- Capítulo 16 - Quando tudo desmorona

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Convenci ele a sair comigo e a turma, claro que prometendo que teríamos algo de especial. Eu não estava pensando em apenas sexo, eu estava pensando principalmente em conexão, oficializar mesmo o nosso namoro e deixar bem claro ao mundo e principalmente entre nós que seria sério. Isso não se tratava de uma tentativa de esquecer o Nícolas, ninguém substitui ninguém. Mas eu sabia que não ficaria com ele e havia muita coisa no Felipe que me envolvia, seu cheiro, seu toque suave, sua forma de falar, sua inteligência e ele não me tratava como uma garota indefesa.

Eu sabia que ainda não era amor, que ele não me amava, mas sinto a nossa conexão e meu maior desejo nesse momento, era aumenta-la.

Como combinado eu estaria pronta as 20:00, ele iria vir me buscar e nos encontraríamos com o Pedro e a namorada em um barzinho novo que tinha aberto na cidade, tinha karaokê, umas comidas legais, então nos divertiríamos muito! Seguindo o meu plano o Felipe me levaria em casa, mas ficaríamos lá: nós, as taças, o vinho e a música romântica pronta para dar play. O resto seria um mistério, poderia acontecer muita coisa, inclusive somente uns pegas, não dá para prever tudo.

Coloquei um shortinho simples com pedrinhas e uma blusa dessas que me deixava fofinha, mas também acentuava meu corpo, valorizando-o. Meu cabelo estava solto, com uma faixa de cor branca de detalhes pretos que caia suavemente sobre o meu colo, chamando atenção para ele.

Foi difícil chegarmos ao barzinho, isso porque acabamos ficando muito no caminho, confesso que o fogo que estávamos era difícil, seria impossível irmos para minha casa e não rolar muito mais. Provavelmente era o que eu queria, vamos ser sinceros, mulheres se entregam sim se elas sentem que o cara vale a pena. O problema é que nem sempre eles valem e acabamos ficando com uma fama ruim, como se uma situação nos definisse por completo.

O barzinho estava muito lotado. Foi difícil pegarmos uma mesa boa.

Os garotos pediram bebidas alcoólicas leves e aproveitando o fluxo eu e a Lívia (namorada do Pedro) pedimos também. A conversa com eles era ótima, mas eu não era tanto de beber e comecei a ficar enjoada, querendo disfarçar minha situação chamei a Lívia para ir no banheiro comigo, algo que foi mais complicado do que pareceu, pois no meio do povo ela não me acompanhou e como eu já estava bem mal resolvi deixar ela para trás e ir me segurar no banheiro. Passei uns bons minutos lá e nada. Me sentindo aquelas grávidas que até o cheiro faz elas enjoarem, meus olhos se enchiam de lágrimas e nada. Vendo que eu não estava tão ruim quanto pensei me sentei no vaso, depois de todo esse tempo que parecia uma eternidade ouvi a voz da Lívia.

— Léia, você está aí?

— Estou sim Lívia. Não estava bem, mas já melhorei, saio já.

— Ok, vou te esperar lá fora que o cheiro aqui não está bom.

Logo saí, me recompus e lavei o rosto. Não achei a Lívia lá fora, mas procurando fiquei rodando o olhar para ver se a achava. Me deparei com o Nicolas. Não era mais tanta novidade assim, eu o via em todos os cantos, pode ser porque era justamente o que eu não queria.

Meu primeiro pensamento foi "Que droga, isso é uma praga, uma maldição, some da minha vida garoto, não estraga meus planos e meu coração"... Mas claro que eu não ia dizer isso tudo, então fui o mais fria que pude e sorri amargamente e já fui saindo.

Eu teria saído é claro, se ele não tivesse puxado minha mão.

— Está tudo bem?

Confesso que não estava tudo tão bem assim, eu estava suando frio.

— Estou, tchau. * Falei asperamente esperando que ele me deixasse em paz.

— É sério, sua cara não tá boa.

— É porque eu não quero olhar para você. *Falei puxando minha mão.

Ele segurou minha mão mais forte e eu puxei bruscamente. O clima ficou tenso e piorou quando o Felipe apareceu colocando as mãos no meu ombro.

— Está tudo bem meu anjo?

— Está sim. Vamos? *Falei tentando soar o mais natural possível e imaginando se ele tinha visto a minha cena com o Nicolas.

Infelizmente na hora que eu estava respondendo o olhar dele mudou de direção ao Nicolas e o que eu pensei que seria um olhar de marcação foi bem pior.

— E aí parceiro. *Felipe falou isso tirando rapidamente as mãos dos meus ombros e abraçando a.f.e.t.u.o.s.a.m.e.n.t.e o Nicolas.

Esse é um daqueles momentos que você quer se enterrar e pensa que isso não pode piorar, mas acredite, isso sempre piora, pois, o Felipe já estava chamando o Nicolas para sentar com a gente.

Mas, ainda bem que ele não foi um completo idiota e recusou, o mais estranho foi que o Felipe e eu saímos dali e ele agiu como se nada tivesse acontecido de estranho, mas ele não me tratava mais como namorada, ainda me perguntando de onde eu conhecia o Nicolas, simplifiquei dizendo que da escola. Mesmo assim ele não pegava mais na minha mão, não me beijava mais.

Pensamentos do tipo " O que eu fiz para merecer isso? " rodeavam minha mente. Quando chegamos na mesa a Lívia explicou que veio logo para mesa e pediu que o Felipe tentasse me achar.

Não devo nem dizer que o fim da minha noite foi super amarga, o que era um mar de interesse do Felipe virou um deserto, nem sequer subindo no meu condomínio porque tinha prova.

Dá para acreditar? Ele sabia tudo que eu tinha planejado e agiu como se nada estivesse acontecendo e eu fosse uma colega qualquer e tudo mais. Se bem que qualquer um dá uns pegas em uma colega gatinha, não é?

O pior é dormir com cara de taxo no meio de velas românticas.

Aquele vazio me destruiu. Eu aparentemente não tinha mais nada. Pelo visto o Felipe entendeu mais do que pareceu e aquele fora de leve foi um adeus para sempre, a Elly ia descobrir sobre o Nícolas e eu perderia ela definitivamente e o Nícolas, bom eu nunca o tive mesmo.

E agora eu tinha certeza de que estava surtando, nesse momento pedi aos céus que apagasse e dormisse, mas tudo ficava martelando na minha mente.

O Namorado da Minha Melhor AmigaOnde histórias criam vida. Descubra agora