Capítulo 46

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Estavam muito nervosos, a mão de Carlos tremia ao segurar o revólver. Nunca pensou que um dia chegaria a tanto, que apontaria uma arma na cabeça da própria irmã, mas não tinha esse raciocínio queria apenas se livrar de mais uma concorrente, de alguém que iria lhe roubar.

Era isso que via, uma pessoa que entraria para a família e que poderia assumir seu lugar na presidência e também parte de sua fortuna, já havia Christopher mais um ele não suportaria.

Anahí estava ao lado de Dulce, as duas mantinham as mãos dadas e rezavam baixinho. Talvez um milagre pudesse acontecer e alguém viria as salvar, tomaria a arma de Carlos e elas iriam para a casa. Eram nisso que tinham fé.

- Sai de perto dela Dulce, vai ser uma de cada vez!

- Você não vai fazer nada com ela, abaixa essa arma Carlos! - Dulce entrou na frente de Anahí ainda segurando sua mão.

- Não brinque comigo, eu mandei sair dai! Não vou deixar essa mulherzinha roubar o que é meu, pensa que não sei Anahí, você também vai querer a empresa, o dinheiro e o papai como um bobão vai cair no seu papo.

- Claro que não Carlos, eu não quero nada... Só uma família. - Disse com dificuldade procurando se manter calma.

Carlos não acreditava no que Anahí dizia, seu bom senso tinha sumido e não conseguia ponderar as palavras e muito menos entender que nem todos eram malucos por dinheiro.

- Eu mandei sair de perto. - Deu um tiro para o alto.

As garotas se assustaram e Anahí empurrou Dulce para longe, a mesma caiu no chão e ficou assistindo a cena. Não iria permitir que Anahí morresse, não poderia deixar sua amiga, tinha que encontrar uma maneira de ajudá-la.

Olhou para os lados, não teria para onde fugir e nem onde correr. Ele estava armado e elas não. Seria uma batalha perdida. Mas Dulce precisava ao menos adiar a decisão dele, ganhar tempo a polícia poderia estar a caminho e ainda tinha esperança de saírem todos bem.

- Não faz isso Carlos, eu te imploro. - Começou. - Você não tem coragem de fazer algo assim.

- Como não? - Apontou a arma para Anahí mais uma vez. - Não me desafie Dulce Maria, ou eu mato você também.

- Você não vai matar ninguém, não é capaz disso. Apesar de tudo, eu sei que tem um coração em você Carlos e que não seria capaz de algo tão cruel. Ainda há compaixão, ou você a teria matado quando ainda estávamos no laboratório.

- Não diga o que você não sabe Dulce, eu não queria causar confusão na rua.

- Não é isso, você dirigiu até aqui para criar coragem. Você não vai a matar! Seria capaz de fazer algo assim com um irmão? Mataria o Christopher?

Carlos não respondeu nada, fincou o olhar em Anahí e no revólver que apontava para ela. Não se deixaria envolver por palavras de Dulce, não pensaria que Anahí era seu irmã, apenas uma mulher disposta a roubar o que era dele.

- Não mataria o Christopher e sabe porque? - Continuou falando. - Porquê o ama, não temos coragem de matar a quem amamos e é por isso que você nunca fez nada diretamente a ele, você usou outras pessoas, usou até a mim, porque não tem coragem de machucar o seu irmão.

- Cala a boca! - gritou para Dulce e apontou a arma em sua direção.

- Sabe como sei de tudo isso? Eu tenho uma irmã Carlos e daria minha vida por ela, assim como faria pela Anahí e você pelo Christopher. Apesar de só conseguir enxergar o dinheiro e esse poder louco que colocou na cabeça, você já teve muito mais na sua vida, você tem o amor do seu irmão e dos seus pais.

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