Capítulo 19

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Fabricia ficou muito surpresa com o que Beth tinha dito. Mas não acreditava que o pai dela fosse o seu também. Seria muita coincidência, e para ela esse tipo de coisa só acontecia em novelas e filmes.

— Não acho que ele seja o meu pai... — declarou Fabricia.

— Mas você nem o conheceu. Como pode dizer isso?

— Tá... Vamos dizer que eu ache que é... Ele está disposto a se aproximar?

— Claro que sim. Eu comentei sobre você e ele ficou muito intrigado.

— Olha, Beth, sinceramente... Eu não estou muito a fim de saber quem foi que comeu a minha mãe.

— Mas você não pode pensar assim... Tem que saber quem é o seu pai.

— O problema que o meu pai não passa disso... Ele sumiu quando a minha mãe ficou grávida. Como posso querer saber de uma pessoa dessas?

— Eu entendo a sua indignação, mas tem que dar uma chance... O meu pai se arrepende muito pelo o que fez.

— E o seu pai verdadeiro? Fez o mesmo?

— Não. Ele morreu quando eu nasci. Ele estava andando de moto e acabou batendo em um cavalo.

— Nossa... Sinto muito.

— Tudo bem. Eu não tive como conhecer o meu pai, mas você pode ter a chance... Então não desperdice.

— Beth... Nós não sabemos se ele realmente é meu pai...

— É por isso que ele deseja conversar com você. Ele está lá em casa agora... Quer que eu o chame?

— Tudo bem. Mande o vir.

Enquanto isso, Fabricia ficou pensativa no sofá. Em poucos minutos, Beth apareceu com o pai na frente da casa de dona Soraya. Igor viu os dois e lembrou-se que havia se esquecido de contar a melhor amiga que Beth tinha dito.

Depois de se cumprimentarem, Beth e Joaquim sentaram-se em um sofá, e Fabricia sentou-se no outro.

— Então, Fabricia... Eu agradeço muito por você ter me dado à oportunidade de conversar sobre esse assunto... A Beth tinha me dito que você havia sumido. Que bom que voltou.

— Obrigado. O senhor pode contar sua história para vermos se as coisas batem...

— Ok. — ele suspirou — A mulher que eu engravidei se chamava Olivia. Nos conhecemos na festa de aniversário da nossa cidade. Ela tinha 17 anos e eu tinha 19 anos. No começo, nós dois estávamos tímidos, mas passamos a nos encontrar. Foi crescendo uma amizade, e daí vimos que tinha algo mais. Então começamos a namorar. Infelizmente, o pai dela não aceitou muito bem o nosso namoro. Eu não tinha um trabalho. E ele disse que eu precisava me afastar dela ou poderia fazer algo comigo. Quando ela disse que estava grávida, eu acabei fugindo e perdendo o contato dela para sempre.

Ele estava muito emocionado, e Fabricia tentou dizer algo:

— A minha mãe se chamava Olivia. Ela só me disse que o meu pai não queria responsabilidade naquele momento.

— É... O pai dela não deve ter dito nada do que fez a mim.

— Pai, tem uma foto da mãe dela... O senhor quer ver? — questionou Beth.

O cara dos meus sonhos (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora