Nossa Vez...

Capítulo 5

Pov Tomaz

Sarah não imagina o esforço que fiz para não agarrá-la.

A saudade me consumia a cada instante.

Eu suportei muito tempo longe, e não há como negar que fiquei desapontado ao vê-la com Andrew.

O conheci faz mais ou menos um ano. Uma simpatia de pessoa.

Eu não tenho ideia de como retomar minha vida aqui. Eu sabia que não era apenas voltar e morar com a Sarah no apartamento e ser feliz pra sempre.

E mesmo ela estando comprometida, eu não posso deixar de tentar melhorar as coisas. Sarah ainda ser minha esposa é uma vantagem pra mim. Mas com certeza seu ego, teimosia e medo são pontos contra mim.

Sarah precisa saber além de tudo que eu ainda a amo como nunca amei ninguém.

E saber que ela ainda poderia estar aqui foi o que me motivou todos os dias.

Eu não tenho ideia do que fazer para ter Sarah de volta, mas sei que ela vai fazer o possível para se afastar de mim.

Mas eu não vou medir dificuldades, eu vou realizar cada sonho daquela cabecinha linda, mesmo que ela não queira estar comigo.

Sarah não faz ideia do que aconteceu nos ultimos anos, cada dificuldade, cada barreira, cada mudança.

- Laryssa, cadê os relatórios?  É a primeira vez que trabalha de verdade em tanto tempo.

- Calma, está estressadinho? - retrucou brincando.

- Talvez apenas menos esperançoso.

- Ah! Então já sabe da novidade.

- Seria essa?

- Que você foi substituído.

Eu não podia ouvir aquilo. Minha mente viajou a quilómetros de distância, no diq em que parti.

De repente, se eu não tivesse partido, hoje teríamos uma linda família, na nossa linda casa.

As palavras de Larissa certamente me afetaram de alguma forma.

Eu gostaria de poder voltar ao passado e ter escolhido ficar. Ela deveria ser motivo o suficiente pra eu ficar.

Se for levar em consideração o tanto que mudei nesses anos acredito que não foi de tudo em vão.

Imagino como seria se eu tivesse ficado, ou se ela tivesse ido.

- Tomaz?

Meus olhos voltaram a focar no escritório

- Voou bem longe ein.

- Esquece.

Não conseguia disfarçar meu olhar frustrante.

- Desculpa se te deixei chateado.

- Tudo bem... A verdade é necessária as vezes.

Não pude me concentrar pelo resto do dia. Tudo voltava a ela. Tudo voltava até aquela noite.

Remarquei todas as reuniões para amanhã, espero dar conta de tudo.

Depois de sair do escritório dirigi bem lentamente pelas ruas da cidade.

Ah como eu tinha saudade desse lugar.

Quando percebi havia ido até o parque. Aquele parque.

O velho balanço estava ainda mais velho e as crianças se penduravam e faziam fila ao redor.

Sentei um pouco bo gramado observando-as brincar.

A árvore na qual ele estava preso estava cheia de flores.

Alguns galhos finos desciam pelas cordas e criavam uma paisagem linda.

Quando percebi lágrimas caiam dos meus olhos e meu coração doía por estar perto dela sem tê-la para mim.

Eu não sabia o que fazer.

A vibração do celular no meu bolso me despertou de minha agonia.

"Pega a Lua na escola pra mim por favor, depois te explico"
-Lana.

Pelo menos minha sobrinha é um amor de menina. De repente consegue me distrair. Talvez a leve para escolher seu presente.

De volta a estrada liguei o som e fechei os vidros. Deixei que a musica preenchesse todos os cantos do meu carro.

Não poderia descrever meus sentimentos agora.

Pov Sarah

Meu dia estava uma loucura.

As crianças queriam atenção, Andrew queria atenção e no fim das contas eu precisava era de paz.

Merda! Tomaz jamais vai me perdoar.

Andrew estava super concentrado no filme enquanto eu vagava pela minha mente.

De uma hora pra outra seu braço ao redor do meu pescoço, sua mão na minha e seu corpo junto ao meu tornaram-se desconfortáveis.

Eu já sabia exatamente oque era. Era o efeito que Tomaz ainda tinha sobre mim. Depois de tanto tempo, lembrar de seu rosto e tocar rapidamente sua pele ainda me causam um choque.

Não importa quanto tempo passe, existem coisa que nunca irão mudar.

Já eram 17 horas, eu estava quase saindo para buscar as crianças quando meu telefone vibrou.

"Consegui falar com Tomaz, não precisa pegar a Lua.
Ele irá levá-la".
-Lana.

O celular quase caiu da minha mão eu estava em pânico por dentro. Ele estará tão perto dos filhos. Será que hoje é o dia em que eu precisarei enfrentar isso?

Me recompus e peguei as chaves estava quase no elevador quando o telefone vibrou de novo.

O nome de Tomaz brilhava na tela.

Merda!