometo. - Então ta bom. - Lauren sorriu e a beijou. Camila olhou para um lado, olhou para outro. - Amor... - Oi. - Estou com vontade de comer alguma coisa doce. - Camila estava olhando para a caixa de chocolates que estava no criado ao lado da cama. - Posso pegar um chocolate daqueles? - Claro, comprei pra você, nem precisava pedir. Camila se esticou um pouco para pegar a caixa, Lauren aproveitou para mordê-la. - Ai. - Gostosa! Por isso que eu mordo. Camila pegou uma garrafinha feita com chocolate e licor por dentro. Mordeu um pedaço e deu um beijo em Lauren, passando o chocolate para a boca dela. - Hum... delícia... - Lauren passava a língua nos lábios de Camila. - Você não viu nada. - Camila empurrou para que a morena se deitasse e a segurou, não deixando se levantar. Pegou a garrafa e entornou um pouco do licor na boca dela e depois lambeu sensualmente. Lauren ficou maluca, aquilo era algo inédito para ela. - Ah, mas você quer que eu fique doida não é? Camila continuou derramando licor pelo corpo da morena. Passou entre os seios e lambeu, depois num dos seios e chupou com vontade arrancando gemidos de prazer da outra. Desceu pela barriga e foi derramando o líquido e lambendo, até que chegou ao sexo dela. Jogou o líquido no ventre e deixou escorrer até os pelos. Sorveu tudo que podia, entornou mais um pouco e lambeu passando a língua com vontade, chupando o clitóris da morena. Lauren estava em êxtase, segurava os cabelos de Camila e os acariciava. - Mais... por favor... amor.... Camila chupava com delicadeza e avidez, sentia as pernas da morena estremecerem numa antecipação do gozo. Agarrou a cintura dela e a apertou contra sua boca para aumentar o contato. Quando viu que ela iria gozar introduziu dois dedos em sua abertura dando estocadas fortes. Fez a morena arfar e gritar de prazer. Depois de sentir que ela relaxara deu um beijo leve entre as pernas dela e foi subindo salpicando beijinhos pelo seu corpo. Lauren estava totalmente entregue, seu corpo estava esgotado. Camila beijou seu rosto com carinho e deitou por cima dela, encostando a cabeça em seu peito. Então Lauren a abraçou. Ficou pensando no que estava sentindo naquele momento. Um sentimento que não sabia o que era fazia muito tempo. - Amor... - Camila a chamou. - Oi. - Hoje, você é a melhor parte da minha vida. - Beijou o colo dela e fechou os olhos. Lauren se emocionou. Ficou alisando os cabelos de Camila até que conseguiu dormir. No dia seguinte Camila acordou primeiro e fico olhando a morena dormir, ressonava tão tranquila, seu rosto estava sereno. Olhou tanto que a morena acordou. - Bom dia! - Camila falou sorrindo. - Morri e estou no céu? - Não. - riu. - Estou vendo um anjo. - Você dá essas cantadas sempre ou é só comigo? - a mais nova achou graça. - Ah, eu fui sincera. - E essa cantada é velha. - Ta bom vai, exagerei. Mas que é muito bom acordar olhando para você, isso é. - Dormiu bem? - Dormi e você? - Muito bem. - Camila se virou para Lauren a abraçar por trás. Gostava de ficar naquela posição com ela. Lauren ligou a TV e ficaram assistindo um filme que estava pela metade já. - Quer ir no cinema comigo algum dias desses? - Camila perguntou. - Eu quero. Que filme será que ta passando? - Não sei, a gente escolhe na hora. - E quando vamos? - O dia que você tiver livre. - Pra você estou livre sempre. - Ah, não diga isso, você tem seus compromissos ué. Vamos ver um horário legal durante a semana talvez. Essa semana tem os shows que te falei, podemos ir antes se você não estiver ocupada. - Essa semana tenho uma audiência danada. - É? Pode me contar? - Posso, você quer mesmo saber? - Lauren achou curioso Camila se interessar pelo trabalho dela. Normalmente as pessoas achavam chato. Já ouvira isso antes. - Eu quero, depois que te conheci e me contou que era promotora, fiquei curiosa para saber como é no tribunal. - Sério? - Lauren sorriu. - Verdade, acho legal. Deve ser emocionante mostrar provas e fatos contra ou a favor de alguém. No seu caso contra né. Fico imaginando você falando no tribunal e claro fantasio horrores, porque você deve ficar irresistível com aquela roupa... como é que se chama mesmo? - Toga. - Isso. Lauren se remexeu na cama incrédula com as palavras da pianista. - Bom, então vou contar. Estou num caso de um senhor que está sendo acusado de estuprar e matar uma jovem. A justiça nesse país é tão lenta que ele, atualmente, já é velho e nem acredito que atente contra a vida de alguém hoje. Mas há alguns anos sim e ele será condenado da mesma forma. - E qual a linha de defesa? - Estão tentando alegar que ele não oferece mais risco para a população. - Mas ele tem que pagar pelo que fez, é questão de justiça. - Concordo. Então montei minha acusação baseando-me no fato de que se ele teve como fazer o que fez há dez anos, agora tem que pagar pelas consequências. Senão vira impunidade. - E com isso as pessoas vão fazendo as coisas erradas, sabendo que não serão condenadas. - Isso aí. Então essa audiência vai demorar, é júri popular e os advogados de defesa são muito bons, porque o réu tem boa condição financeira, mas vou colocá-lo na cadeia. - Mas você tira de letra, tenho certeza. - Como sabe se nunca me viu atuando num tribunal? - Lauren perguntou duvidando. Camila se virou para ela e respondeu sem gaguejar. - Porque nota-se a distância que você adora o que faz e que tem competência de sobra pra isso. - Hum... linda! - Lauren a beijou. - Você que é linda. - sorriu. Ficaram na cama ainda um tempo entre carícias amorosas. Até que Clara bateu na porta. - Pode entrar mãe. Camila pensou que Lauren devia confiar plenamente na mãe, para não trancar a porta de seu quarto. Clara entrou meio desconfiada. - Estamos conversando, entra. - Achei que pudessem estar dormindo ainda. - Acordamos faz pouco tempo. - Bom dia Camila. - Bom dia. Senta aqui pra conversar com a gente. - Camila puxou a coberta para que Clara se sentasse. - Não minha filha, eu vou a cozinha pagar uma promessa. - Hein? - Camila achou graça. - Vou fazer os waffles. - Ah, nossa achei que ia rezar. - Mãe! waffles só para Camila? E pra mim? - Lauren fez um bico. - Pra você também ciumenta. - Camila você quer com o que? - Não entendi. - falou sem graça. - Waffles de que? Camila ficou confusa e Lauren a ajudou. - Pode ser salgada, com queijo, presunto, peito de peru, requeijão ou doce com chocolate, mel, sorvete. Tem sorvete no freezer mãe. - Ah... ah... não sei. Pode ser uma salgada e uma doce? - ela perguntou meio envergonhada. - Mãe, faz uma de requeijão com ervas e uma de nuttela com sorvete crocante. Ela vai gostar. - E pra você? - Eu como com ela. Clara saiu do quarto e deixou as duas sozinhas novamente. - Nossa deve ser gostoso. Nunca comi waffles. - Camila falou sem olhar para Lauren. - Eu já vi em filme, mas ao vivo nunca. Lauren sorriu, mas não quis brincar com Camila. Realmente ela era simples e qualquer coisa boba como waffles a agradava. - Vem aqui meu anjo. - a puxou e a abraçou como se quisesse mostrar a ela que gostava de ficar perto, de fazer carinho, querendo cuidar dela. Era estranho porque nunca fora tão carinhosa com alguém, só com sua mãe, o que era bem diferente. Camila olhou para ela e viu naqueles olhos verdes uma sinceridade muito grande. Aproximou-se mais e falou em seu ouvido bem baixinho. - Quer tomar um banho comigo? Lauren custou a acreditar no que ouvira. Levantou e pegou Camila no colo, levando-a para o banheiro. Camila sorriu com um misto de felicidade e timidez. Tirou a roupa dela com delicadeza. Entraram no box e Lauren a colocou no chão, abriu o chuveiro e deixou a água quente sair. Entrou debaixo dela e puxou Camila com ela. Beijaram-se por um longo tempo, apenas sentindo a água cair em seus corpos. Ao contrário do que Camila imaginou, Lauren não partiu pra cima querendo alguma coisa sexual. - Vou dar banho em você, posso? - Pode. - Camila estava visivelmente acanhada. Lauren pegou uma esponja, colocou o sabonete líquido e começou a esfregar as costas de Camila, de forma tão delicada que mais parecia uma massagem. Aproveitou para admirar o corpo dela, era jovem ainda, mas tinha um corpo lindo e sabia que à medida que ficasse mais velha as formas mudariam e ficaria ainda mais bela. Lavou os cabelos e depois falou com toda ternura que podia. - Agora é minha vez. - entregou a esponja pra ela. Camila fez o mesmo, porém lavar os cabelos era uma tarefa um pouco mais difícil já que Lauren era mais alta. - Será que você poderia se abaixar só um pouco? A morena se controlou e não riu, mas sua vontade era de arreliá-la. Sentou numa beirada que fazia a divisão entre o box e a banheira, abriu as pernas e Camila pode ficar entre elas e de pé. Aproveitou a posição e segurou a cintura da mais nova, beijou os seios, um de cada vez, depois levou a mão até o sexo dela e massageou com cautela. Camila começou a sentir as pernas amolecerem. - Amor... ahh... - Gemeu baixinho. Lauren a fez sentar em seu colo, de lado e continuou massageando até que ela gozou sacudindo em espasmos. - Agora não consigo nem me levantar. - Vai sair daqui do jeito que entrou. Pegou-a no colo e saiu do banheiro, depois voltou e pegou uma toalha para enxugá-la. Camila sorria e gostava da atenção que a morena lhe dava. Vestiram-se e foram para a cozinha. Desceram brincando uma com a outra e rindo. - Achei que tinham desistido dos meus waffles. - Clara reclamou, mas brincando. - Não! Estou morrendo de fome! - Camila olhava a mesa do café com os olhos brilhando. - Pra sua altura até que você come bem. - Lauren brincou. - Ah... vou me lembrar disso depois. - Camila estava indignada. - Eu gosto das baixinhas. - Lauren fez cócegas nela. - Sua boba. Sentaram-se próximas e Lauren puxou as pernas de Camila para que ficassem em cima das suas. Estavam num grude só. Clara olhava para as duas e ficava satisfeita. Colocou os waffles num prato e serviu. A pianista então pegou um pedaço e deu na boca de Lauren. - Ih, vai ganhar na boca. Mas é muita folga não é não? - Clara brincou. - Ela merece. - Camila sorriu acariciando o rosto da morena. - Nossa, ta muito bom! Será que a minha mãe aprende a fazer pra mim quando eu for a São Paulo? - Não é difícil, tem que ter a forma, mas a massa é fácil. E o que vai colocar por cima é você quem escolhe. - Muito bom. - deu outro pedaço a Lauren e comeu outro. - A minha mãe não é grande coisa na cozinha. Quando quer, faz pratos muito gostosos, mas quando não quer também, sai da frente. Uma vez ela foi fazer um molho e quis colocar pimenta, só que não olhou direito e virou o vidro, ele estava destampado, caiu tudo no molho. - Meu Deus! - Clara se espantou. - E ela não falou nada. Na hora do almoço era um tal de tomar água. Eu tinha um namorado na época e ele quase engasgou coitado. - falou rindo, fazendo as duas rirem também. - Você namorou muito tempo? - Lauren olhou de soslaio. - Quase dois anos. - Nossa! - Terminaram por qual motivo? Assim se não for indiscrição a minha. - Clara perguntou. - Ele era muito ciumento e queria controlar minha vida. Tudo que eu fazia ele queria saber, mas era exagerado. Se eu fosse na padaria ele queria que ligasse pra avisar. Aí quando disse que ia focar meus estudos na música para fazer vestibular, ele enfezou. Pois sabia que faculdade de música não tinha perto de Jaú. Aí quis me boicotar. - Como assim? - Ele tentava me distrair dos estudos. Brigava comigo toda hora, arranjava outras coisas para me fazer mudar de ideia, mas não deu certo. Ele foi ficando nervoso com a situação porque viu que não havia mudado meu propósito. Eu sabia disso e me sentia um pouco culpada, por querer uma coisa diferente da dele. Saí um dia para comprar um presentinho pra ele e fui fazer surpresa, aí o peguei me traindo, na casa dele mesmo, com uma conhecida minha ainda. Clara e Lauren ficaram surpresas. - Fiquei em choque. Ver alguém te traindo é uma coisa muito estranha, dá um nó na garganta e parece que passa na sua cabeça seus momentos todos com aquela pessoa. - E ele viu? - Viu, quis se justificar, mas eu saí de lá e nunca mais vi a cara dele. - Até hoje? - Sim, poucos meses depois eu vim para o Rio. - Homens! Uns trastes! - Lauren protestou. - Que nada, tem muito homem legal por aí, eu que dei azar. Acho que foi melhor assim, Deus tira aqui e dá uma coisa melhor lá na frente. - Falou sorrindo e olhando com carinho para Lauren, que ficou toda boba com o comentário. - Chega de história trágica, vamos comer nossos waffles. Ainda tem o doce, ta na geladeira. - Clara mudou de assunto. - Oba! Clara as serviu e Camila se deliciou. - Nossa esse é mais gostoso! Eu gosto mais de doce. - Também gosto de coisas doces. - Lauren sorriu - Vem, abre a boca pra provar esse aqui. - Camila novamente serviu Lauren. - Ela ta toda besta. - Clara olhou implicando com a filha. - Nunca teve esse tratamento VIP, como vocês costumam dizer. - Nunca? Ah que isso, então vou compensar o tempo que passou. - Nem minha mãe me trata assim. - Lauren fingiu uma mágoa. - Ah, que mentira! Eu trato sim, faço os pratos que você mais gosta. - Do que ela gosta? - Camila perguntou interessada. - Lauren adora massas e peixes. E doce ela gosta de coisas geladas, pavês, sorvetes, tortas... - Bom saber. Você não cozinha? - Perguntou à morena. - Eu me viro na cozinha. - Se vira comprando comida fora, esse é o jeito dela se virar. - Clara riu. - Ah mãe, é mais pratico. - E você, sabe cozinhar? - Lauren perguntou. - Eu sei. O que não sei aprendo. Eu gosto de cozinha. - É mesmo? Viu mãe, acertei na mosca. Linda, pianista e excelente cozinheira. Todo mundo riu! Terminaram o café e limparam a louça. Ficaram conversando na varanda durante toda a manhã. Clara em uma cadeira, Lauren a Camila em outra. A morena sentada com Camila recostada em seu peito. - Até que enfim vamos ficar um pouco nessa varanda. Lauren nunca vem pra cá. - Venho pouco porque não tenho tempo mãe. - Não é falta de tempo, é falta de costume. Clara falou de sua infância, da vida em Mauá. Contou curiosidade sobre Lauren, coisas que Camila adorou saber. - Mãe certas coisas não se conta, vai que ela se arrepende. - brincou. Camila riu e passou a mão no rosto de Lauren, da franja até o queixo num gesto carinhoso. Almoçaram no apartamento mesmo, Clara fez um almoço simples e muito gostoso, depois deram uma volta na praia. Lauren resolveu tomar água de coco e parou num quiosque. - Oi Lauren! Quanto tempo! - Uma loira de olhos cor de mel, vestida num biquíni mínimo apareceu ao seu lado. - Ah, oi Samantha. Tudo bem? - Agora melhor! Faz tempo que não te vejo. - Estou trabalhando muito. Camila e Clara estavam sentadas numa mesa perto e observavam. - Não tem vindo à praia, sinto sua falta para nossas caminhadas. "Caminhada, sei..." - pensou Camila. - Toda vez que ela sai é assim? - perguntou. - Nem sempre. - Clara tentou não rir da cara de Camila, que estava brava. - Eu só observo para ver o que ela vai fazer e ela nunca me decepciona. - Você tem malhado em casa? Está com um corpo ótimo. - a loira falou. - Tenho malhado no prédio, quando não se tem tempo o que salva é a academia mesmo. Preciso ir, minha mãe está esperando ali. - Ah é? Vou lá conhecê-la. - Não! Fica pra outro dia, ela está com pressa. - Lauren se despediu rapidamente e voltou. Clara que estava olhando falou completando a frase anterior. - Ela nunca me apresenta para esse tipo de mulher, sabe que não aprovo. - Mas ela me apresentou e... - Você é diferente, ainda não percebeu isso? Camila tinha a cabeça um tanto confusa. As palavras de Clara de certa forma a confortaram e deram segurança, mas não se esquecia dos conselhos de Tyler e Drew. Sem contar no que ouviu da conversa de Lauren com o primo. - Água de coco fresquinha. - a morena falou sentindo o clima e sabia bem por que. Entregou um coco à mãe e o outro à Camila e sentou ao lado dela. Estava de óculos escuros e ficou olhando para a pianista que olhava para o mar. - Não vai me dar nem um golinho? - pousou a mão em cima da perna de Camila. - Ah desculpe, não sabia que queria. - Entregou o coco, mas Lauren não o pegou, puxou só o canudo e tomou um gole. Um silêncio sepulcral se fez. - A praia hoje está calma. - Clara tentou puxar assunto. - Quer dar um mergulho mãe? - Eu não, nem trouxe maiô. - Quer amor? - Lauren estava toda carinhosa. - Não estou de biquíni. Aliás, nem o trouxe para o Rio. - Por que não? - Não achei que fosse a praia, vim para estudar e trabalhar. - Hum. Então fica pra próxima. - Se quiser nadar pode ir, a gente fica aqui na sombra não é Clara? - É sim. Vai Lauren, sei que você gosta. Lauren hesitou, ficou na dúvida se seria uma boa ideia, mas acabou indo, o mar realmente estava convidativo. Tirou o short e a blusa, ficando só num biquíni preto que fazia jus ao seu corpo. Foi correndo para a água e mergulhou. Camila não pode deixar de admirar, ela era realmente bonita e sensual, ficou pensando no que Lauren tinha visto nela, achou melhor não se perguntar. A morena nadou um pouco e quando estava voltando notou que vinha em sua direção a loira do quiosque. Camila ficou olhando de longe para ver o que a morena ia fazer. A loira puxou papo e Lauren fingiu não dar atenção, olhava fixamente para Camila. A loira pareceu entregar um papel para a promotora, mas esta o pegou e amassou, continuou andando e quando passou por uma lixeira num carrinho de picolé jogou o papel no lixo. Quando chegou até as duas, Camila estava séria ainda. - A água está ótima! - Estou com inveja, pare de falar. - Clara brincou. - Mãe, a senhora tem que deixar um maiô aqui ou biquíni mesmo, está em forma ainda. - Da próxima vez eu trago. Quando vai pra Mauá? - No próximo final de semana eu acho. Só que vou no sábado cedo. - Lauren olhou para Camila, mas ela olhava para o mar. - Bom acho que já sequei um pouco, podemos subir. Levantaram-se e foram andando pelo calçadão, Camila se mantinha séria e Lauren sabia o motivo. - Por que será que essa bonitinha está tão séria? - disse se aproximando por trás. - Não é nada. - É sim, mas tudo bem eu sei como faço pra ver aquele sorriso que eu adoro. - Lauren começou a fazer cócegas em Camila que não se aguentou e riu. - Viu como tenho meus truques? - Disse abraçando a mais nova. - Apesar de achar que fica linda brava, eu prefiro seu sorriso lindo. Bonitinha! Lindinha! Gatinha. - à medida que ia falando ia beijando o pescoço de Camila. - Gostosa! - falou ao ouvido dela. Camila ficou meio sem graça porque Lauren a estava agarrando na rua, na frente de outras pessoas, mas a morena parecia nem ligar. Acabou cedendo aos encantos dela. Passaram pela tal loira que falou com Lauren justamente quando a morena abraçava Camila, aí sim ela gostou. - Crianças, modos na rua. - Clara advertiu. - Ta bom, parei. Chegaram ao apartamento e Lauren foi tomar um banho pra tirar a água salgada do corpo. Camila ficou na varanda conversando com Clara. - Dê um desconto a Lauren. Esse povo que fica na cola dela, é coisa antiga. - Eu fico imaginando o quanto ela não aprontou por aí. - Tyler deve ter contado muita coisa, não? - Na verdade não, ele só se preocupou com o fato de Lauren não se apegar a ninguém. - Te incomoda essas investidas dessas moças? - Ah, um pouco. Nem sei se tenho o direito de ficar incomodada. É ciúme isso, mas eu sinto, não vou negar. - É porque gosta dela. Lauren sempre enxergou relacionamentos como algo descartável. Ela tem seus motivos, sei que não justifica, mas são coisas do coração. Espero que você tenha paciência com ela e que consiga mudá-la. - Acho que a diferença entre os outros relacionamentos e eu, é que falando sinceramente, não ligo para o que Lauren faz da vida, quanto ganha ou como gasta seu dinheiro. Eu gosto dela e não de sua carreira. De fato a admiro muito, mas se ela tivesse a mesma condição que eu, gostaria dela do mesmo jeito. - Você gosta mesmo dela? - Acho que mais do que pensava. No início, confesso que fiquei com receio, ainda mais pelos alertas que recebi. Depois me deixei levar, não pensei nas consequências, agora, passando o final de semana com ela aqui vi que não tem mais volta. Gosto mais do que imaginei, não sei se já percebeu isso, mas é. Lauren estava descendo quando as viu conversar, então esperou acabarem de falar para aparecer, acabou ouvindo tudo. - Ela gosta de você. Como mãe posso ver isso, mas vá com calma. - Pode deixar, quero que ela fique comigo enquanto se sentir bem. E se depender de mim ela se sentirá bem sempre. Clara sorriu. Depois que viu que o assunto tinha terminado a morena apareceu. - Pronto! Limpa e cheirosa! - chegou animada, mas com receio de Camila ainda estar chateada. - Vem cá. - Camila esticou os braços para ela. - Colinho? - Isso. Lauren deitou, colocando a cabeça no peito de Camila, que ficou alisando seus cabelos. - Você vai embora amanhã Clara? - Camila perguntou. - Vou cedo, Lauren me leva na rodoviária. - Porque não passa a semana aqui? - Ah não, tenho meus afazeres, aqui é muito agitado pra mim. - Nossa, morar em Mauá deve ser muito bom. Tranquilo né? - Muito. O Rio é só para fins de semana, mas confesso que prefiro quando Lauren vai pra lá. - Penedo é ali perto não é? - Sim, e Itatiaia e Resende. O Parque de Itatiaia é muito bonito, você ia gostar. - Normani foi ao jardim botânico aqui no Rio e adorou. - Lá também é lindo. - Gosto de lugares assim, com muita árvore e som de água caindo. Do meu quarto lá na roça eu ouço o barulho do riacho, pra dormir é ótimo. - Deve ser bom ficar lá. - Às vezes sim, mas tem hora que enjoa e sem contar que é bem fora de mão. Só serve mesmo pra passar o fim de semana. Clara fez sinal para Camila olhar Lauren, que havia dormido. - Dormiu. - falou baixinho. - Eu vou tomar um banho também e dar uma deitadinha, vai passar um filme bom hoje na TV. - Fico por aqui, servindo de travesseiro. - Você gosta! - Clara brincou. Camila ficou um tempo com Lauren em seus braços, acariciava seus cabelos, o rosto e beijou o topo de sua cabeça. Quis cochilar também, mas não conseguiu, ficou admirando a paisagem da varanda. Quase uma hora depois a morena acordou. - Dormi no seu colo? - parecia confusa. - Dormiu. Estava cansada? - Na verdade nem tanto, mas aí eu deitei e vocês estavam conversando eu acabei pegando no sono. O colinho estava bom. - Que bom que gostou. Pode se servir dele à vontade. - Está brava ainda? - Lauren tinha receio. Camila sorriu e beijou seus lábios. - Não. Já passou. A morena queria dizer que a partir de agora só tinha olhos para Camila e que nada podia atrapalhar o relacionamento delas. Ficou surpresa quando pensou em relacionamento, mas não queria mais saber, queria era viver aquilo tudo. - Que foi? - Nada, estou te olhando. - Lauren ainda observava. - Posso te contar um segredo? - Pode. - Você fica linda de biquíni. - É? - sorriu. - Ahan... pensei em muitas coisinhas... - Jura? Depois eu que sou safada. - Lauren riu. - No que pensou? - Não posso contar. - Como não? Eu sou parte interessada. - Só que eu tenho vergonha. - Ahh, não tenha. Me conta! Camila respirou fundo e resolveu falar. - Pensei em tirar aquele biquíni... beijar sua barriga...morder bem de leve... e depois subir pelos... - Para! Senão te pego aqui na varanda. - Não tem quem não olhe para você de biquíni. - Você não me olhou. - Lauren fez um bico, que Camila achou lindo. - Olhei sim, quando você não estava me olhando. - Fazendo charme. - Ahan e você caiu. - deu uma gargalhada. - Boba! Achei que estivesse com raiva de mim, por conta daquela... - Shii... deixa aquilo pra lá, já passou. - Camila a beijou. Ficaram na varanda até quase anoitecer, simplesmente conversando. Lauren nunca mais imaginou que uma simples tarde de conversa deitada no colo de alguém era tão bom ou até melhor que uma noite de sexo. Sentia paz e sabia que proporcionava algo para aquela pianista encantadora que estava com ela. Camila conversava animada, ria das histórias de Lauren e isso era uma coisa inédita. Quase anoitecia quando as duas resolveram se levantar dali. Foram até o quarto onde Clara estava e essa dormia profundamente. - Filme... ai ai... - Camila fez sinal negativo com a cabeça. - Tenho que acordá-la daqui a pouco, vamos sair pra jantar. - Ah vamos? Não fui convidada. - Camila brincou. - Eu ia convidar uma outra aí... - Lauren entrou no jogo. - Ah é? Posso saber quem é? - É uma gata aí que eu conheci. Entraram no quarto. - Ela é uma delícia. - Lauren continuou falando. - Sem contar que é cheirosa. - de repente se virou para Camila e a agarrou pela cintura. - E faz amor tão gostoso que eu to viciada. - deu um beijo cheio de segundas intenções. Camila retribuiu a altura e não demorou muito para que as roupas fossem jogadas pelo quarto. Instantes depois já exaustas na cama, Lauren puxa Camila para seu colo. - Quer jantar aonde? - Achei que você já tinha definido um lugar. - Sei de alguns lugares, mas talvez queira ir em algum específico. - Amor, como posso escolher lugar para jantar se nem conheço o Rio direito. Os lugares que saí até hoje a maioria foram com você. Lauren ficava contente quando Camila a chamava de amor. Sentia o carinho dela muito nítido. - Eu também, comer com muita gente e barulho eu acho ruim. Lá na faculdade não servem almoço, só lanche, mas quando saio para almoçar o lugar às vezes está cheio eu perco até a fome. - Por que não almoça naquele que fomos outro dia? - Lauren, aquele restaurante é caro. Se eu almoçar lá todo dia vou ter que morar na rua. - riu. - Então vou te pegar pra almoçar todos os dias. Assim você economiza e eu passo mais tempo contigo. - Não, não! Vai ficar pagando almoço pra mim todo dia agora? - Qual o problema? - Não quero. Uma vez ou outra tudo bem, mas toda vez não. - Teimosa. - Lauren mordeu o pescoço dela. - Sou não. - É sim! - mordeu de novo. - Para de me morder, cachorrinha. Está vacinada? - Estou, o cartão de vacinas está completo. - E esse bichinho tem pedigree? - Ih, acho que ele é vira lata. - Não tem problema eu o quero assim mesmo. Vem aqui bichinho, me dá um beijo. - Camila puxou Lauren e a beijou. Ficaram um tempo na cama até dar a hora de tomar banho e mudar de roupa. Lauren acordou a mãe e ela também foi se arrumar. - Que roupa devo usar? - Camila perguntou saindo do banho. - Eu prefiro nenhuma. - A morena beijou a nuca de Camila. - Mas coloque uma roupa casual. Eu vou usar jeans. Saíram e foram a um restaurante bem tranquilo, era aconchegante e ficaram em um local com poucas pessoas. Pediram e jantaram conversando. Clara combinou a volta dela para Mauá. Seria no primeiro ônibus, Lauren a deixaria na rodoviária e levaria Camila de volta indo direto para a faculdade. - Então vou levar vocês duas a um restaurante bem tranquilo. Mamãe prefere lugares assim. :)
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Melodia | camren [Concluída]
Hayran KurguCamila é uma menina do interior de costumes simples que veio para a cidade grande atrás de seu sonho, estudar música.Lauren é uma promotora implacável, rica e muito bonita.Ela não da a mínima para relacionamentos sérios, troca de namorada como troca...