Capítulo 15

2.8K 237 16
                                    

- Eu sinto muito a sua falta!  - gritei. - Desculpa! Eu pensei que seria simples, que daria. Mas não dá! - respirei fundo. - Merda! - sussurrei.

- Sarah... - aproximou-se e me envolveu com seu abraço. - Eu estou aqui agora não estou? - Beijou minha cabeça. - E eu não vou embora, não vou mais.

- É que, toda vez que eu fecho os olhos parece que eu vou abrí-los e você vai ter sumido. - Me afastei. - E sabe... Eu tenho filhos agora, não posso jogá-los de cabeça junto comigo.

- Sarah, os últimos três anos foram os mais torturantes da minha vida. Eu sofri, passei por tantas coisas que você não poderia imaginar. Agora que estou aqui e que você está aqui... Você acha mesmo que eu vou embora?. - Buscou meus olhos. - Ainda que hoje você não seja minha, eu ainda amo você e se for preciso eu irei me conformar apenas com a presença. E quanto aos nossos filhos... Sarah, nessa semana você me fez o homem mais feliz da terra. Eu sou o pai deles e estou aqui pra isso. São meus também. Eu gostaria de saber a mais tempo, mas se eles foram colocados na minha vida agora, eu vou aceitar e fazer o meu melhor pra ser oque eles precisam.

- Tomaz! Para! - olhou-me confuso. - A cada palavra sua você se torna mais... Chega!

- Desculpe. - abraçou-me novamente.

- Mãe, você está triste? - Perguntou-me Alex.

- Não filho, a mamãe está bem. - Cléo e Alex vieram me abraçar também.

Abaixamos e ficamos os quatro abraçados no chão do parque.

Seu abraço me acalmava e dava paz, me passava segurança.

Tudo que eu escondi está quebrado dentro de mim. Eu apenas varri para debaixo do tapete.

Na volta para casa as brincadeiras eram ainda maiores até que as crianças se cansaram e dormiram.

- Obrigada pelo passeio!  Eles adoraram tudo! - agradeci enquanto os colocávamos no quarto.

- De nada. Eles podem se acostumar. - riu baixo. - Mas e você?

- Eu oquê?

- Gostou do passeio?

- Fora o meu vexame emocional-  rimos - foi incrível.

- Não se preocupe. Faz bem colocar as coisas pra fora.

- Obrigada Tomaz!

- Não precisa agradecer. - abraçou-me.

- Você vem vê-los amanhã?

- Com toda certeza! - disse já na porta. - Ah! Falando em colocar as coisas pra fora... Há algo que eu gostaria de dizer.

- Então diga

- A cada minuto que eu passo com você eu percebo que quando eu fui pra Londres eu deixei um pedaço meu aqui. E de pedaço em pedaço parece que eu não levei nada pra lá. Tudo que eu tinha ficou aqui. - meu rosto queimou no instante em que ele começou a dizer aquelas palavras.

Depois que terminou ficamos um minuto em silêncio. Nenhum de nós sabíamos oque dizer.

- Tomaz?

-Oi?! - respondeu rapidamente mostrando nervosismo.

Era fofo, um homem daquele tamanho ainda sentindo vergonha em demonstrar seus sentimentos.

- Você ainda me ama?

Tomaz riu.

- Se eu ainda amo? Ainda? Sarah, eu nunca deixei de amar você. Nem por um segundo. Mesmo em Londres meu coração se acelerava apenas com a sua lembrança.

- Então como você consegue?

- Como eu consigo oque?

- Sempre que eu olho pra você eu sinto vontade de te abraçar, de te beijar, de recuperar o tempo... Mas você se mantém sempre tão neutro.

- Não é fácil pra mim. Mas você é importante demais pra eu estragar tudo por um beijo. - Estendeu o indicador quando eu iria falar. - Eu tenho consciência de que você está com alguém e ainda que todos os meus músculos queiram e agarrar  e te levar além das escadas ou até mesmo até aquele sofá... - vermelho era pouco comparado ao que eu estava.- Eu não vou te submeter a esta posição. Sem contar que... Não é porque eu te amo e porque você sente a minha falta... Que você me ama também.

Eu não acreditei no que eu ouvi. Sua atitude é bonita, prova o quanto ele é maravilhoso. Mas...

- Só falta eu carregar uma placa luminosa escrito me beije. - pensei alto demais.

- Oquê?

- Nada..

- Bom... Sarah... Eu vou indo. Está ficando tarde e você também precisa descansar. - Beijou minha testa. - Obrigado pelo dia incrível.

Quando Tomaz virou as costas parecia que o mundo tinha parado pela velocidade em que corriam meus pensamentos.

Eu estava divida entre o certo e o errado, entre entrar e fechar a porta ou alcançá-lo, entre deixar ir ou agarrar meu homem.

Foi então que me toquei.

Eu sou adulta, dona do meu nariz, independente e não devo nada a ninguém.

Ainda que seja uma grande besteira será a besteira que eu escolhi fazer e o problema será todo meu.

Eu já sofri tanto por tanto tempo. Oque poderia ser pior?

Eu sei que é egoísta, mas agora eu só consigo pensar no que eu quero.

E eu quero...

- Tomaz! - saiu desesperado, mas mais uma vez eu não estava nem aí.

Nossa Vez...Onde histórias criam vida. Descubra agora