O cara dos meus sonhos (Romance lésbico)

Capítulo 26

O dia amanheceu. Fabricia acordou um pouco sonolenta. Não tinha dormido muito bem na noite passada. Ela estava tentando decidir o que faria com a sua vida, ou melhor, se casaria ou não com a Rita. Mas será que iria dar certo? O amor poderia ser construído ao longo dos anos?

Durante o café, ela comentou com a tia sobre a proposta de Rita.

— Como assim, Fabricia? Aquela mulher quer te levar para o exterior?

— Sim. Além disso, ela quer se casar comigo.

— Eu não sei... Você ainda é muito nova... E se acontecer alguma coisa?

— O que poderia acontecer? A Rita é louca por mim.

— Eu entendo, mas se sua mãe estivesse viva... Eu não sei se ela deixaria.

— Mas não está. A senhora, sim, está aqui. E pode decidir a minha felicidade.

— Isto é muito forte! Decidir sua felicidade... Tem certeza que seria feliz com ela? — perguntou a tia, tomando o café preto.

— Claro que sim. Ela é tudo que eu estou precisando agora... Nunca pensei em me amarrar em alguém. Mas com ela, estou vendo essa possibilidade.

— Eu até tinha comentado com a Karla, que você e a Rita deveriam namorar... Mas a sua amiga ficou muito sem graça.

— A Karla ficou sem graça? — perguntou Fabricia, curiosa.

— Sim... E é por isso e por aquele beijo que eu vi no sofá que pergunto: Vocês duas tem alguma coisa?

— Não, tia. A Karla é hétero.

— Sei... — pensou um pouco — Então, tudo bem. Eu aceito você ir para o exterior com a Rita.

— Sério, tia? Isto é o máximo! — disse Fabricia, comemorando e dando um beijo na bochecha da tia.

— Eu espero não me arrepender, Fabricia...

— Não vai. — pegou a mochila e saiu pela porta da sala.

Fabricia e Igor foram caminhando juntos para o colégio. Ela disse que a tia tinha aceitado e agora só faltava dizer a decisão final para a Rita.

Quando tocou o sino, todos entraram e ficaram felizes em rever a Fabricia, que já estava uma semana sem assistir as aulas. Mas Karla agiu indiferente a ela. Não disse nada e nem fez esforço para olhá-la.

E assim foi até o restante das aulas. Karla ignorou bastante a amiga, mas estava achando estranho que Fabricia não estava triste e, sim, feliz com alguma coisa.

O sino tocou para todos irem embora. Igor se aproximou de Fabricia e perguntou:

— E aí? A Karla falou com você?

— Não. Ela mal me olhou hoje.

— Nossa... Ela é muito otária!

— Igor...

— Ok. Eu sei que você não gosta que fale mal dela, mas a Karla é muito mais infantil do que eu pensava. Por isso, você precisa mesmo investir na Rita.

Os dois ficaram conversando em frente ao portão. Enquanto isso, Karla estava sentada em um banco do colégio, olhando os dois, até a sua mãe chegar para buscá-la.