Capítulo 9

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Alguns metros depois da casa de Karla, Rodolfo observou uma garota de cabelos castanhos olhando o mar, encostada na ponte. Ele ficou curioso em saber quem era e resolveu parar o carro. Ele percebeu que ela estava muito distraída, porque não se moveu ao perceber que tinha alguém se aproximando.

Tocou no ombro dela e disse:

— E aí, gatinha!

A garota se virou e o sorriso dele se desfez na hora. Era a Fabricia que estava ali, esperando um momento certo para se desculpar com Karla por causa do jantar. Tinha saído escondido, ao perceber que a tia estava roncando no sofá.

— Rodolfo?

— Olha só... Fabricia! O que está fazendo aqui? Não deveria estar jantando conosco?

— Eu não pude ir por causa da minha tia.

— Entendo... Você é uma cachorrinha da sua tia, né?

— Olha como você fala comigo, garoto! Eu sabia que você não era coisa boa!

Ele riu.

— Eu? Você é lésbica e a coisa ruim sou eu?

— Quem te contou isso?

— Ninguém. Os seus ciúmes pela Karla contaram para mim.

— Você não tem nada a ver com isso. E eu e ela somos amigas!

— Claro... Vou fingir que acredito!

— Aonde você quer chegar?

— Olha... Você vai direto ao ponto! Eu gosto disso.

— Por que tanta raiva?

— Eu quero a Karla para mim, Fabricia. É simples assim. Só que é ruim ela ter uma amiga como você.

— Então eu pensei... Eu preciso dizer para a Karla que ela precisa se afastar de você... E ela aceitou. Não é o máximo?

— Eu não acredito nisso! A Karla nunca se afastaria de mim!

— Será que não? Ela não é lésbica. Entendeu? Não... Deixa eu explicar melhor no seu linguajar... Ela não curte lamber boceta!

Fabricia ficou furiosa e levantou a mão para ele, mas ele a pegou pelo braço.

— Você tem que ficar bem longe dela. Entendeu? — disse ele, apertando o braço dela.

— Eu nunca vou ficar longe da Karla! Ela não merece um cara mulherengo feito você.

— E você merece? Eu ouvi dizer que você pegava todas na balada... Então não é muito diferente de mim.

— Me solta! Tá machucando o meu braço.

Ele soltou e deu um soco no rosto dela. Fabricia caiu no chão com o nariz sangrando. Rodolfo se agachou perto dela e declarou, apontando o dedo para ela:

— A minha vontade é de jogar você dessa ponte, sabia? Mas a Karla vai ficar muito tristinha... Então vai ser só isso mesmo... Mas tem uma coisa: Se você contar que fui que te soquei... Eu mato a Karla! Aí não vai nem eu e nem você que vai ficar com ela... E não tente duvidar da minha palavra...

Ele se levantou e ela começou a chorar. Ele sorriu e disse:

— Nós vemos no colégio, Fafá.

O cara dos meus sonhos (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora