Capítulo12: Desolação.

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ADRIAN HILL.

Estava me sentindo despedaçado, sem vontade de fazer qualquer coisa. Sei que dei tempo para ela pensar, mais não aguentava esperar, queria ir até ela, abraçar, beijar, sentir seu corpo. É estranho para mim não ter ela ao meu lado, sem acordar com uma mensagem sua de bom dia ou abraça-la após um dia longe e estressante em seu trabalho. Estava me sentindo só. Era como se um pedaço de mim tivesse sido arrancado. Comecei a aprontar currículos colocando minha área de administração, a única faculdade que consegui terminar, mas nunca exerci a profissão. Fiz somente por fazer, para ocupar tempo. Na minha cabeça eu só conseguiria ir bem na luta, não consegui fazer nada além disso.

- Por que você não começa a lutar profissionalmente? – Elliot diz, enquanto analisa o meu currículo digitado no computador.

- Não é tão simples.

- Você pode começar em uma academia, quem sabe você não faz uma estreia em um campeonato amador, aos poucos você vai ganhando fama. Não tem jeito, as coisas acontecem devagar, você é muito apressado.

- Ok. Irei me inscrever em alguma academia.

- Eu conheci um instrutor, quer que te apresento a ele?

- Ele é bom.

- Ao que me parece sim.

- Então pode me apresentar.

- Isso aí, tenta de todas as formas. Se não você acabará se ferrando, cada vez mais.

- Eu sei.

O bebê de Elliot começa a chorar muito alto. Desde que ele nasceu Elliot não tem tempo para nada, ele trabalha de madrugada e ela de dia, os dois revezam, então ele praticamente não dorme. Eu e Abigail ajudávamos a cuidar do bebê para que eles não se sentissem tão cansados, eu adorava ver Abby brincar com ele, ela parecia uma mãe, e eu não via a hora de ter um, só nosso. Elliot corre para o quarto e eu fico na sala, pensando e pensando. O meu celular toca, e é o toque do número dela. 

Atendo rapidamente.

- Preciso de você, agora. Meu pai morreu. - Ela diz, com uma voz de choro.

Ela me diz onde é o hospital, pego minha moto para ser mais rápido, ela precisa de mim neste momento.

[...]

ABIGAILL PATEL

Eu não conseguia crer no que aconteceu. Meu mundo desabou. Lucky foi embora e me deixou sozinha, eu não tinha ninguém mais neste momento, então a única pessoa que pensei foi nele. Adrian.

Fiquei sentada no banco pasma. O mundo parecia estar em câmera lenta e sem som, só conseguia ouvir zumbidos e minha própria respiração. As lágrimas não desciam mais, eu não conseguia chorar. A ficha ainda não caiu!

Fiquei paralisada por um bom tempo tentando processar o ocorrido. Adrian adentrou o corredor e vem andando em passos lentos até mim, ele parecia com medo. Nossos olhos se encontraram, e ele me deu um sorriso amarelo com um pouco de pena na expressão do seu olhar. Adrian pegou minhas mãos e me perguntou se estava tudo bem. Eu fiz que não com a cabeça. Então ele me abraçou e eu encostei meu rosto em seu pescoço, então chorei, chorei de soluçar, agarrando minhas unhas em seu braço forte enquanto ele me apertava. Meu coração estava doendo, e muito.

[...]

Coloquei um vestido preto e simples, me olhei no espelho e meus olhos estavam inchados e com muita olheira, mais eu não precisava de maquiagem, não hoje. O tempo estava péssimo e chovia muito, peguei meu guarda-chuva e fui até o carro de Adrian e sentei no passageiro, nós dois não trocamos uma palavra até chegarmos no funeral. Algumas pessoas da família já estavam lá, cumprimentei alguns. O caixão estava rodeado de flores e o lugar cheirava a incenso. Cheguei perto do caixão aberto. Adrian colocou sua mão em meu ombro. Relaxei ao ver o rosto do meu pai, a maquiagem o deixava com uma aparência mais jovem, mais bonito, me lembrava de como ele era quando minha mãe estava viva. Talvez tenha sido bom ele ter ido, já estava em sua hora. Uma lágrima desceu do meu olho e eu limpei imediatamente.

Luke só apareceu no cemitério. Estava acompanhado de uma mulher morena e muito bonita. Ele chorava e segurava uma bíblia com um rosário em seu peito. Ele parecia sofrer mais do que eu.

[...]

Fiquei quase um mês sem conseguir trabalhar. Ficava em casa deitada em minha cama sem vontade nenhuma de fazer alguma coisa. Adrian aparecia uma vez ou outra para me dar comida e doces e fazia um cafuné em minha cabeça até eu dormir. Mais nada além disso, não trocávamos quase palavra alguma. Luke estava sumido, não apareceu desde aquele dia, eu até me preocupava, mais não conseguia fazer nada além de ficar em minha cama.

Eu estava de coração partido e me sentia só. Bom, não totalmente, eu tinha o Adrian, apesar de eu me sentir distante dele, ele estava cuidando de mim. Mas eu ainda estava brava e era orgulhosa demais pra conversar com ele, e ele idiota demais pra ignorar meu sentimento de raiva. Mais de qualquer forma eu não conseguia afastá-lo, não podia. Não conseguia estar longe dele, por mais que eu quisesse estar sozinha, comendo besteiras emagrecendo e vendo filmes tristes, quando ele vinha aqui pra casa cuidar de mim eu sentia um alívio e um conforto. Mas no fundo, bem no fundo eu não conseguia perdoá-lo. Eu era orgulhosa demais. Bom, ainda estou tentando decidir o que fazer com minha vida, não quero levar o mesmo rumo de sempre.

Olá, amigos, gostaram deste capítulo? Se sim, por favor curte e comenta, me ajuda muito e me motiva cada vez mais a escrever.

Estamos quase chegando ao fim desta história, já estou sentindo saudades. Qual será o rumo que eles irão levar? Será que os dois vão voltar? Ou não? Bom, tudo pode acontecer... Só espero que eles fiquem felizes, ainda mais depois dessas coisas ruins que estão acontecendo. Estou torcendo pros dois, espero que vocês também. Beijinhos <3 

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