Hands To Myself | Interssexual

O anel

Lauren P.O.V

Passar um tempo com os amigos é certamente uma das minhas coisas favoritas. Eu sempre amei poder ficar sentada em qualquer lugar e papear com eles por horas e horas. Só que as vezes meu tempo não ajudava muito.

Todo esse sucesso do filme, e ainda por cima Camila ter me assumido na frente de todos, estava me deixando cheia de trabalhos e coisas para resolver, como reuniões com alguns empresários que queria saber sobre a forma em que eu dirigia um filme, sobre meu diploma, tudo. E ainda tinha os jornalistas. Eles começaram a me caçar por toda a Los Angeles, tirando fotos minhas com as meninas, Zach, James e Amber, me deixando extremamente desconfortável. Eu queria muito contar a Camila, mas a conhecendo como conheço, sei que poderia surtar e sair tomando medidas extremas.

— Você não precisava fazer isso, Ally. – Resmungo, dentro do carro de minha amiga. Ally e eu estávamos na porta de um grande prédio, o da Vogue, para poder acertar os detalhes do meu ensaio de fotos com Camila. Isso tudo ainda me deixava zonza. A pouco tempo eu era a pessoa que esperava ansiosa pelos ensaios de Camila, e agora vou fazer um junto com ela. Se eu estou nervosa? Imagina.

— Claro que preciso, Laur. Isso é a sua carreira, e eu disse que te ajudaria quando nos mudamos para cá. Se lembra?

Confirmo com a cabeça. – Não quero te atrapalhar no seu trabalho, Ally.

Minha amiga dá uma risadinha e diz: — Bem, se você continuar tão procurada assim, e fechar o contrato com a Universal, eu terei que largar meu trabalho para ser sua advogada pessoal.

Meus olhos brilham ao escutá-la. – Isso seria ótimo! Eu me sinto mal fazendo você correr comigo pela cidade e não te pagar. Prefiro contratar você.

A loira segura em minha mão firmemente, dando um de seus sorrisos encorajadores, o que sempre me fez sentir melhor. – Não se sinta mal. Eu faço isso para você de bom grado, nós somos irmãs, se lembra? Agora, vamos lá!

Quando saímos do carro, fico espreitando tudo, vendo se não há nenhum jornalista, e não tem. Respiro mais aliviada. O prédio da Vogue era elegante e enorme, havia vários funcionários zanzando de um lado para o outro — o me deixa tonta — carregando papéis, roupas, e gritando ordens uns aos outros. Uma secretária loura guia Ally e eu para uma espaçosa sala de reuniões, nos oferecendo algo para beber, e aceito um suco, já Ally recusa.

— Aqui é bem grande. – Ela comenta, passando seus olhos por todo o espaço e parando nas grandes janelas que ali tinham, dando uma visão linda de Los Angeles. – Será que dá para ver a casa da Camila daqui?

Brinca, e dou de ombros, batendo meus dedos nervosamente em minha calça jeans preta. Essa era uma escolha de Normani, da época em que assinei o contrato com Camila. Parecia que foi há anos atrás, e me questiono como as coisas mudaram. A loira retorna com meu suco e acompanhada de 5 homens vestidos de ternos pretos e gravatas azuis. Me levanto da cadeira, e Ally também, e eles nos dão as mãos.

— É um prazer conhecê-la, senhorita Jauregui. Estávamos bem ansiosos. – Quem fala é um homem mais velho, baixo e de cabelos grisalhos. – Pode se sentar. Temos muito a discutir.

Ele olha para Ally esperando uma apresentação, e ela toda formal, se apresenta. – Sou Ally Brooke, advogada da senhorita Jauregui.

Ele ergue a sobrancelha ao ouvir a palavra advogada, mas nada diz. O começo da conversa é totalmente ligado a Ally, pois eles discutem sobre termos legais, cachê, entre outras coisas, e eu viajo para um lugar isolado de minha mente, pensando na saudade que sentia de Camila. Dinah e Zach haviam sugerido um jantar em minha casa hoje, para que eu apresentasse minha noiva e lhe desse o anel. Sim, um anel. No instante em que Camila me pediu em casamento eu senti como se meu mundo saísse fora do ar, e mal continha minha felicidade. Eu queria loucamente colocar uma aliança em seu dedo, então liguei para meu pai. Ele gentilmente, e afoito com a notícia de meu noivado, me enviou a sua aliança de casamento com minha mãe, e Clara fez o mesmo.