2: Não culpe o destino

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Em algum momento de nossas vidas, julgamos ou julgaremos o destino, isso sempre acontece. . .
Eu chamo de destino aquilo que não estava previsto para acontecer, como por exemplo, seu alarme não tocar de manhã e você perder a hora, e em seguida fazer tudo rapidamente para conseguir pelo menos chegar ao seu destino. Mesmo assim perde o ônibus e pega o errado, sai como uma louca correndo pelas ruas e tropeça com seus livros nas mãos e eles se espalharem por todos os lados.
Isso também poderia ser chamado de azar, mas ainda continuo com o destino.
Um belo rapaz que ali ia passando viu toda a confusão e resolveu ajudar, pegou os livros do chão e dê-lhes nas mãos da garota, por sorte ele era bonito. Então surge o momento em que eles se olham nos olhos, ela, educada, agradece, ele, gentil e simpático pergunta como ela está e se precisa de ajuda.

Como num passe de mágica tudo acontece.
Mas se eu lhe dissesse que isso não foi culpa do destino? Acreditaria em mim?
Se eu lhe contasse que eles estudam na mesma escola? Ele, um ano mais velho que ela, está no terceiro ano do ensino médio, e é um daqueles garotos que só de olhar para você te deixa sem graça, é dito como popular da escola, acha que pode conquistar qualquer garota e que todas elas te querem. Mas ele não está tão errado assim.

- Então, precisa de ajuda?

- Ah, não, obrigada!

- É. . . Me chamo Eric e você ?

- Emilly!

Ela sabia muito bem quem ele era. . . Eric, terceiro ano do ensino médio, 18 anos, alto, bonito, todos gostavam dele, popular, principalmente, entre as garotas, já ficou com quase todas, menos as nerds, lésbicas e novatas e algumas meninas que ele considerava feias.
E então, por que ele ainda não ficou com Emilly? 
É muito simples, ele ainda não tinha acabado com a lista de gostosas que tinha que pegar até terminar o segundo ano. Emilly não era gostosa, era bonita, inteligente, simpática, mas não gostosa. Isso a fez ficar por último em sua lista de garotas que, obrigatoriamente,ele teria que pegar.

Eric acompanhou Emilly até a escola e fingiu não saber onde ela morava ou em que ano estava, mas ele sabia, sabia muito.
Uma das regras para conseguir as garotas, era saber tudo sobre elas. Onde morava, estudava, quem ela era, o que gostava de fazer, o que não.
Tudo isso para ter segurança de que poderia conquistar a garota.

E não, ele não fazia tudo sozinho, seus amigos se encarregava de descobrir tudo sobre as meninas da lista.
Com Emilly isso foi mais difícil, muitas questões ficaram pendentes e Eric teve que agir assim mesmo.

Para Eric, foi muito fácil ocasionar esse atraso de Emilly.
Um dia antes pediu para que uma das suas amigas mexesse no celular dela e retirasse o alarme do dia seguinte.
E no dia do atraso, fez com que o motorista do ônibus em que ela ia para escola, arrastasse, alegando que ela iria mais tarde com sua mãe.
Ela entrou em um ônibus que estava parado no mesmo local em que o seu ficava, com a pressa nem percebeu que era o errado. Quando se acalmou, notou que aquelas pessoas não estavam indo para escola e desceu às pressas, começou a correr como uma louca na rua, até tropeçar e ser ajudada por ele.

Como pode ver nem sempre podemos culpar o destino, porque pode ter um garoto idiota com sua lista idiota de garotas a serem conquistadas.

No dia seguinte Eric foi atrás de Juju, sua amiga lésbica que fazia o trabalho de investigar as garotas que ele iria pegar.

- Cadê as informações da última garota, Juju?

- Calma, está aqui!

- Me fala, o que descobriu?

- Bem, ao que me parece, Emilly não tem pais e mora com uma mulher que ainda não sei quem é.

- Espera, é só isso que tem para me contar? Para que te pago? para me dar umas informações mixurucas dessas?

- Não! E você não me paga. Porque você mesmo não investiga então?

- Você acha que tenho tempo para isso? Nem escolhi quem é a próxima garota ainda.

- É sério isso, cara? Você é um idiota mesmo em?

- Sou e é de idiotas que as garotas gostam.

- Nossa! Eu só espero que um dia nenhuma garota faça com você o que você faz com elas.

- Está bem, para com isso! Me diz, o que mais descobriu?

- Ela não tem família aqui, só na capital, vai receber uma herança quando completar dezoito anos e ao que tudo indica, ninguém sabe quem é o pai dela.

- Aí, já temos algo em comum, não conheço meu pai mesmo.

- Cara, cala a boca! Você conhece seu pai.

- Sim, mas ela não precisa saber disso.

- Você acha que ela vai cair nisso?

- Acho! Todas caem. . .

- Mas com ela pode ser diferente, ela me parece inteligente!

- Ah, não!

- O que?

- Não acredito! você está gostando dela? É isso?

- Pelo amor de Deus! Claro que não! Só acho que tem que ser cauteloso com ela, ela não é como as outras, parece esperta, inteligente. . .

- Essas são as melhores, já estou me sentindo desafiado.

- Você não presta!

- Você também não!      (Risos)

Durante alguns dias Eric ficou observando Emilly, e Juju foi se aproximando cada vez mais dela, e tudo fazia parte do seu jogo. Com Juju perto dela, ele conseguiria informações mais facilmente. E ele poderia saber tudo que Emilly pensava dele.

Juju e Emilly ficaram bem próximas e começaram a andar juntas.

- Disfarça!

- O que?

- Você está olhando demais para Eric. Desde que ele saiu da sala.

- Ah, acha que alguém percebeu?

- Acho que não. Ele está vindo para cá.

-  E agora?  O que faço?

- Sei lá, tente agir naturalmente.

"Oi, garotas", disse Eric. "Será que poderia me dar licença, Juju", continuou.

- Ah, faz qualquer coisa...    E saiu.

"Ela está com raiva de você?" Perguntou Emilly.

 - Que nada! deixa ela.

Ele a olhou nos olhos e Emilly ficou sem graça.

- Então, gatinha, quando vamos sair?

- Não sei! Você quer sair comigo?

- Mas é claro! Você não quer?

- Quero!

- No sábado às nove, eu te pego.

Emilly aceitou sair com ele, eles saíram várias vezes durante duas semana. O que era algo estranho  para Eric, ele só passava uma semana com cada garota, mas com essa ele queria mais.
Queira que ela se apaixonasse por ele, que estivesse em suas mãos, que a qualquer hora que ele chamasse, ela fosse, quase como se ele fosse o dono dela.

Enquanto Emilly ficava com um cafajeste, Anthony conhecia o seu primeiro amor.

Nem tudo é culpa do destino, mas às vezes é.
E outras, não conseguimos enxergar o que está em nossa frente!

O lado escuro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora