Um espécie de diário!

Preciso de ti

Esta dor insuportável, estas saudades que me matam, o saber que nunca mais  me vou poder sentir segura nos teus braços!
Avó, meu querido avô! Porquê que a vida nos fez isto? Porquê a ti? Porquê a nós? Porque não te fui ver naquela segunda feira? Porque não acordei mais cedo para ir para o hospital contigo?
Queria lá estar avô queria que partisses a ouvir o quanto te amo!
Estas noites em que choro antes de dormir, em que sonho contigo são horríveis! Nada voltará a ser como antes!
Como me podem pedir para criar novas memórias naquela que era a tua casa se já não tem nada teu lá, nada mesmo! Já nem tenho vontade de lá ir!
Não consigo lá estar muito tempo, porque quero sentir te lá, quero sentir que aquilo ainda te pertence mas não consigo!
Sei que pedir para voltares é algo tão estupido porque nunca irá acontecer, mas só tenho vontade de o fazer! Volta, volta para mim, para nós, traz-nos a alegria com que vivías a vidas antes da merda da doença te apanhar! Eras tão feliz, fazias-nos tão felizes! E agora? E agora avô? Eu preciso de ti, como nunca precisei de ninguém!
O teu funeral foi a coisa mais horrível pela que já passei, ver te ali deitado sem te mexeres, sem me abraçares! Só conseguia dizer para voltares, dizer que te amava!
Será que se eu acabasse com a minha vida iria ter contigo? Porque a verdade, é que ninguém sabe o que há depois da morte! Pior, eu nem sei se estás bem, se já não estás a sofrer! Tenho medo que precises de mim!
Porquê que tudo teve de acontecer assim? Porquê?
Avô eu tenho tantas saudades, é tão difícil viver neste mundo sem ti! As coisas mudaram tanto avô! Tinha tanto para te contar! Amo-te tanto! Quero-te, quero-te para sempre avô! Tenho-te comigo a todo o momento mas não me chega porque falta-me o teu carinho!
Quero uma máquina do tempo avô!
Amo-te com todas as forças que já não tenho! Levaste muito de mim contigo! Mas vou amar-te para o resto da vida com ou sem forças!