Bônus

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Jorge

— Gostosa, como você é gostosa. Me deixa louco, sabia?

— Jorge, você não presta. Se Bernardo sequer sonhar o que acabamos de fazer em cima da mesa dele, com certeza nos mata.

— Ele não saberá. Essa mesa é minha, agora. Bernardo tem trabalhado mais em casa do que aqui. Sua amiga deixou o meu amigo virado do avesso. Nunca o vi tão envolvido com alguém depois que se separou. Me arriscaria a dizer até que está muito apaixonado, o que é uma novidade, pois, mulher nenhuma esquenta lugar em sua cama já faz um bom tempo.

Tenho trabalhado para o meu amigo e ocupado o seu escritório, o que o faz ter mais tranquilidade e tempo para ficar em casa e fazer apenas o que só ele pode resolver. Mas não é muita coisa, tirando as viagens que Suelen, sua nova secretária marca e providencia tudo nos mínimos detalhes, o resto é comigo. Em breve a filial de Hollywood será inaugurada. Fico feliz por ajudá-lo com isso.

— Seu telefone continua chamando, não vai atender? — Olho para o aparelho que pisca insistente o nome da Tamisa na tela, ela não desiste nunca. Liga todos os dias várias vezes, e é ignorada em todas elas.

— Não é nada importante. Vamos comigo para o hotel, preciso tê-la mais uma vez antes que fuja novamente. Eu preciso estar dentro de você e vê-la rebolar esse traseiro brasileiro lindo montada em mim.

— Preciso ir para casa, tenho ficado pouco tempo com a Helô. Não estou dando a minha amiga toda a atenção e apoio que ela espera de mim.

— Acha mesmo que ela está se sentindo sozinha? O Bernardo não desgruda mais dela, tenho certeza que ela não tem tido tempo nem para se lembrar que você existe. Conheço o meu amigo. Aposto o que você quiser que ele tem a mantido bem ocupada, se é que me entende.

— Jorge, a Helô nem se recuperou direito ainda. Está dando um duro danado na fisioterapia. Que eu saiba só rolou uma vez, se algo tivesse acontecido entre eles ela teria me contado.

— Haa gostosa, com Bernardo ela não teria escolha. Sei o que estou dizendo. Aquele devasso a possuiria ainda que estivesse mexendo apenas a cabeça, se essa for a sua vontade. De nós três, ele sempre foi o mais safado, e consequentemente o que mais pegava mulheres. Todas ficavam suspirando pelos cantos depois, mas ele nunca repetia. Estava sempre em busca de carne fresca. Por isso digo com firmeza que sua amiga o fisgou. Ele se apaixonou por ela, tenho certeza.

— Um homem assim não se apaixona nunca. — Ester disse com um certo tom de raiva em sua voz, tomava as dores de Heloísa.

— É aí que você se engana minha linda, quando a paixão chega a tomar esse tipo de coração, ou ela é o balsamo que cura qualquer ferida ou a ferramenta que o quebra para sempre.

— Heloísa é uma boa pessoa, não existe nenhuma maldade em seu coração. A não ser a maldade que ela conheceu vinda de outras pessoas, o que não vem ao caso agora.

— Tomara que sim, ou terei um amigo quebrado para ajudar a concertar. Agora chega dessa conversa, vamos logo antes que Carson decida meter o nariz onde não é chamado e apareça por aqui.

— Ok, você venceu. Fico algumas horas com você lá e depois vou para casa.

Antes que minha maluquinha mudasse de ideia, agarrei sua mão e saí do prédio com ela pela garagem. Carson disse que precisávamos conversar, mas eu não estava com a menor paciência. Só queria estar com a Ester. Ela estava mexendo comigo para valer, tanto que eu nem pensava mais em voltar para casa tão cedo. Nem do sexo louco com Tamisa eu sentia falta, na verdade, a submissão a qual ela me impunha, me deixava totalmente constrangido. Eu só aceitava porque pensava estar apaixonado por ela, até conhecer a Ester. Seu jeitinho de moleca me fascinou desde o primeiro momento que ela sorriu para mim pela primeira vez. Depois do primeiro sexo me perdi de vez, ela era tudo e mais um pouco. Sua simplicidade era a camuflagem perfeita para uma mulher linda e viciante. Eu estava apaixonado, e estava gostando muito disso.

Quando saí da garagem, Carson surgiu em meu campo de visão, me fazendo frear bruscamente de uma só vez.

— Ficou louco, Carson? Quase que te atropelo, está querendo morrer? — Ester me olhou assustada pela maneira que eu gritava.

— Calma anjo, deve ter acontecido alguma coisa. Ele está vindo falar conosco.

— Calma um caralho, não se entra na frente de um carro para pará-lo. Bastava ter sinalizado para mim.

— Boa tarde senhorita Ester. — O bastardo se dirigiu a ela com um sorriso safado no rosto.

— Boa tarde, aconteceu alguma coisa? — Ela estava realmente preocupada.

— Ainda não. Como vai totó? Quase não o vi essa semana.

— Me parou desse jeito porque estava com saudades de mim? Bastava ter subido até o escritório e me procurar. Sabe que tenho trabalhado por lá. E eu já pedi para não me chamar assim.

— O que foi, recebeu alguma ligação que tenha o deixado de mal humor? — Como ele sabia das ligações de Tamisa? Esse idiota deve ter falado com ela depois que cheguei, não há outra explicação. Bom, de qualquer forma, não estava mais interessado. Por mim ele que fizesse bom proveito da ex mulher do nosso melhor amigo. Coisa que ele nunca teve coragem de fazer por lealdade excessiva ao Bernardo.

— Não, amigo. Mas pode deixar que se receber, direciono a chamada para o seu ramal no Arcádia. Adeus.

— Tenha uma ótima noite, totó. Bons sonhos. Senhorita? Tenha uma boa noite.

Não gostei do sarcasmo que Carson usou para falar comigo, parecia haver alguma coisa além do que ele expressou. Talvez quisesse falar de Tamisa, mas com Ester a meu lado preferiu não dizer nada. Eu realmente precisava dar um fim a essa situação. Carson me julgava por ficar com a ex do Bernardo, quando na verdade era apaixonado por ela e desejava estar em meu lugar. Em um tempo bem distante, éramos ótimos amigos. Tiraria um tempo para conversar com ele ainda essa semana, já estava ficando chato essa nossa troca de farpas sempre que nos entravamos. Sem contar que Bernardo estava alheio a toda essa confusão, mas já percebia que algo não estava certo entre nós.

Fiz o trajeto até o hotel em silêncio e de cara amarrada, fiquei intrigado com a pergunta do Carson. Enquanto não tirasse isso a limpo, não ficaria sossegado. Senti o toque suave da mão de Ester em meu rosto. O calor de sua pele neste simples gesto fez meu pau reagir. Tínhamos uma química perfeita.

— Você ficou mesmo chateado com aquela conversa esquisita, não é? Se quiser, pode me levar para a minha casa. Talvez queira ficar sozinho. — Com ternura na voz e delicadeza nas caricias que fazia em meu rosto, ela perguntou.

— Não mesmo, minha linda. Agora mesmo que preciso de foder de todas as formas possíveis, enquanto você aguentar. Preciso me acalmar, e nada neste mundo me deixaria mais calmo que estar dentro de você.

Saímos do carro quase correndo, meu desespero em chegar logo e possuí-la novamente era incontrolável. Eu estava viciado nesta mulher, quando mais eu a tinha mais eu queria. Entramos no elevador aos beijos, assim que ele se colocou em movimento, a imprensei contra o espelho e devorei sua boca com volúpia. Minha ereção estava tão intensa que chegava a doer, então me esfreguei nela para que soubesse o quanto eu a desejava naquele momento. Ouvimos aquela voz irritante anunciar o nosso andar e soltei. Mas continuei segurando uma de suas mãos. Seus cabelos se encontravam desgrenhados pelos amassos de minutos atrás, ainda assim estava linda de morrer, ou de matar. De me matar. Não passei pela recepção antes de subir, se havia algum recado do Bernardo ou de qualquer outra pessoa, que esperasse até que eu acabasse com Ester. Nada era mais importante agora. Cruzei o corredor quase correndo com ela atrás de mim, abri a porta e voltei a beijá-la com a mesma voracidade de antes. Nada me preparou para o susto que levei em seguida.

— Ora, vejam só. Será que preciso de um balde com agua gelada para separar o meu cachorrinho dessa vira-latas?

***

Um devasso nos meus sonhos ( REPOSTANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora