Uma vida assim

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Assim que chegava no prédio já dava para ver o nome: "Consultório", impossível não ver um nome tão grande. No segundo andar tinha uma pequena sala com o nome "Sr. Augusto Juarez" escrito na porta. Era ali que ela passava suas tardes, pelo menos uma vez na semana.

Augusto é psicólogo de Emilly desde que ela tinha dez anos, quando ouviu pela primeira vez as palavras "aborto" e "mãe" na mesma frase. 

Emilly ficou muito triste, não comia, e não queria ir a escola, então Clarisse, sua tia, a levou a um psicólogo e desde então, ela frequenta o psicólogo.

Clarisse só tinha vinte e três anos quando desistiu de tudo, faculdade e carreira de fotógrafa, para adotar uma linda bebezinha recém nascida. Ninguém a apoiou nessa decisão, mas ela fez assim mesmo. E hoje, dezessete anos depois, ainda não se arrepende de ter feito esse ato de amor.

Clarisse é uma mulher bonita, poucos cabelos brancos, altura mediana, não é casada ou tem namorado, mas às vezes sai com alguns caras e Atualmente trabalha em um banco.

Mas Clarisse esconde muitas coisas de Emilly, mais coisas do que se imagina e está na hora de Emilly descobrir ou pelo menos tentar. . .

"Está ansiosa para seu aniversário de dezoito anos?" Perguntou Augusto.

Emilly sorriu e disse: "Ainda faltam seis meses."

- É verdade! talvez eu esteja mais ansioso que você, então. . . Sua tia me disse que vai morar na casa que era de sua mãe.

"E não se esqueça que vou receber uma fortuna", disse ela debochando.

-Não está animada?

- Por que estaria? O senhor se esqueceu que vou morar na casa da mulher que tentou me matar?

- É. . .

Batem na porta.

- Pode entrar! Emilly, quero que conheça o novo estagiário, Paulo Almeida, ele é estudante de psicologia. 

- Oi Emilly!

- Oi Paulo!

"Logo, logo ele estará aqui fazendo meu papel e ouvindo as reclamações dos pacientes."  Brincou o Sr. Augusto.

"Eu espero que sim!" Disse Paulo.

- Bem, Emilly, o seu tempo acabou! Paulo, acompanhe ela até a porta, por favor!

"Até próxima semana", disse Emilly.

"Vamos?" Disse Paulo.

-Uhum!

- Se todas as pacientes forem bonitas assim como você, eu venho trabalhar todo dia muito feliz!

Emilly sorriu e foi embora.

Enquanto estava indo para casa, Eric ligou dizendo que ia na casa dela mais tarde.

A campainha tocou, era ele. . .

"Oi, gata!" disse Eric lhe dando um beijo!

"Oi, senhora!" Disse ele se referindo a Clarisse.

- Essa é Clarisse, minha tia. Esse é Eric. . . Meu namorado.

- Bem, não importa, vou sair, quando chegar conversamos, mocinha!

- E ai, gata! temos a casa só para gente. O que quer fazer?

- Não sei! podemos ver um filme.

Eric não era um cara que assistia a filmes, ele gostava de ação, de pôr a mão logo. De agir rapidamente, mas ali, com Emilly ela aceitou ver o filme mais meloso que podia ter visto e ainda chorou no fim.

O lado escuro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora