Capítulo 2

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Karla saltou rapidamente do carro da mãe e lhe deu um beijo de despedida na bochecha. Em seguida, ela sorriu ao ver que Fabricia estava a sua espera. Percebeu que a amiga também estava com uma cara triste. O que tinha acontecido? Será que a tia Soraya tinha batido nela?

— Que carinha é essa, Fafá? — perguntou Karla, carinhosamente. — A sua tia tentou te bater novamente?

— Não. Ela só não me deixa explicar mais nada. Tá um saco, isso!

— Deixe ela para lá! Você só não pode deixar que ele te bata, como a aquela vez que te encontrou com uma menina na praça e te deu umas chineladas no meio da rua.

— Nem me lembre... A minha tia é muito louca! — suspirou — Você acredita que ele não me deixa nem mais pegar um bombom que ela faz para vender? Isso é muita maldade! Tanto chocolate e bolo lá em casa e eu não posso provar um pedacinho!

Karla fez um biquinho e disse:

— Oh, meu Deus! Eu te compro bombons! Agora esquece os bombons daquela bruxa!

Fabricia sorriu.

— O que eu faria sem você, hein? Te amo, minha melhor amiga! — declarou Fabricia, agarrando a amiga e lhe dando um beijo na cabeça.

— Eu também e muito!

As duas continuaram abraçadas. De repente, o sinal tocou, Karla saiu do abraço da amiga e disse:

— Vamos para a aula. A professora Geórgia odeia que os alunos cheguem atrasados.

— Verdade! Oh, professora mal amada. — deu uma risada, enquanto caminhava com a amiga. — Ela está precisando de uns tratos.

Karla deu um tapinha no ombro dela.

— Calma, Kaká ! Eu não disse que eu é que faria isso.

— Sei... — sorriu Karla, desconfiada.

As duas entraram na sala. A professora Geórgia as olhou com uma cara de reprovação, mas não disse nada. Karla e Fabricia sentavam no fundo. Elas até colocavam as carteiras uma perto da outra. Faziam tanto isso, que os professores acabaram aceitando, menos em dia de prova.

Geórgia começou a aula de História, e a chuva começou lá fora. Enquanto a professora falava, apareceu um rapaz alto, loiro e olhos verdes na sala. Ela percebeu que a turma não parava de olhar para ele e perguntou:

— Bom dia, rapaz! Você vai estudar nesta turma?

— Sim. Desculpe o atraso, professora. Eu sou o Rodolfo. — disse ele, pegando na mão dela.

Geórgia não pegou na mão dele, apenas o mandou se sentar em uma cadeira na frente de Karla e Fabricia. Em seguida, todos voltaram os olhares para a professora.

Mas Karla não tirava os olhos nem um segundo daquele novo colega, e Fabricia percebeu.

— Para com isso! Você está dando muito bandeira! — declarou ela, nos ouvidos da melhor amiga.

Karla a olhou com uma cara séria e comentou no ouvido dela:

— Não dá! Ele é perfeito!

Ela voltou o olhar para as costas largas dele. De repente, ele virou-se para elas e as cumprimentou em tom baixo.

— Olá, meninas! Eu sou o Rodolfo!

— Nós já sabemos, querido! — respondeu Fabricia, o encarando.

O cara dos meus sonhos (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora