Plano A, B e C

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Narrado em Primeira Pessoa.
• Versão de Ellie.

Avistava Felix me dar as costas, sabia o que sentia e o que pensava.
- Eu também amo você, Felix. - Sussurrei de modo que eu pudesse fazer telepatia com o mesmo. No entanto Pan surgiu em minha frente apenas com um estralar de dedos, porém não houve fumaça como das outras vezes.
- Você o que, Ellie? - O moreno indagou tombando levemente a cabeça para o lado direito cemi-abrindo sua boca ao suspirar. Não me dei ao trabalho de respondê-lo. Ainda com Dani em meu colo, apenas passei empurrando o ombro de Pan ao seguir Felix que passava pelo acampamento. Apenas o via de costas com sua capa a esvoaçar com o vento um tanto distante de mim, e por estar segurando o garotinho não conseguia acompanhá-lo. Enterrompi meus passos e concentrei-me em surgir em frente ao Felix, porém minha mente estava conturbada pela situação e agora me encontrava na casa da árvore. Foi um erro, o perdi de vista. Ou talvez não.
- Mãe? - Dani indagou baixinho.
- Sim, bebê. - Abaixei-me segurando suas mãos após colocá-lo no chão.
- Estou com fome. - Com suas palavras gesticulei a mão direita fazendo surgir por cima da cama uma bandeja com pães amanteigados quentinhos e uma bela xícara com café e leite. Ele sorriu abraçando-me em seguida correndo para a cama e tomando seu café da manhã. Felix adentrou perturbado, quase que não havia reparado que eu estava ali, ou fingiu, apenas expressando reação quando parei em sua frente tocando suas mãos que rapidamente foram puxadas de modo brusco. Ele estava lá para pegar suas coisas, não havia mencionado antes mas ele morava comigo, e vê-lo ir embora me partia ao meio. Iniciei frases para que ele me respondesse porém eu não obtive respostas, ele simplesmente se direicionou a porta para sair. Quando a abriu, eu a fechei com magia imaginando que sua fechadura estaria em minhas mãos. Felix então virou-se para mim aproximando-se.
- O que quer agora, Ellie? Já tem o que queria. O amor de Pan, porém isso lhe custou o seu escravinho, amante... como quiser me chamar, e agora não quer ficar sozinha quando ele te abandonar da mesma maneira que ele fez das outras vezes.
- Não. - Gritei. Não suportava mais aquela situação. Não havia mais palavras nem argumentos. O que eu tinha para dizê-lo eu já havia dito na praia. Eu apenas queria que ele pudesse me compreender. Daniel terminou seu café da manhã limpando sua boca na manga de sua blusa e caminhou em direção à Felix.
- Não deixa a mamãe, eu quero que você seja meu papai. Por mais que seja sério, você cuida tão bem de mim. - O garoto falava baixinho olhando para o chão. Por mais uma vez Felix não conteve suas lágrimas e as pôs para fora.
- Se Pan é tão mau como vocês estão me dizendo, não deixe que ele atrapalhe o amor de vocês. Meus pais verdadeiros morreram, e minha vovó ficou doente e quem cuidava de mim era ela. Assim que ela não conseguia mais cuidar de mim, minha tia ficou com ela mas não me queria. Ela não gostava de mim, por isso Pan me trouxe para cá. Porém ele esqueceu de vocês, e agora que me acolheram e fortaleceu o sentimentos de vocês, ele vai querer destruir. Eu pareço só um garotinho mas ouvi tudo que Pan disse para os outros meninos. - Eu e Felix ficamos perplexos com o desabafo do garoto, porém o loiro continuava recusar à criança de que poderiamos ficar juntos. Pediu para que eu explicasse a ele o por quê.
- Não esconda nada, por que se algo acontecer com um de nós, ele tem que estar preparado. E principalmente saber que não o abandonamos. - Dizia Felix dando-me as costas para sair do quarto.
- Mas ele é muito novo, Felix. - Fitava o mesmo retornar a fitar-me ao virar-se com minhas palavras.
- Ele é inteligente, saberá que não é brincadeira. - Ajeitou seu capuz ao término de suas falas e abria a porta calmamente.
- Eu amo você, e sei que vamos ficar juntos! - Felix nada respondeu, apenas passava pela porta e antes de fechá-la assentiu com a cabeça.

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