Capítulo 13

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- Tomaz! Oque você fez? - eu estava realmente apavorada.

- Calma, foram apenas alguns centímetros de cabelo.

Tomaz havia cortado o cabelo e feito a barba.

- Você está exatamente como...

- Na foto? - apenas balancei a cabeça. - Se é assim que eles me conhecem, porquê não?!?

Alex e Cléo estavam na sala com cara de bobos.  Eles já haviam reconhecido, mas não sabiam como reagir.

- Nossa, eles estão lindos, e bem cheirosos também. - disse os abraçando.- Mas eu acho que se nós não quisermos nos atrasar, você já deveria estar se arrumando.

- Não, pera. Eu acho que não entendi.

- Nós vamos almoçar, não jantar.

- Não, é que... Eu não sabia que iria junto.

- Bom... Você os conhece de uma forma que eu não conheço... Sem contar que... Não estará completo se você não for. - Sorri escondido. - Você vai?

- Eu n..

- Mãe! Por favor! Por favor! - Alex implorou.

- É mãe... Vamos!

- Tudo bem, vamos!

Subi para me arrumar.

Tomei um banho rápido, mas suficientemente relaxante.

Um vestido deu conta de me deixar mais leve.

Perfume, batom...

Tudo pronto!

Eu tinha imaginado esse dia de várias formas, sonhei em cada canto da sala. Mas não poderia sonhar algo tão perfeito.

A alegria contagiava...

- Vamos? - atrai todos os olhares

- Mamãe você tá linda! - Cléo veio me abraçar.

- Mãe tá gatona. - Alex veio atrás dela.

Olhei para Tomaz e precisei rir de seu gesto.

Tomaz passava a mão pelos cabelos enquanto respirava fundo.

- Uow! - disse baixo.

Me familiarizei com o ato.

É esquisito ter saudade disso?

Tomaz correu para o elevador com as crianças, ele estava realmente animado.

Entramos no carro,atrás haviam duas cadeirinhas .

- Quando as comprou?

- Pela manhã. - respondeu alegre. - Agora que irão sair bastante comigo. Vão precisar delas.

- Ah! - Tomaz sorria de orelha a orelha. Não parecia o mesmo cara que tinha pavor de se tornar pai. - Bom... Você.. Você vai ficar quanto tempo? Sabe... É que... Quando eles se acostumarem com você, eu não vou querer vê-los chateados se você se for.

Tomaz ficou pensativo, talvez tenha notado o nó na minha garganta.

- Não se preocupe Sarah. - Olhou para mim e colocou meu cabelo atrás da orelha. - Eu não vou embora. Nunca mais. - sorriu.

Meu coração se acalmou.

Logo chegamos ao restaurante.

Eu deveria imaginar que ele nos traria para cá.

- Mocinho, quanto tempo não o vejo por aqui. - Sr. Jullian nos recebeu alegre.

- Fiz uma viagem longa. Mas estou de volta. - Riram juntos.

- Então... Oque vão querer?

- Uma travessa de lasanha de quatro queijos. - Tomaz olhou para mim, tentando saber se era oque eu realmente queria. - Não esquece do orégano. Por favor. E para beber...

- Umas sprite por favor. - Toma;z passou a bola para mim.

- Eu estava com saudades da comida daqui. - comentou.

- É realmente deliciosa.

As crianças sorriam o tempo todo e a paciência de Tomaz era muito maior do que eu imaginava.

Almoçamos e seguimos para o carro.

Eu não sei oque Tomaz estava aprontando, mas ele estava confiante de que seria perfeito.

Olhando para nós de fora, parecíamos realmente uma família. E apesar de não estarmos juntos, parecia que estávamos. Eu tinha vontade de beijá-lo para selar esse momento.

Ao som de Seu Lobato, Tomaz ia cada vez mais distante da cidade.

Estávamos todos cantando quando a mão de Tomaz alcançou a minha coxa.

Minha pele se arrepiou e pelo meu corpo percorreu uma eletricidade agradável.

- Desculpe! - Tomaz disse removendo a mão rapidamente.

Percebi seu desconforto, passou a ficar pensativo, talvez com medo do que seu gesto poderia causar.

A verdade é que eu queria que ele tivesse a deixado lá.

- Velhos hábitos não mudam né?! - disse descontraída tentando deixá-lo confortável novamente.

Recebi uma risada.

" - Mais que merda! Minha mãe vai me matar!  - O nervosismo me percorria dos pés a cabeça.

- Você só foi colocada pra fora tá?! Não foi pega com drogas ou algo assim. - Sua tranquilidade me matava.

- Ah! Meu histórico é impecável. Ou era né, porque agora...

- Isso não vai entrar pro seu histórico.

- Não importa! Eu vou saber. E tudo isso porquê um Mauricinho não aceita críticas.

- Se uma certa loira não fosse tão tagarela.... - disse irônico.

- Olha! Você não me irrita!

Mais você quis dizer ... - Eu já estava no meu limite. - Relaxa princesa, vai dar tudo certo.

- Sarah.

- Oquê ?

- Meu nome é Sarah, não princesa.

- Olha, olha... É esquentadinha.

- Quente vai ficar a sua cara quando se encontrar com a minha mão.

Começou a rir inesperadamente,  sua risada era contagiante e era linda a forma como ele jogava a cabeça para trás. Seus olhos se fechavam um pouco e nossa.. Que arcada perfeita!

Que sorriso.

Meu Deus!

- A propósito... Tomaz.

- Oquê?

- Meu nome, Tomaz. - Disse estendendo a mão. - Prazer! "

Saí de minhas memórias quando o carro parou.

- Nossa! Esse é o Zoológico de San Diego?

- Sim, lindo né?

- Melhor do que quando viemos.

No Zoológico de San Diego havia sido nosso primeiro encontro.

Foi tudo armado pelos colegas.

- Uau!

- Nossa!

Os olhos das crianças brilhavam.

- Mamãe, que lindo!

- Tem leão?

- Tem amor!

- Então? Vamos entrar ou vamos ficar só olhando de fora?

Outras memórias tentavam preencher a minha mente. Eu sei que entrar nesse zoológico vai ressuscitar em minha cabeça uma época maravilhosa ao lado dele.

Será que essa é sua intenção?

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