Nossa Vez...

Capítulo 7

- Andrew! Que susto! - disse colocando a mão contra o peito.

- Sarah? Oque está acontecendo? - seu tom era ríspido.

- Nada.. Eu..

- Ah, por favor! Você está distante e distraída. Fica se descabelando escondida. Oque está acontecendo?

- É só um momento ruim! Nada demais tá!?! - saber que Andrew me espionava me deixou brava.

- Sarah, eu não posso ficar de fora do que acontece com você.

- Nesse assunto eu não posso te incluir. - Nós dois ja havíamos aumentado o tom de voz.

- Sarah, eu quero ajudar.

- Você ajuda não se envolvendo, eu não quero que isso fique maior ainda. - Andrew tocou meus ombros, seus olhos foram diretamente até os meus.

- Eu estou com você pra tudo!  Tudo! Quero ajudar Sarah. Não é saudável ter que passar pelas coisas sozinha.

-Andrew! Eu não quero sua ajuda tá?! - Sei que poderia estar indo longe demais, mas magoá-lo com minhas palavras será mais fácil do que com toda essa história. - Seria melhor se... Se você se afastasse por um tempo... - Andrew levantou as mãos em rendição.

- Espera, isso está relacionado com nossa conversa sobre casamento? Sarah, eu não tenho intenções de te pressionar.

- Não, não tem nada haver com isso.

- Então ele está de volta?

- Oquê? - Será que ele sabe? - Quem?

-Seu ex marido entrou em contato? Porque eu sei que certamente isso iria mexer com você.

- Andrew...

- Sarah, eu estou aqui pra isso também. Eu sei que vocês tem filhos, mas eu estou disposto a aceitar essa relação. - Andrew estava olhando a conversa por outro lado. Como território masculino. - Vamos só...

- Andrew!  Para! Você entendeu tudo errado! Eu preciso pensar. Só por favor... Vai embora.

- Sarah, isso é mesmo necessário?

- Tchau Andrew.

Não dava pra negar que ele estava bravo. Andrew apenas fechou a cara e saiu batendo a porta da frente.

Voltei pra sala aflita. Tudo estava tão tranquilo e a bagunça decidiu se espalhar mais uma vez.

Nem adianta reclamar Sarah, nada disso estaria acontecendo se você tivesse resolvido tudo.

Droga!

O filme Carros 2 parecia extremamente emocionante, porque as lágrimas corriam pelas minhas bochechas. Meus olhos já ardiam enquanto acariciava os cabelos de meus pequenos dormindo no meu colo.

Escolhas...

As escolhas são as nossas respostas mais simples, mas elas possuem um peso inimaginável em nossa vida. A escolha define por completo o seu futuro. Por isso ele está constantemente mudando. Você pode escolher o vermelho hoje e o azul amanhã e isso certamente fará toda a diferença.

Eu não posso mais chorar e me lamentar pelas minhas escolhas. Se eu as fiz devo enfrentar as consequencias. Sexta-feira..

Se fosse simples não haveria o porquê escolher.

Em meio a todos aqueles pensamentos meus olhos pesaram, o soluçar se tornou mais lento e os pensamentos se embolavam e não faziam mais  sentido.

Então adormeci, no mesmo sofá onde tudo começou, mas agora eles estão aqui comigo e essa escolha fará toda a diferença.

" Ele não pode fazer isso comigo! - gritei.

Os soluços não paravam.

- Porque dói tanto?

Eu estava inconformoda. As almofadas não tinham culpa e mesmo assim eu as lançava.

E quando não bastava, meu punho foi em direção ao espelho.

Os estilhaços eram o de menos naquele momento.

Droga!

Além da bagunça eu ainda havia me machucado.

Mas a dor nos meus dedos não era nada comparada a dor dentro de mim.

Eu ainda posso fazê-lo ficar. Eu só preciso contar pra ele.

Me apressei em sair do apartamento corri em direção as escadas e desci em tempo recorde.

Mas era tarde.

Ele já havia ido.

- Sarah? Oque houve? - Jairo, o porteiro perguntou vindo até mim. - Você está sangrando!

Olhei para a minha mão ferida e percebi que ele não poderia estar falando dela com todo aquele espanto.

Então olhei para as minhas pernas e pude entender o motivo.

Minhas pernas falharam e o ar faltou.

Não vi ou senti mais nada além do meu corpo batendo contra o chão.

E foi a última coisa de que me lembro daquela noite.

A noite que todos os meus planos foram esmagados.

Eu só queria que ele soubesse que se ele me abraçasse e pedisse mais uma vez para ir com ele.

Eu iria... "