40: OLHOS VERDES

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Novamente amanheceu e Emilly não voltou para casa, foi uma longa noite para todos que procuravam por ela, alguns voltaram para casa, outros continuavam.

Acharam o corpo de uma garota no rio. Todos foram até lá achando que era Emilly, ela estava completamente sem roupa, a água balançava contra o seu corpo, muita gente estava desesperadas, com medo, não podia ser Emilly, não daquele jeito.

Os detetives foram os primeiros a dar a volta no rio, mas não puderam mexer na garota, a polícia e o legista chegaram depois, o legista a virou e para surpresa de uns e alivio de outros não era Emilly, mas sim, Elisa.

Marcos ficou bastante preocupado, aquilo não era bom, não só pelo fato de que era uma morte, mas também que se fosse homicídio, a lista de suspeitos seria enorme e Emilly se ainda estivesse viva, estaria nela.

Retiraram o corpo de Lisa da água e levaram ao necrotério.

Estava quase anoitecendo, Emilly finalmente acordava, sua cabeça doía e ela não conseguia mais levantar, os seus pensamentos estavam todos confusos, não entendia o porquê de estar ali.

Mateus e Eric estavam chegando muito perto dela, eles começaram a gritar pelo seu nome, Emilly ouviu e tentou chamá-los, pôs muita força para levantar, mas sua perna doía muito, ela chorava. . .

Sua cabeça a pregava peças, presente e passado num mesmo momento misturando dois eventos distintivos, marcados por coisas parecidas, o som da voz de um garoto, o som da voz de um homem e ambos chamavam seu nome: Emilly!

Ela lembrava da vez que aquele garoto mal a empurrou do balanço a fazendo cair e quebrar o braço.  A voz que a chamou e ajudou era a mesma, só que diferente agora, mas forte, mas determinada.

O pequeno garoto a segurou enquanto a ajuda chegava, a garotinha olhou naqueles olhos verdes e viu um infinito calmo e acolhedor.

Mateus e Eric encontraram ela desacordada.

Mateus a pegou no braço — Emilly!

Ela abriu os olhos e viu novamente aqueles olhos verdes, mas dessa vez era infinito turbulento, escuro, assustador. . .

Ela pronunciou uma palavra e desmaiou. — Mateus!

Eric ficou assustado. — Ela te reconheceu?

—Não pode ser!

Ele a olhou e criou esperanças pela primeira vez em muito tempo. —Estou aqui, vou te proteger!

Levantou com ela nos seus braços e caminhou em direção ao carro.

Eric ligou para os outros para avisar que ela tinha sido encontrada e ia ao hospital.

Eles entraram no hospital e as enfermeiras já foram colocando-a na maca, uma delas colocaram ela no soro, outra checava a pressão.

— Ela está muito desidratada. A perna dela está quebrada também.

Emilly via apenas pequenos flashes de luz, vozes, ela estava quase apagando por causa da anestesia.

— Eu estou com você, vai ficar tudo bem!

Mateus estava do lado da maca dela a seguindo até eles passarem pela porta antes da sala de cirurgia.

Uma das enfermeiras falou para ele. — Não pode passar daqui!

Eric alcançou Mateus. — Vamos ficar na sala de espera!

Mateus balançou a cabeça.

Após uns quinze minutos, Clarisse, Jéssica e Juju chegaram ao hospital.

O lado escuro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora