Descartando os descartáveis

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Paulo acordou bastante cedo e viajou para a antiga cidadezinha onde trabalhou, ele tinha um plano, mataria o senhor Augusto Juarez, seu antigo patrão, e voltaria o mais rápido possível, ninguém poderia vê-lo ou saber que ele estava ali. Mas ainda podia dar alguma coisa errada e ele precisava de um otário em quem pudesse colocar a culpa.

Batem a porta, ele atende. - Paulo, o que faz aqui?

- Olá, Eric, como vai?

- Entra!

Paulo entrou na casa e foi logo se sentando em uma cadeira na sala, Eric o acompanhou e sentou em outra.

- O que você quer?

- Preciso da sua ajuda em uma coisa!

- Não sei porque você pensa que vou ajudá-lo novamente!

- Eu não penso, tenho certeza!

Paulo jogou uma maço de dinheiro na mesinha.

- Dinheiro não vai me comprar dessa vez! Eu já me meti em muita confusão, primeiro com você, depois com seu irmão, não sei qual dos dois é pior.

- Não entendo você, eu só te pedi coisas fáceis até agora.

- Até parece!

- Vai me dizer que namorar com Emilly não foi uma tarefa fácil?

- Naquela época eu era um idiota que não podia ver uma garota bonita que atacava, não sou mais assim!

- O que mudou?

- Eu cresci, conheci uma garota incrível, ela está me mostrando com é o mundo de verdade, tudo que você faz de ruim volta para você. Eu já tenho muita coisa para pagar e não quero aumentar isso, então se me da licença, tenho muita coisa para fazer!

- Tudo bem, você venceu, pode ficar com o dinheiro, não me importo!

Paulo levantou e foi em direção a porta.

- Leva o dinheiro com você!

- Tudo bem, só não se arrependa depois!

Assim que saiu da casa de Eric, Paulo ligou para Rafael.

- Descobre quem é a namorada dele!

- Por que cara? O que houve?

- Ele não vai fazer, mas isso vai mudar até o fim do dia! Descobre tudo sobre ela e rápido.

Ele desligou e começou andar em direção a sua antiga casa.

Após alguns minutos andando ele tinha chegado, pegou a chave do bolso, enfiou na fechadura, girou e abriu a porta. A casa toda estava toda empoeirada e cheia de teia de aranha, mas ele nem se importou. Chegou na cozinha abriu alguns armários procurando por seus brinquedinhos, foi colocando na mesa cada coisa que precisaria naquela missão que tinha acabado de se tornar dupla.

Um canivete, uma corda grossa, um isqueiro, dois galões de gasolina, uma fita adesiva bastante forte, um litro de sangue bovino, dedos falsos e não menos importante, a sua queridinha arma para se algo desse errado.

- Agora sim, estou preparado!

NOVA MENSAGEM:

"Laura Santos, 17 anos, estudante do terceiro ano na escola Elisete Guimarães, na rua dos Portos, sua aula sempre termina lá pelas 11:30. Bom trabalho!" Carinha feliz!

Ele esperou pacientemente sempre verificando o relógio, ás onze ele pegou sua velha caminhonete e saiu para esperar em frente ao colégio. Ele estacionou do outro lado da rua e ligou novamente para Rafael.

- Qual a aparência dela?

- Ela é magrinha, ruiva, tenho um tênis azul que sempre está com ele, está com uniforme da escola e a mochila dela combina com o tênis, é impossível não identificá-la.

- Certo!

Ele já estava impaciente, olhou o relógio. - Onze e trinta e cinco! 

Os alunos começavam a sair numa multidão de uniformes e gargalhadas, mas no meio dela estava Laura, com seu tênis azul chamativo e mochila combinando, impossível não ver.

Ele se ajeitou no banco da caminhonete, colocou as mãos no volante o apertando sem deixar de fixar o olhar na garota. Começou a segui-la devagar, a multidão se dispersou e cada grupo foi para um lado, mas Laura foi para um caminho sozinha.

Após de cinco minutos caminhando, ela já tinha se afastado o bastante da cidade para ele pôr seu plano em prática.

Começou a acelerar a caminhonete e parou ela bruscamente na frente de Laura quase a atropelando.

Ela se assustou. - ô cara, você está louco?

Ele desceu da caminhonete. - Me desculpa, eu não te vi.

- Ah, tudo bem, só olha pro onde anda da próxima vez.

Ela se virou para continuar seu caminho e foi surpreendida por uma mão em sua boca. Laura se debateu o quanto pôde, até ir apagando lentamente.

-Shiiiiiu, mocinha, você é a minha garantia.

Ele colocou ela na parte de trás da caminhonete e pôs um cobertor em cima e voltou para sua velha casa. Paulo ficou esperando um pouco dentro da caminhonete para se certificar que ninguém veria aquilo.

Ele pegou ela no braço e deixou no sofá, foi até a cozinha, ajeitou uma cadeira e voltou para buscá-la, a colocou na cadeira, a amarrou, colocou mais um pouco do sonífero em seu nariz, a amordaçou e pôs uma venda em seus olhos para que ela não reconhecer o lugar quando acordasse.

Ele caminhou até a sala como se nada daquilo estivesse acontecendo, calmamente tomou uma bebida enquanto digitava uma mensagem para Rafael.

"Primeira parte do Plano, okay!" 

Em seguida retomou à cozinha e derramou sobre o corpo dela o sangue bovino que provavelmente já estava vencido, pois estava com um cheiro ruim.

Pegou os dedos falsos e pôs sobre a mesa também derramando sobre eles o sangue, fez o mesmo com o canivete o colocando junto dos dedos.

Tirou algumas fotos dela e dos dedos encharcados de sangue na mesa.

- Prontinho, deu trabalho mas terminei!

Alguns minutos depois, Paulo já estava batendo na porta da casa de Eric novamente e dessa vez ele tinha certeza que nada daria errado.

Eric atendeu. - Ah, não, você de novo? Olha, não tem nada que você fale que me faça mudar de ideia.

Paulo deu um sorrisinho meio de lado. - É verdade, nada que eu fale, você disse bem.

Ele entrou e continuou falando. - Mas talvez se eu fizer algo, você mude de ideia!

Eric fechou a porta e o interrogou sem entender do que se tratava. - Do que você está falando?

Ele pegou seu celular e mostrou as fotos.

Eric pegou o celular com uma voracidade. - Não, não pode ser!

- Liga para ela, então!

Eric saiu desesperado para poder ligar para ela, enquanto isso Paulo continuava na sala sentado totalmente despreocupado.

Eric discou, começou a chamar, o som do aparelho dela estava bem baixo e cada vez mais ia se aproximando, ele se virou e Paulo estava bem em sua frente com o celular dela na mão.

Eric respirou fundo e desligou o telefone. - Se você não fizer o que quero, até o fim desse dia ela estará morta enrolada num lençol na frente de sua casa!

As lagrimas escorriam de seus olhos, a raiva o consumia e ele só pensou que não podia deixar uma garota inocente morrer. - O que quer que eu faça?

Paulo deu um largo sorriso e apenas pensou: "Não tem nada que eu queira, que não consiga!"

Até os homens maus podem tornar-se bons se tiverem a dose certa de Amor!

Já outros usam o Amor como combustível para suas maldades!

O lado escuro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora