Capítulo 47

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Enquanto Dulce era socorrida na ambulância, Alexandra e Anahí continuavam se olhando sem dizer nada. Annie não havia dado um passo desde que a confusão cessou, permanecia imóvel sendo tomada por uma sensação estranha, a mulher a sua frente poderia ser sua mãe e uma estranha vontade de abraçar alguém como ela lhe invadiu.

Passou tantos anos sonhando com o abraço de uma mãe, o consolo e o carinho e poderia ter tudo isso agora a sua frente. O alívio por nada de ruim ter acontecido era tanto que até se esquecia das palavras grosseiras de Alexandra dias atras.

E o sentimento era mútuo Alexandra só queria pedir perdão a filha e a abraça-lá forte, um abraço que gostaria de ter dado a vinte e cinco anos atrás. O desejo de aninhar a sua menininha que nunca se concretizou estava agora em sua frente. E ela havia sido tão dura com Anahí, havia sido tão cruel com todos. Deveria um pedido de desculpa a ela e a Dulce. Mas por hora deveria se concentrar no perdão de sua Ana.

- Perdão Anahí, fui uma tola, uma mesquinha como você mesmo disse. Só olhei para mim, fiquei cega pela minha própria ignorância e julguei você e meu marido tão mal. Ah como eu me arrependo. - Estava chorando novamente. - Victor jamais seria capaz disso, mas eu duvidei de sua honestidade e duvidei mais ainda de você. Me perdoe Anahí, se eu soubesse...

Alexandra se aproximou da filha chorando forte esperando uma resposta, alguma palavra de Anahí. Porém nada saiu, e ela percebeu que deveria continuar.

- O meu coração sempre me disse que Ana nunca morreu, mas eu jamais poderia imaginar que era você... Eu sonhava todas as noites em poder tocar seus cabelos, aninhar você em meu colo, ver os seus olhos azuis brilhantes, te ensinar tantas coisas, te mostrar... Eu sonhava com você todas as noites Anahí, e o destino me pregou uma peça, o meu preconceito e minha arrogância foram engolidos no momento em que soube que você poderia ser minha filha. E olhando assim não tem como negar, você é uma Uckermann e eu não fui boa mãe o bastante para perceber, assim como não fui boa mãe para o Carlos. Mas eu quero te pedir perdão, e que reconsidere. Só quero ter a chance de ter a minha única menina de volta, de te mostrar que não sou um monstro e que posso mudar. Só preciso do seu perdão Anahí.

As palavras foram o suficiente para o coração de Anahí derreter e não haver mais barreira nenhuma entre ela e sua mãe. Em um ato desesperado ela abraçou Alexandra e deixou que o gesto falasse mais do que qualquer palavra.

O perdão estava presente ali, assim como a segunda chance e a vontade de conhecer melhor sua mãe. A mãe que procurou por tantos anos, e que sonhou também conhecer. Dividiam os mesmos sonhos e Anahí iria permitir que realizassem juntas.

- Mamãe. - Disse quando finalmente o choro cessou um pouco.

- Ah querida. Filha, minha filha. Você é tão linda, tão humilde e bondosa. Quero aprender com você Anahí. - a apertou em seus braços.

- Eu também, quero aprender muita coisa com a senhora. - sorriu para a mãe.

***
Algumas horas mais tardes todos estavam no hospital. Dulce tinha sido atendida, tomado soro e feito curativos no ferimento. Estava se sentindo melhor, tinha de novo o namorado que tanto amava e sua melhor amiga ainda estava viva.

Estavam saindo do quarto quando Alexandra apareceu. Seu olhar estava mais sereno e havia parado de chorar. Dulce a olhou apreensiva, viria mais insultos?

- Christopher disse que ia até o quarto do pai. - respondeu se levantando da maca.

- Eu sei, vim falar com você.

- Senhora Alexandra, estou cansada foi um dia muito exaustivo, acho que prefiro ir para casa e ter uma conversa de insultos outro dia com a senhora.

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