Capítulo 3

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O sinal tocou, e Fabricia saiu rapidamente da sala, sem esperar por sua amiga. Quando o intervalo terminou, ela não tinha trocado mais nenhuma palavra com Karla até terminar as últimas aulas. Além disso, teve que aguentar os olhares apaixonados entre ela e o Rodolfo.

— Ei! Pode me dizer por que está assim? — perguntou Karla, segurando o braço da amiga.

Fabricia olhou para ela e revirou os olhos.

— Será que dá para me deixar ir embora?

— O que está acontecendo? Tudo isso é por causa do Rodolfo?

— E se eu disser que é por causa dele?

— Eu vou dizer que você está com ciúmes. — falou Karla, nervosa.

— Não é ciúmes, Kaká . — suspirou — Eu só me preocupo com você, porque às vezes você é muito...

— Ingênua? Até quando você vai pensar isso de mim?

— Kaká ... Eu...

— Não diga nada. A minha mãe está me esperando no carro.

Karla foi em direção ao carro da mãe dela. Enquanto isso, Igor apareceu perto de Fabricia.

— E aí? Rolou mais uma treta, né?

— Por que a Karla às vezes tem que ser...

— Ingênua?

— Caraca! Até você pensa isso dela? Ela até ficou irritada comigo por causa disso.

— E como não? Você sempre me fala que ela espera o cara dos sonhos. Na boa, isso não existe. Ninguém é perfeito para ela pensar assim.

— Além de ser ingênua, ela é muito teimosa! Não sei o que eu faço, cara.

— Mas eu sei! Vamos almoçar lá em casa? A minha mãe falou que ia preparar aquela macarronada que você adora.

— Não sei não, cara. Você sabe como é a minha tia Soraya...

— Deixa disso. Ela não vai se importar. Na verdade, ela nunca se importa com você, né? Se fosse minha tia, eu já tinha a mandado para o espaço.

Em casa, dona Ivone percebeu que Karla estava triste e pensativa. Além disso, não tinha dito nada sobre o primeiro dia de aula em uma série nova, coisa que ela sempre fazia em todos os anos.

Então se sentou no sofá perto da filha e perguntou:

— Me deixa adivinhar... Você brigou mais uma vez com a Fabricia, não é?

— A senhora sempre sabe... — suspirou, tristemente.

— É eu sei. Você e a Fabricia tem dois anos de amizade, mas parece que tem muito mais anos. E quando brigam, você fica toda tristinha e abatida, como está agora.

— Ela sempre diz que eu sou ingênua, e eu detesto isso.

Dona Ivone ficou calada, e Karla a questionou:

— A senhora acha que eu sou ingênua?

— Filha, eu só acho que você é sonhadora como qualquer garota na sua idade. — disse a mãe, tocando no cabelo da filha.

O cara dos meus sonhos (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora