Capítulo 21

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- Sarah?

-hmmm?? - resmunguei.

- Sarah, acorde!

Aos poucos meus olhos se abriram.

- Oi Lana...

- Podemos conversar?

- Claro! - Levantei-me dando uma última conferida em Tomaz antes de sair do quarto.

- E sua mãe? - procurei por ela.

- Está dormindo, na sala de espera.

Lana levou-me até o estacionamento do hospital, ela estava séria e inquieta.

- Sarah, sabe que te apoiei em todas as suas decisões, respeitei as suas escolhas para que a minha posição não interferisse na nossa amizade.

- Sim Lana, e sou muito grata por isso.

- Sarah... - respirou fundo- Tomaz é meu irmão, e eu quero o melhor pra ele.

- Eu sei disso.

- Sarah, o que você está fazendo? Intercalando entre ele e Andrews. Sarah, sentimentos não são brinquedos. - disse um pouco exaltada

- Lana, eu não tenho intenção nenhuma de brincar com seu irmão e você sabe bem disso. Você viu como eu fiquei, estava aqui todo esse tempo, sabe que eu o amo.

- Sarah...

- Lana, eu não sei como será a minha vida com seu irmão, a volta dele mudou completamente a minha vida, eu não esperava. Eu já conversei com o Andy, entre nós já está tudo as claras, eu estou disposta a fazer o que for preciso para recuperar a confiança de Tomaz.

- Sarah, ele estava bêbado.

De repente as lembranças de tudo que Laryssa havia me dito voltaram e eu perdi o foco.

- Eu não consigo ver o meu irmão assim. - Lana começou a chorar.

Abracei-a tentando confortá-la.

- Ele passou maus bocados em Londres e você foi poupada de tudo, para que se dedicasse aos gêmeos. Mas agora ele está aqui e não podemos mais proteger nenhum dos dois. - disse entre soluços.

- Fica tranquila Lana, eu jamais machucaria seu irmão. - segurei seus ombros e a olhei nos olhos. - Você e sua mãe deveriam ir descansar. Porque não me deixa cuidar dele?

- Você tem certeza?

- Absoluta!

Adentramos o hospital e Lana dirigiu-se até Dna Laura.

- Cuide do meu menino, Lana me convenceu a ir, mas volto assim que amanhecer - disse passando por mim.

- Não se preocupe Dona Laura.

Lançou um sorriso de poucos amigos e caminhou para a saída.

- Dona Laura! - disse apressadamente caminhando até ela.

Olhamo-nos nos olhos e então eu a abracei.

Senti sua hesitação.

- Agora mais do que nunca, sei como é o amor de uma mãe por seus filhos. - digo em seu ouvido- Eu não deixarei aquela sala um segundo sequer enquanto Tomaz não acordar. - senti sua respiração pesar e seus braços corresponderem, mesmo que por um breve momento.

Dna Laura soltou-me e vi que de um de seus olhos escapava uma lágrima.

Nos encaramos rapidamente e logo ela passou pelas portas.

Lana também passou por mim, despedindo-se com um abraço.

Me direcionei de volta ao quarto de Tomaz, ele parecia resmungar alguma coisa.

- Tomaz! - sussurrei após correr até ele.

- Sarah? - sussurrou de volta - o que faz aqui?

- Apenas descanse, conversamos pela manhã. - depositei um beijo em sua mão.

- Eu perdi o controle, não foi?

Respirei fundo

- O importante é que você está bem.

Pude perceber uma lágrima escorrendo em suas bochechas.

- O estrago foi grande? - pergunta passando a mão pelo seu rosto.

- Na verdade não, você pulou do carro antes que se machucasse muito. - disse passando a minha mão por seu rosto, seguindo o movimento de seus dedos.

Tomaz tinha alguns arranhões, nada muito grande ou grave.

- Sua irmã disse que você estava bêbado... - disse, deixando algo como uma pergunta no ar.

- Sarah, eu....

- Com licença... - fomos interrompidos pelo médico - Gostaria de conversar a respeito do estado do paciente. Quem está responsável?

- Eu mesma, o Sr. Pode falar comigo Doutor.

- Qual seu parentesco?

- Sou a esposa. - digo firme, olhando para Tomaz em seguida.

Tomaz me olha pasmo e em seguida olha para minha mão encontrando minha aliança.

Foi um movimento involuntário, mas ainda assim, ele deixou um pequeno sorriso escapar em seu rosto.

- Poderia me acompanhar por gentileza?

Assenti e seguimos para fora da sala.

-Sra. Oliver, - há quanto tempo ninguém me chama assim... - Tomaz teve muita sorte, considerando a quantidade de álcool que ingeriu, dificilmente alguém conseguiria saltar do carro desta forma. Parece que o senhor andou assistindo a muitos filmes. - deixou escapar um riso. - Não houveram grandes ferimentos, acredito que a boa forma física possa ter contribuído. Mas se ele continuar bebendo desta maneira, nos veremos mais do que gostaríamos e ele pode não ter tanta sorte.

- Não acontecerá novamente, vou cuidar disso.

- A pedido da Sra. Oliver, Tomaz não será indiciado, mas acredito que tanto poder não ajuda a manter sobriedade do paciente.

Dona Laura comprou os administradores...

- Não se preocupe Doutor, farei o que for necessário para o bem dele.

- Tomaz receberá alta pela manhã. Continuaremos a observar para garantir que está tudo perfeito

Quando retornei para o quarto, Tomaz estava dormindo.

Me aproximei devagar, com o intuito de depositar um pequeno beijo em sua testa.

- Eu jamais conseguiria esquecer você - sussurrei ainda próxima a seu rosto.

Quando ia me afastar, senti suas mãos  em meu braço e quadril puxando-me para si.

Tomaz fez com que eu me deitasse com ele.

Minha cabeça repousava em seu braço, e gemeu quando tentei abraçá-lo, mas reposicionou meu braço e garantiu que eu estivesse presa ali.

- Eu não vou fugir - ri.

- É que é muito bom ter você aqui. - disse com a voz embargada.

Beijou minha testa já com os olhos fechados e dormiu.

Meu coração estava batendo forte como há muito não fazia.

E era uma delícia a sensação de estar em casa.

Por fim, cedi a seu convite. Adormeci.

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⏰ Última atualização: May 01, 2020 ⏰

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