Capítulo 9: Dias de felicidade.

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Três meses que já estamos juntos, e sinceramente, estão sendo os melhores meses da minha vida. Desde que minha mãe morreu, não tive esses momentos de felicidade mais. Adrian parece um anjo em minha vida, quando ele apareceu, tudo em minha vida foi mudando para melhor. Meu pai toma café, almoça e janta comigo e com o meu irmão todos os dias, é muito bom ver ele contente e conversando com a gente. Ele está até fazendo caminhada comigo aos sábados de manhã. E o Luke também mudou, passa mais tempo em casa e está menos arrogante também. Sem contar com a minha carreira, estou muito bem, pegando muitos casos e ganhando a maioria deles.

Percebi que não era só por ele que minha vida estava melhorando, era graças ao meu esforço. O maior segredo para sermos felizes é aceitar o lugar onde estamos hoje na vida, e dar sempre o melhor de si, todos os dias. Nunca me esquecerei do que ele me disse.

[...]

- Boa tarde! – Diz Adrian me entregando uma sacola do Mc Donald's. – Trouxe o seu almoço.

- Ah, obrigada, estou com muita fome.

- Eu sei e como você não se lembra de comer. Se não fosse por mim, você estaria ferrada.

- Nem me fale.

Adrian senta-se ao meu lado. Colocamos as sacolas na mesa. Eu desembrulho o papel do hambúrguer rapidamente e dou minha primeira mordida. Suspiro.

- Muito bom. – Ele diz. – Abby.

- Sim?

- Acho que o bebê de Elliot vai ser um menino.

- Por quê?

- Não sei, tenho essa impressão.

- Você quer que seja?

- Muito. Vou trata-lo como um sobrinho. Vou ser o melhor tio e melhor padrinho.

- Que bom.

- Sério. Ele vai querer sempre contar comigo, e quando estiver mais velho, vou apresentar as gatas da cidade para ele.

- Mas e se ele não gostar de mulher?

- Está louca? É obvio que vai gostar. Impossível não. Eu o faço gostar, de um jeito ou de outro.

- Primeiro, Adrian, ele não é seu filho e não cabe a você decidir se ele pode ou não gostar de uma pessoa do mesmo sexo. Segundo, abre mais a sua mente. Por mais que você aprendeu que é um homem, e que deveria ficar com uma mulher, não quer dizer que todos são iguais. Alguns não se sentem encaixados na sociedade, às vezes um homem se apaixona por um homem, ou uma mulher se apaixona por uma mulher. É inevitável. Não escolhemos a quem amar, o amor acontece. Eu me apaixonei por você, Adrian, e não escolhi isso. Aconteceu. Tenta entender mais o mundo e se colocar no lugar de outra pessoa.

- Eu sei. Eu tento compreender, mas não quero.

- Você pode ensinar a ele muitas coisas. Mas o ponto que estou querendo chegar, é que, se ele gostar de outro homem, você não vai conseguir mudar os sentimentos dele.

- Eu sei, eu sei...

Penso comigo mesma. Ele ainda tem muito que aprender.

[...]

Abro meus olhos, e vejo Adrian deitado ao meu lado. Ele ronca. Sorte a minha que tenho o sono pesado. Dou um beijo em sua testa, então me levanto e vou até a cozinha fazer algo para que possamos comer. Ainda fico abismada com o tamanho da casa e como ele consegue pagar tudo isso, sua herança deve ser muito boa.

Faço ovos mexidos com bacon. Um suco de manga e torradas. Levo tudo isso em uma bandeja para o quarto. Ele ainda está dormindo e roncando. Que sono pesado. Avalio todo o seu corpo, quando percebo uma mancha rocha em sua perna, passo a mão devagar, quando de repente, Adrian segura forte o meu pulso e olha irritado. Levo um susto no mesmo momento. Ele suspira ofegante, e quando se dá conta do que fez seu olhar muda para uma expressão triste, e então pega a minha mão e a beija várias vezes pedindo desculpas.

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