Capítulo 11

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Pov Tomaz

Eu estava conversando com velhos amigos quando pude ouvir a gritaria próximo aos brinquedos.

Meu instinto foi correr até lá, Deus me livre que essa festa se torne uma tragédia.

Deparei-me com a menininha da escola no chão. Ela chorava e seu braço estava machucado.

- Calma princesa, se você chorar eu vou chorar também. Oh, você quer me ver chorando? - Fingi choro, arrancando gargalhadas.

Ela estava mais tranquila, e isso me dava  a sensação de paz.

No meio da roda de pessoas aglomeradas, um caminho foi se abrindo, provavelmente sua mãe estava chegando.

Tentei mantê-la distraída no meu colo.

Quando sua mãe chegou direcionei meu olhar pra ela, e o meu coração parou.

Eu não sabia como reagir e todas as palavras que eu iria dizer a respeito do machucado sumiram.

E em meio a esta surpresa, o espanto foi dando lugar a um desespero.

Meu coração começou a acelerar num nível tão grande que parecia que ia sair do peito.

Ainda que mil questões rondassem em minha mente, minha maior preocupação era com a menina.

- Éh... Eh.. Eu posso levar vocês pro hospital? - ofereci.

Senti sua hesitação, seu nervosismo.

- Pode sim! Vem Alex! - Disse indo para o portão.

Peguei Alex no colo e perto do portão estavam Lana, Laryssa, James e minha mãe. Vi preocupação nos olhos deles, vi medo, um espanto incomum.

Soube ali que eu era o único a não entender a situação.

Entramos no carro. Alex ficou em meu colo, enquanto Sarah segurava a pequena Cléo.

Seus nomes foram cautelosamente escolhidos, Cléo, como eu gostava desse nome. Eu olhava para ela e ficava fissurado. Mas uma dor aguda batia em meu coração. Qual probabilidade de Cléo ter o meu sangue em suas veias. Qual a probabilidade do menininho entre minhas pernas segurando o volante junto comigo me chamar de pai?

O silêncio se instalou, o clima estava desconfortável. Eu dirigia devagar porque além de não ter pressa, me preocupava as crianças na situação em que estavam.

O atendimento no hospital foi breve. Cléo fraturou o braço e foi necessário engessar.

Meu coração não acalmava, milhares de perguntas se passavam em minha mente e ao mesmo tempo uma só era importante. Verdadeiramente parecia que não estava acontecendo comigo.

O silêncio era comum no carro, as crianças haviam dormido e estavam no banco de trás.

- Eu sei que você tem perguntas. Pode fazer. - Sarah quebrou o silêncio falando rápido.

Olhei pra ela buscando entendê-la. Seu comportamento estava muito estranho.

- Quantos anos eles têm? - tentei amenizar a real pergunta

- Eu sei que essa não é a pergunta que você quer fazer.

Eu encarei a estrada confuso, respirar fundo foi importante para não enlouquecer.

- Dois.

-Hã? - respondi voltando a órbita

- Dois anos, eles têm dois anos, quase três na verdade. - Sarah foi um pouco grossa. Mas eu acho que ela estava apenas nervosa.

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