Capítulo 6

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Pov Tomaz

- Tiooooo!! - Lua veio correndo em minha direção.

- Oi minha linda! Que saudade de você. - A suspendi.

- Seu cabelo cresceu tanto! - disse brincando com ele.

Lua estava bastante surpresa, eu estava morto de saudades dessa pequena.

- Vamos?

- Sim só vou dar tchau pros pequenos. - disse quase saltando de meu colo.

- Mas você é pequena.

- Mas eles são mais. - disse balançando seu rabo de cavalo.

A observei caminhar até o parquinho. Ela se aproximou de duas crianças  e as abraçou.

Quando voltou trouxe consigo os pequenos. Pude notar a semelhança entre eles.

Eram crianças lindas.

- Gente esse é o meu tio Tomaz.

- Oi! - a menina disse.

Abaixei e a conversa continuou. Em poucos minutos eu estava encantado.

Depois levei Lua para o shopping.

Andamos bastante, escolhemos um presente e fomos lanchar.

Pov Sarah

Droga!

Ainda receosa resolvi atender. Eu precisaria encarar isso logo logo.

- Alô? - minha voz saiu trêmula.

- Sarah? Está tudo bem?

O som de crianças ao fundo me deixava ainda mais tensa.

- Está, pode falar. - tentei parecer neutra.

- Eu só queria saber se Lua é alérgica a nozes como Lana. Você sabe me dizer?

- É só isso?

- Ah, estava ocupada? Desculpe, é que Lana não...

- Não, não. Tudo bem. Lua não é alérgica.

- Ótimo, desculpe se atrapalhei.

- Não, tudo bem mesmo.

O alívio era claro em minha voz e eu ja podia voltar a respirar.

Foi quando me toquei que estava feliz pelo pai dos meus filhos não reconhecê-los.

O quão longe cheguei com isso.

Sem perceber o celular estava de volta em minha mão e o número de Tomaz estava na tela de discagem.

Entrei na garagem do prédio e disquei.

Eu até teria completado a ligação.

Mas me deparar com Andrew vindo com as crianças não estava nos meus planos

A tarde se arrastou, não pude me concentrar em nada. A culpa estava me matando e a angústia percorria dos pés a cabeça.

Droga!

E se eu tivesse sido mais maleável? Se eu tivesse ido? E se, droga! E se eu tivesse realmente usado a gravidez para fazê-lo ficar?! Como eu gostaria que ele tivesse ficado.

E agora que ele está aqui eu não consigo dizer isso a ele. Eu mal posso olhar em seus olhos.

Eu não posso continuar deixando meus filhos sem conhecer os pais por orgulho.

O estrago foi feito, mas ainda há tempo de restaurar o relacionamento deles.

Eu só queria não ter sido tão egoísta.

Sem perceber eu chorava.

Por dentro eu gritava, berrava... Mas por fora as lágrimas apenas desciam em silêncio.

Levantei-me bruscamente assustando Andrew que ensinava o dever as crianças

De uma só vez peguei o telefone e sem pensar em mais nada disquei.

Uma, duas, três...

Tomaz não atendia o celular.

Droga!

Eu estava inquieta. Andar de um lado para o outro não estava sendo o suficiente.

Eu estava prestes a explodir quando meu telefone tocou.

-Tomaz?! - eu estava acelerando, era notável o nervosismo

- Oi, desculpe não atender. Está tudo bem? - Seu tom era calmo, falou devagar.

- Não, não está bem preci.. - minha voz tremia e falhava, então Tomaz me interrompeu.

- Calma Sarah, respira e fala devagar. Oque está acontecendo? - Tomaz de repente ficou nervoso. Eu não sei o que ele pensou que poderia estar acontecendo, mas eu podia sentir a preocupação em sua voz.

- Precisamos conversar! - Saiu mais rapido do que eu esperava, mas foi a única coisa que eu conseguia dizer.

- Realmente precisamos!  Tenho algo importante para lhe dizer. - Tomaz voltou ao estado tranquilo, apesar de me preocupar qualquer coisa importante que ele tenha para me dizer, ele parecia estar sorrindo e isso me deixava meio que em paz.

-Eu também - minha voz falhou, saiu mais como um sussurro porque meus pensamentos corriam e eu parecia estar no modo automático.

- Sexta a tarde? - sugeriu.

- Por mim tudo bem...

- Ótimo, depois acertamos os detalhes.

- Ok.

- Tenho uma reunião em cinco minutos. Preciso ir!

- Tchau!

- Tchau! Eu... Deixa.

Tomaz desligou sem terminar o que ia dizer, isso me deixava inquieta. Mas confesso que ouvir sua voz me deu paz. Fez com que eu me sentisse protegida e como se eu não estivesse sozinha.

Tenho receio de que quando Tomaz saiba a verdade não seja mais capaz de falar comigo dessa forma, mas eu fico feliz em saber que ainda posso contar com ele nem que seja para me ouvir.

Tomaz tinha esse poder de me tranquilizar.

Eu estava mais calma, e  já podia respirar.

Uma pitada pequena de alívio bateu.

Respirei fundo e decidi voltar para sala.

Mas ao virar-me congelei, com Andrew bem ali, na porta me esperando.

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