Capítulo 6

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O intervalo terminou. Fabricia ficou bastante pensativa com que o seu amigo Igor tinha dito. Uma namorada? Será mesmo que arrumar alguém faria esquecer-se de sua melhor amiga? Como Karla reagiria a isso? Ela não sabia. Mas precisava descobrir ou iria enlouquecer de vez com o pensamento na garota ruiva.

Ao voltar para a sala, ela viu Karla sorrindo para Rodolfo. Os dois até pareciam já estarem namorando. Então, sentou-se na cadeira, e a conversa dos dois parou no mesmo momento. Karla olhou para ela e se perguntou por que a amiga estava com uma cara tão pensativa.

— Você quer ir lá em casa depois da aula?

— Não vai dar. Eu tenho que ajudar a minha tia em algumas coisas...

— Ok. Mas não se esqueça do nosso jantar hoje à noite, hein?

— Putz! Eu me lembrei de que tenho que falar com a minha tia sobre isso.

— Como assim, cara? Você não falou com ela?

— Ela vai aceitar de boa, Karla.

— A sua tia nunca é de boa, Fabricia.

— Eu vou estar lá. Ok?

— E eu também! — interrompeu Rodolfo, com um grande sorriso no rosto.

Fabricia virou o rosto para outro lado e revirou os olhos. Karla sorriu para ele, como sempre.

Na hora de ir embora, Rodolfo se despediu das duas. Karla olhou para a amiga e notou que ela estava um pouco desconfortável com alguma coisa.

— A sua tia anda te batendo, Fafá?

— Não. Ela só me bateu umas duas vezes só, Karla. E eu mereci também, confesso.

— Não. Você não merece que ninguém te bata.

— Mas você sabe como ela é... Ela me pegou duas vezes na cama com mulher porque tem a cópia da chave do meu quarto.

— Isto é invasão de privacidade.

— Esquece isso... Não quero mais problemas com ela. Por isso, faço o que tenho que fazer na rua mesmo.

— E fica correndo perigo com essas putas, né? — disse ela, com os braços cruzados, encarando a amiga — Eu queria tanto que você encontrasse alguém e fosse feliz de verdade.

Fabricia ficou sem graça e comentou:

— É isso que me deseja? Que eu me amarre a uma só pessoa?

— Sim. É o melhor que você tem a fazer... E acho que sua tia implicaria menos com você.

Fabricia sorriu.

— É... Mas continuo achando que ela só vai parar de me implicar quando eu arrumar um namorado.

— Pode ser... Mas tenho certeza que as coisas vão ficar melhor assim. O que acha, mocinha? — perguntou, sorrindo.

— É uma boa ideia... Vou pensar nisso.

O carro da mãe de Karla apontou na frente da escola. Então Karla se despediu da amiga com um beijo no rosto e foi até a dona Ivone.

Dona Ivone deu um tchauzinho para Fabricia e perguntou a filha:

— Ela não vai passar o dia com você?

O cara dos meus sonhos (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora