Fabricia acordou com o barulho de algumas batidas fortes na porta. Era a sua tia gritando para que ela acordasse e fosse para o colégio. Ela ficava muito irritada quando a sobrinha perdia as horas. Mas não tinha outro jeito. Ela não queria ver a cara dela a manhã inteira, por isso tinha que a chamar.
— Já vou, tia. — declarou Fabricia, esfregando os olhos.
O celular já marcava seis e quarenta. Tinha se esquecido de colocar o despertador para despertar às seis horas. Mas também, quando chegou da casa da melhor amiga, ela não teve mais forças para pensar em nada. Apenas deitou-se na cama e algumas lágrimas desceram ao seu rosto antes de adormecer por completa.
Ela foi até o banheiro e se arrumou rapidamente. Ao chegar à mesa do café, só tinha um pão de ontem e café preto. A tia fazia muitos bolos e tortas para vender, mas custava muito oferecer para a sobrinha ou alguma visita.
Fabricia não quis comer. A tia observou e a perguntou:
— Não vai comer nada?
— Eu já estou muito atrasada. — disse a sobrinha, abrindo a porta da sala.
— Você só está atrasada porque chegou tarde da casa de sua amiga.
— A senhora vai implicar até com a minha amizade com a Karla? — disse ela irritada, saindo e batendo a porta.
— Fabricia... Oh, menina mal criada! Credo!
Fabricia chegou ao colégio, pedindo permissão para entrar na sala. A aula já havia começado há dez minutos. Karla já estava conversando com Rodolfo. A amiga precisou disfarçar a insatisfação com aquela cena. Não queria que a garota ruiva descobrisse que ela estava morrendo de ciúmes dela.
— Você demorou... Aconteceu alguma coisa? — perguntou Karla.
— Não. O que poderia ter acontecido?
— Não sei... Eu estava dizendo para o Rodolfo sobre o jantar que vamos ter hoje à noite lá em casa...
— Jantar? — perguntou Fabricia, distraída e debruçada sobre a mesa.
— Sim. O meu pai fez questão de ver vocês dois lá.
— É verdade que o pai dela cozinha muito bem, Fabricia? — questionou Rodolfo, olhando para ela.
— Sim. Ele é ótimo na cozinha. — declarou ela, nem olhando para a cara dele.
— Então estou louco para provar. — falou ele, com um sorriso no rosto.
— Você vai amar. Além disso, ele é técnico de informática.
— Nossa! Que maravilha. Meu computador sempre estraga lá em casa e fico sem saber para onde ligar. — disse ele.
Fabricia continuava com o rosto escondido na mochila sobre a mesa. O professor de Português, o senhor Rubens, um homem de quarenta anos, gordo e moreno, chamou a atenção dela.
— Senhorita, Fabricia! Não admito que durma na minha aula.
Fabricia levantou o olhar para ele e pediu desculpas. Karla olhou para ela e disse:
— Você não parece ter dormido bem ontem. Por acaso saiu com alguma menina?
— Não enche o meu saco, Karla. — tirou o olhar dela — Vamos prestar atenção na aula.
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O cara dos meus sonhos (Romance lésbico)
Roman d'amourPLÁGIO É CRIME! É PROIBIDA A DISTRIBUIÇÃO OU CÓPIA DE QUALQUER PARTE DESSA OBRA SEM O CONSENTIMENTO DA AUTORA! © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Sinopse: O que fazer quando se descobre que está apaixonada pela melhor amiga? Fabrícia se viu nesta situ...