Doce Paixão.

Capítulo 22

Dulce continuou o sofá sem conseguir controlar as lagrimas. Seu peito doía. Coração partido dói bem mais que pés torcidos. Ele havia ido embora e ela sabia que não iriam voltar mais.

Seu sonho mal começou e já acabou. Deveria ter tomado mais cuidado. Três anos amando Christopher em silêncio e agora que finalmente poderia expor tudo o que sentia, ele tinha ido embora por causa da presidência.

Ele se foi para ir atrás de poder e dinheiro. Estava sendo corrompido também, a ganância era um pecado grave que ele estava cometendo. Pensava primeiro no poder do que no amor. E nada a fazia sentir-se mais triste que isso.

Christopher foi até a praia mais próxima, sentou-se na areia e ficou olhando o mar. Havia feito a escolha certa, não poderia pensar com o coração. Seu pai ficaria orgulhoso quando desse a presidência para ele e era isso que deveria pensar.

Mas ao mesmo tempo se sentia acabado. Estava tão ferido quando Dulce e tão triste também. Não queria que tudo acabasse assim e mais uma vez tentou se convencer de que era necessário.

Já estava noite quando Maite chegou em casa e encontrou a irmã sentada no sofá com os olhos inchados. Tinha parado de chorar, mas seu semblante ainda era triste.

- O que houve? – perguntou já se aproximando.

- Acabou May. Acabou antes de começar.

Voltou a chorar novamente, mas dessa vez estava sendo amparada pela irmã que logo entendeu o que se passava.

Em casa Christopher chegou já era tarde estava com as roupas molhadas e uma cara péssima. Sua mãe logo começou com o sermão, mas ele ignorou indo para o quarto se trocar e depois para a cozinha comer as sobras do jantar.

- O que houve filho? – Victor estava na cozinha quando Christopher entrou. – Parece abatido.

- Estava resolvendo umas coisas pai, agora sou inteiramente da empresa. – disse sem muito entusiasmo.

- Sabe que não precisava fazer isso não é?

- Fiz o que tinha que ser feito. – saiu com um prato para o quarto.

Quando Victor decidiu chamar a atenção de seu filho seu objetivo não era esse. Não queria ver Christopher sofrer, apesar de estar se decidindo não queria nada de mal para nenhum de seus filhos. Ficou parado na cozinha pensativo. Valia a pena fazer seus filhos sofrerem por um cargo?

***

Alguns dias haviam se passado. O pé machucado se Dulce já estava melhor e ela poderia voltar ao trabalho. Porém seu coração ainda estava em pedaços. Não queria ver Christopher tão cedo e agradeceu aos céus por não precisar manter contato com ele na empresa.

Os últimos dias que passaram foram complicados para ela. Já estava acostumada com a presença dele e perde-lo tão de repente lhe doía. Tudo voltou à estaca zero e a única diferença agora ele sabia tudo o que ela sentia e dizia sentir o mesmo.

Christopher também não teve os melhores de seus dias. Ficou cabisbaixo e a quase todo momento pensava em Dulce. Decidiu se focar no trabalho e dar o seu melhor.

Ainda era cedo quando ele e seu irmão chegaram quase juntos. Carlos sabia que havia acontecido alguma coisa, mas Christopher não iria lhe dizer nenhuma palavra. Seu plano tinha fracassado nos últimos dias Christopher só havia tido idéias e pesquisado coisas para a empresa.

Os dois estavam no térreo da empresa quando Carlos viu Dulce chegar. Ela ainda mancava e assim que os viu abaixou o olhar passando reto.

- Dulce! – Carlos a chamou e logo prendeu a atenção de Christopher. – Bom dia, como está?

- Bom dia senhores. – sua voz saiu mais baixa do que gostaria. – Estou bem.

- Melhorou o pé? Christopher te ajudou direitinho? – deu um sorriso sarcástico, queria alfinetar os dois. E conseguiu. Christopher pigarreou desconfortável.

- Sim, na verdade os médicos. – respondeu. – Preciso subir. Até mais.

Mesmo com o pé mancando saiu quase correndo. Não queria estar perto de Christopher e nem olhar para ele. Isso lhe machucava. Era triste olhar uma pessoa que não lhe queria mais, sendo Dulce com tanto amor para lhe dar.

Para ele era quase a mesma coisa. Não foi fácil vê-la depois da ultima conversa que tiveram. Pelo menos sabia que estava bem. Mas gostaria de tocá-la, abraça - lá e lhe contar o quanto sentiu saudades. No entanto, não podia.

Cada um seguiu sem canto e decidiu não interferir na decisão do outro. E a pessoa que menos gostou disso foi Carlos. Estava em sua sala resmungando e aborrecido. Não era esse o objetivo do plano, não queria separar o irmão de Dulce, mas sim o colocar em maus lençóis com seu pai.

- Não adianta ficar com essa cara, Carlos. Já foi! – resmungou sua namorada.

- Eu sei, mas deu tudo errado. Era para ele o meu pai brigarem, não ele e essa garota. – bufou decepcionado.

- faça alguma outra coisa. Se o objetivo é destruir o seu irmão, você esta sendo muito bonzinho.

- O objetivo é tirar Christopher da presidência e usar essa Dulce Maria para isso é a coisa mais fácil para se fazer.

A presidência estava se tornando uma obsessão tanto para Carlos quanto para Christopher, os esforços que estavam colocando para conseguir o que queria estavam os machucando.

- Faça ele dar um chilique aqui dentro, seu pai verá com certeza e Christopher vai estar encrencado. – lançou um sorriso para Carlos. Era bom ter uma aliada.

- E como posso fazer isso?

- Tenho uma ideia, mas você precisa jurar que não ira machucar essa Dulce como fez da outra vez.

- Tá legal, eu juro. Conta logo.

Talita lhe passou sua ideia e Carlos percebeu o quanto era genial, iria deixar Christopher nervoso e certamente ele faria um escândalo. Não tinha como dar errado dessa vez e seu pai ficaria furioso.

Não era algo muito difícil de fazer e se tudo ocorresse como planejado as chances de seu irmão seriam quase zero, ele podia ver o poder se aproximando. Seria um dos homens mais importantes no mundo dos negócios.  

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O Carlos só esta querendo ferrar com a vida da Dul hein. O que ele ira aprontar agora?