Cinco

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*Capítulo cinco;

"Na clínica hoje—Oh meu... O que aconteceu aqui?" Anne para de falar quando entra no quarto de Harry. Tinta verde respingada na parede, no piso, nas janelas, e no teto. Harry está sentado em uma cadeira de saco de feijão que ele tinha arrastado para o seu quarto depois que ele e Louis terminaram a pintura. 

"Lou e eu pintamos." Harry sorri, observando o quarto. "Eu gosto desse jeito."

"Você tem certeza? Pelo menos limpe a tinta do chão e das janelas." Anne sugere.

"Eu gosto do chão." Harry olha para as pegadas de Louis e dele no chão de tinta molhada. "Mas eu vou limpar as janelas, por você."

Com isso, Harry desce as escadas para pegar algum produto de limpeza, e ele esfrega a tinta da janela. Então, ele e sua mãe movem um colchão e uma mesinha para seu quarto.

"Você gosta muito dele, não é?" Anne pergunta enquanto eles voltam lá embaixo para pegar a cômoda de Harry. Anne não tem que dizer 'Louis' para Harry saber de quem ela está falando.

"Mãe..."  Harry choraminga. Anne não diz mais nada, ela apenas sorri para si mesma.

Enquanto isso, na rua, Louis está mais uma vez sendo repreendido pela sua mãe.

"Louis, por que suas mãos estão tão vermelhas?" Jay pergunta enquanto pega a mão do filho com a sua própria.

"Eu tinha que limpar a tinta das minhas mãos, mãe."

"Você não pode esfregar camadas de pele assim, Louis!"

"Me desculpe, eu não sabia que eu estava." Louis diz baixinho, enquanto olha para seu colo.

"Eu não estou chateada, só seja mais cuidadoso, okay?"

"Okay." Louis se sentia um cachorro que tinha feito xixi no tapete, ou algo assim, e ele não gosta disso. Então, ele volta para seu quarto. É assim que ele fica, ele supõe, por socializar com sua mãe. É por isso que ele gosta da internet. Eles não podem repreendê-lo por não ser cuidadoso. (Bem, talvez eles possam, mas seria extremamente inaceitável.)

Depois de uma hora de rolagem para baixo no seu Twitter e Tumblr, o celular de Louis toca. Ele pega e lê o identificador de chamadas, Harry. Vê o que Louis quer dizer quando ele diz que Harry não sabe deixá-lo sozinho?

"Alô?"

"Oi, Lou! Eu só queria conversar."

"Harry, só se passaram, tipo, duas horas. O que há pra falar?" Louis responde, pegando uma caneta e algum papel e rabiscando enquanto fala.

"Hmm. Bem, eu estou mantendo meu quarto do jeito que deixamos, com os respingos de tinta em toda parte. Minha mãe me fez limpar as janelas, mas isso é tudo."

"Nós poderíamos pintar o meu quarto algum dia, sim?" Louis diz enquanto olha para a pintura azul bebê em sua parede. Ele realmente não gosta da cor azul bebê, e isso sempre o aborreceu um pouco.

"Sim, isso seria divertido." Harry diz, Louis estava prestes a responder quando Harry fala novamente. "Eu preciso te perguntar uma coisa."

"Se é sobre a minha condição—"

"Não, não é. Desculpe se isso for brusco. Eu só preciso saber." Harry pausa. "Você é gay?" Harry diz, abruptamente, deixando Louis surpreso.

"Uh, sim. Por quê?" Louis diz lentamente.

"Eu queria saber, você sabe, para referências futuras. Bem, tchau, Lou!" Harry diz isso tão rápido que não há espaço para Louis responder. Então, Harry desliga. Antes de Louis poder dizer adeus. Louis se senta em seu quarto, com as sobrancelhas franzidas, apenas pensando: Que porra acabou de acontecer?

Na manhã seguinte, Louis é acordado por sua mãe.

"Harry está aqui." Ela diz.

"Um, diga á ele que eu tenho que trocar de roupa e saio em um segundo, eu acho." Louis responde, grogue. Lentamente sentando-se e ficando de pé. Ele caminha até sua cômoda e puxa uma camiseta aleatória, passando-a sobre sua cabeça e, em seguida, puxando um par de jeans skinny preto. Ele escova a mão pelo cabelo antes de sair pra ver Harry.

"Que diabos você está usando em seu cabelo?" Louis diz quando vê Harry em sua sala de estar.

"É uma—bem, um cachecol, como uma bandana." Harry diz. "Meus cachos caem em meus olhos."

"Você é um idiota." Louis provoca, sorrindo, antes de seguir Harry. "Onde vamos?"

"Eu acho que devíamos fazer uma caminhada."

"Não fazemos isso todos os dias?"

"Bem, sim. Então, por que hoje seria diferente?" Harry dá de ombros, indo para a calçada. Louis anda ao lado dele, seus dedos se roçando momentaneamente antes que Louis se afastasse. (Não tão sutilmente quanto ele desejava.)

"Então, o que foi aquilo no telefone, ontem?" Louis pergunta.

"Bem, eu pensei—bem, agora eu sei que você tem um namorado e eu só—eu queria saber." Harry diz, mas ele está um pouco inquieto.

"Espere, o quê? Eu não tenho um namorado." Louis arqueia uma sobrancelha.

"Eu só pensei—porque você é tão fofo—um, quero dizer, porque você mora aqui por um tempo, então eu imaginei que você tivesse um namorado..." Harry gagueja, olhando para longe porque ele estava corando. Ele não queria chamar Louis de fofo em sua frente, devia, supostamente, ficar guardado em seus pensamentos.

"Não, eu não tenho namorado, Harry." Louis diz, sorrindo para si mesmo. Harry é fofo quando está constrangido. "Eu suponho que você goste de caras, também, então?" Louis pergunta, mas ele está muito concentrado no rosto de Harry para ver que um de seus sapatos está desamarrado, e assim ele tropeça nos próprios pés, basicamente.

"Sim—Lou!" Harry corre para ajudar Louis, pegando-o do chão. "Você é muito desajeitado, não é?" Harry pergunta enquanto tira a sujeira na frente da camisa de Louis.

"Sim." Louis diz. "Vamos continuar andando, sim?"

"Louis, você não quer continuar andando depois de ter provavelmente torcido o tornozelo, quer? Além disso, você bateu o rosto." Harry traz as mãos para a bochecha de Louis e pressiona suavemente sobre os cortes rasos da calçada de cascalho. "Isso não dói?" Ele pergunta enquanto pressiona um pouco mais forte.

"Harry..." Louis suspira. "Você quer saber o que há de errado comigo?"

"Bem, você apenas caiu, então eu já sei." Harry diz como se fosse óbvio.

"Não, tipo, a razão de eu ter que ir ao médico todos os dias."

"Oh, uh, claro—sim."

"Okay, você já ouviu falar sobre insensibilidade congênita à dor?"

Painless L.S (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora