Passei a maior parte da minha vida estudando e agindo como uma adulta, não curti nada da minha infância nem da minha adolescência, e depois que a mamãe morreu tudo ficou pior. Parecia que tudo havia desmoronado, tinha pensado até em desistir da minha carreira, pois parecia que não valia a pena. Mas como dizem o tempo cura todas as feridas, e apesar de eu ainda possuir algumas, mas a saudade já não me incomoda mais como antes, pois estou cuidando das minhas feridas com todo carinho e continuo seguindo o meu rumo, e tenho em mente de que vou conseguir, por mais que demore.
As pessoas sempre me perguntam se não me sinto só, pois estou sempre no meu canto focada em meus estudos, não saio, não danço, não me divirto, é muito raro. Mas sempre as respondo com a frase do livro O pequeno príncipe. Uma frase que nunca esquecerei, levarei sempre comigo. E a frase diz o seguinte: "Você não se sente sozinha aqui no deserto? – No meio da multidão também nos sentimos sozinhos." Se pararmos para pensar, a frase é verdadeira, e sempre causa um impacto na pessoa para quem eu digo.
Fico absorta em meus pensamentos quando ouço o som da campainha. Eu abro a porta, e para a minha surpresa é Adrian.
- Está tudo bem?
- Sim. O que lhe trouxe aqui?
- Bom, trouxe um cupcake de chocolate para você.
- Poxa, sério. Eu agradeço, mas não precisava.
- Mas tem certeza que está tudo bem? Você está com uma cara estranha.
- Sério estou bem.
Adrian me entrega a caixinha do cupcake e senta-se a minha frente. Abro a caixinha e ofereço a ele, que se recusa, pois diz que é somente meu. Aprecio meu delicioso cupcake enquanto Adrian me olha atencioso.
- Ainda te acho estranha. - Ele diz.
- Sabe o que é, é que estou numa confusão absoluta comigo mesma, não sei o que ler o que escrever o que fazer. Só sei que estou sentindo falta de alguma coisa... É estranho.
- Poxa, já passei por isso. É realmente chato. Mas porque não sai uma hora você descobre algo legal para fazer.
- Não costumo sair, sabe. Mas parece que enjoei das coisas que sempre faço. Não sei o que faço.
- Quer que eu te ajude. Posso te mostrar vários lugares legais.
- Não sei, me sinto estranha em relação a isso, mal te conheço.
- Pode ficar tranquila que não vou te matar nem te torturar.
- Eu sei. - Digo sorrindo. - Só me sinto estranha. Só isso.
- Eu entendo. Qualquer coisa, só me ligar ou mandar mensagem.
- Tudo bem.
[...]
Não consigo me conter e acabo ligando para Adrian, mas sem que meu irmão saiba, pois se souber estarei acabada, meu irmão não confia muito em Adrian, ainda mais com tudo que ele fala dele. Que é um metido arrogante, se acha a última bolacha do pacote, dentre outras coisas. Eu sinceramente não achei isso dele. Mas admito que acho bem enigmático ele querer me ajudar, mas não ligo, ele pode me cantar e tentar ficar comigo que não irá acontecer nada, pois eu não quero nenhum tipo de relação com ninguém, aliás, tenho prioridades na minha vida no momento. E mesmo que venha a ser só uma "ficada" prefiro passar longe.
Adrian surge em minha porta, com uma moto enorme, estilo de gangue. Meuu coração bate mais forte, pois morro de medo de moto, apesar de meu irmão ter uma, nunca andei com ele.
Adrian capta o meu temor.
- Pode ficar tranquila, Abby, não vou te deixar cair, piloto moto há muito tempo.
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Passion
RomanceAbigail Patel aprendeu cedo que a vida não é fácil. Ela é uma mulher batalhadora que corre atrás de seus sonhos. Formada em advocacia, trabalha em um pequeno escritório no centro da cidade. É uma mulher humilde que se dedicou aos estudos e não teve...