Seis

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*Capítulo seis;

"Está me deixando confuso, Louis. Insensibilidade o que á dor?" Harry diz, com as sobrancelhas arqueadas.

"Insensibilidade congênita á dor. Isso significa que eu não posso sentir dor. Nunca me senti machucado." Louis explica, e Harry leva um momento para pensar.

"Então é por isso que você não reagiu quando machucou os dedos do pé? Oh Deus, é tudo somado. Como eu não pensei nisso?" Harry pergunta para si mesmo, mas Louis escuta.

"Talvez você tivesse, se soubesse da doença, em primeiro lugar." Louis diz, encolhendo os ombros.

"Mas se você não se machuca, por que você tem que ir ao médico?"

"Eu me machuco, eu só não sinto. Não é como se eu fosse um maldito invencível, Harry." Louis ri, apesar da seriedade da conversa.

"Oh." Harry diz, antes de dobrar-se na frente de Louis, antes de Louis poder perguntar o que diabos ele estava fazendo, Harry responde. "Cavalinho para a clínica."

Louis olha para Harry com pressa, pensando que Harry é louco por querer fazer isso.

"É isso, ou eu te carrego, estilo noiva." Harry sorri quando Louis pula em suas costas. A rua está quase deserta, além de um homem cortando seu gramado. Então, Louis se lembra, é segunda-feira, e Harry deveria estar na escola.

"Por que você não está na escola?" Louis pergunta o que estava em sua mente.

"Eu saí." Harry responde, indiferente.

Louis não quer soar como a mãe de Harry, então ele não diz nada; ele espera que seu silêncio entregue a mensagem de decepção. Louis ainda está feliz que Harry está gastando tempo com ele, mas ele não gosta que Harry esteja faltando a escola. Nunca lhe ocorreu que Harry era o tipo que pula o muro, e de repente ele se pergunta como Harry está indo na escola. Ele não pergunta, no entanto.

Em alguns minutos, Harry levou Louis para a clínica. Ele deixa Louis descer de suas costas antes de falar.

"Eu vou apenas te esperar aqui, minha mãe não sabe que eu saí—eu não quero que ela saiba." Harry murmura a última parte, com uma de suas mãos coçando a nuca. Louis apenas acena com a cabeça e entra, andando entorpecido em direção a recepção. Andar entorpecido, é tudo que ele realmente faz, não é?

"Louis, sua consulta é às três. O que você está fazendo aqui?" Uma recepcionista barra enfermeira que Louis sabe apenas o nome—que é Isabella—pergunta.

"Eu caí. Posso ver a Dra. Cox?"

"Ela está com alguém agora, mas eu vou chamá-la quando ela não estiver ocupada." Isabella diz, afastando-se e então Louis pode ver seus pés. (Que estão vestidos por Crocs. Crocs! Pelo amor de Deus, alguém dê conselhos de moda para essa mulher, rápido!)

Louis acaba esperando trinta minutos até a Dra. Cox estar pronta. Louis não pode deixar de pensar no que Harry está pensando. Harry não sabia que Louis teria que esperar tanto para a checagem; ele provavelmente está pensando que Louis está seriamente ferido, porque ele está na clínica por tanto tempo.

"O que aconteceu?" Dra. Cox quebra seus pensamentos sobre seu filho. Louis é surpreendido completamente por como estranhamente Harry se parece com a sua mãe.

"Eu, uh, caí."

"O que você estava fazendo antes de cair?"

Oh, você sabe, apenas flertando com o seu filho que saiu da escola e está esperando por mim lá fora nesse exato momento, Louis quis dizer. "Apenas andando." Ele realmente diz.

"Okay, bem, vamos dar uma olhada." Ela diz, e Louis tira seus sapatos. Sempre que Louis faz isso—tira os sapatos—ele fica com medo do médico passar mal com o cheiro horrível, mas nenhum médico que ele tenha tido nunca disse nada sobre isso. Ou eles são pessoas difíceis e aguentam, ou eles cheiram muito pior e não se incomodam com isso, ou os pés de Louis realmente não fedem. Louis gosta de acreditar que é a última, mas ele está quase certo de que é a primeira.

"Parece que você acabou esmagando um dedo do pé." Anne diz. "A partir de seus registros—eu fui obrigada  a lê-los, não me olhe como se eu fosse uma stalker." Anne ri quando ela vê o olhar cético no rosto de Louis, antes de continuar. "A partir de seus registros, posso te dizer que você tem um problema no pé e no tornozelo." Ela anda pela sala e vasculha uma gaveta. "O que não é incomum no seu caso. Seja um pouco mais cuidadoso, no entanto. Seus pés contêm a segunda maior quantidade de ossos no seu corpo—logo atrás de suas mãos." Anne volta para Louis com um tubo, ela coloca um pouco de creme em seu dedo antes de passar na bochecha de Louis, onde estava cortado. Louis acha isso um pouco estranho, se tivesse sido com o Dr. Archambault, ele apenas daria o creme para Louis aplicar em si mesmo.

"Estou pronto, então?"

"Por que está tão ansioso?" Anne pergunta, mas não espera uma resposta. "Mas, sim, você pode ir." Louis diz um rápido obrigado antes de sair pela porta da clínica. Ele não vai mentir, ele fica um pouco desapontado quando Harry não está lá, esperando por ele. Mas, ele realmente estava esperando que esse garoto que ele conhecera a uma semana esperasse por ele lá fora, sem fazer nada? Pode perecer patético mas, sim, ele estava.

Louis começa a caminhar para casa, mas depois de um minuto, ele ouve passos atrás dele. Ele se vira e Harry está correndo em sua direção.

"No minuto que eu vou ao banheiro, você vai embora?" Harry balança a cabeça, com um sorriso em seu rosto. "Mas, eu estava pensando. Eu acho—eu aposto que posso te fazer sentir dor."

"Oh, sério? Eu gostaria de ver você tentar." Louis bufa. Harry definitivamente não entende a desordem. Dor não é detectada pelo cérebro de Louis... então é impossível. Uma vitória fácil. "Quanto estamos apostando?"

"Hmm, dez libras? Um boquete?"

"Umm, que tal a primeira?" Louis sugere, sentindo seu rosto esquentar.

"Okay. Eu estava inclinado para a segunda, mas que seja." Harry faz uma pausa, rindo do rosto corado de Louis. "Então, temos um acordo. Se eu conseguir te fazer sentir dor; eu ganho, se eu não conseguir, você ganha."

"Correto, mas por que você quer me machucar?" Louis pergunta.

"Você não quer sentir alguma coisa?" Harry responde. Ele sente que está fazendo um favor á Louis. Veja, desde que Harry conheceu Louis ele percebeu que Louis estava um pouco... desligado. Entediado, talvez. Ele precisa sair de seu mundo e experimentar coisas sem sua mãe em seu encalço. Harry acha que fazer Louis sentir um pouco seria um bom empurrão.

"Sim, eu acho."

"Okay, vamos fazer isso."

E então, está feito.

Painless L.S (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora