Sequestro - Parte 1

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Na manhã seguinte, os Titãs acordaram com uma música alta. Nenhum deles sabiam da onde ela vinha. Quer dizer, menos um.

Era Robin escutando música alta, mesmo sendo cedo.

- Cara... – Mutano bocejou e coçou as costas. – Qual é o seu problema?

- Vários. – O líder respondeu rapidamente.

- Precisava ouvir música alta justo hoje? – Ciborgue também reclamou.

O líder deu de ombros. O rap até que estava bom. Precisava ser alto o bastante para não poder ouvir seus pensamentos.

- Robin, o que significa isso? – Até Ravena, que nunca contestava o que o líder fazia, agora estava toda cheia de dúvidas quanto a aquilo.

- Minha música, meu rap.

- Precisava ser tão alto nessa hora da manhã? – A empata gritou, pois a música estava muito alta.

- Precisava fazer isso. – Respondeu o líder, com um tom de voz sério.

Era tão cedo que os Titãs pularam da cama de pijama ainda. Menos Robin, que já estava com seu casual uniforme.

- Amigos... O que é isso? Uma festa? – Uma voz doce invadiu a sala e os ouvidos de Robin.

Era Estelar e ela estava com uma camisola muito bonita rosa de rendas roxinhas. Robin ficou de boca. Agora além de escutar seu cérebro, ouvia seu coração se debatendo dentro do peito.

- Apenas... Vou colocar mais alto. – O líder tapou a boca, fingindo estar sério.

- Não vai mesmo! – Ciborgue deu um basta e desligou o som.

- EI! – Robin reclamou.

- Qual é, cara! Sacanagem! – Disse Mutano, bocejando.

- Apenas queria ficar sozinho com uma boa música...

- Podia ter feito isso no porão. Em qualquer outro lugar menos aqui. – Respondeu Ravena, tentando ver se não ficara surda.

- Tudo bem, já amanheceu... – Bocejou o líder, parecendo que nem tinha dormido.

- Vem cá, você dormiu? – Ciborgue se aproximou dele. Se ele não estivesse de máscara, podia jurar que estava com olheiras.

- Um pouco só... – Disse Robin.

Era verdade. Além de estar em guerra com o cérebro e o coração, ainda tinha os pensamentos com vilões, sua família... Resumindo, muita coisa para ele. Mas não podia mais desabafar com Estelar. Não podia se aproximar demais dela.

- Vou monitorar a cidade e ver se encontro alguma coisa. – Disse o líder, indo para o supercomputador dos Titãs.

- Estava pensando em fazer uma patrulha hoje. – Ciborgue comentou, mesmo Robin estando procurando o mau no computador.

- É uma boa ideia. – Ravena encolheu os ombros.

- Vai ser divertido! – Comentou Mutano.

- Gostei! Parece fabuloso! – Estelar bateu palmas e depois olhou para o líder, que olhava para o computador com expressão séria.

- Tanto faz... Se isso nos ajudar a salvar a cidade. – Ele enfim cedeu e foi com eles.

Os demais Titãs mudaram de roupa e foram para o centro de Jump City.

- Essa cidade é mesmo demais... – Estelar olhava para os lados, maravilhada.

- É mesmo. – Concordou Ciborgue.

- Fiquem alerta, Titãs. – O líder disse, a fim de que Estelar fechasse a boca. Se ouvia a voz dela, fazia-o arrepiar.

Os demais assentiram e foram procurar por alguma coisa fora do comum. Ciborgue tinha trazido seu carro, Robin foi de lambreta, Mutano se transformou num pterodátilo, Ravena usou seu poder para voar e Estelar voava naturalmente.

- Acharam alguma coisa? – Perguntou Robin, pelo comunicador.

- Negativo. – Ciborgue respondeu.

- Eu achei só o Gizmo fazendo compras. É suspeito? – Mutano perguntou, voltando para a forma normal, após ver o pequeno vilão.

- Vindo dele dá de se esperar tudo. – Robin disse. – Fique de olho nele, Mutano.

Mutano fez posição de soldado e ficou observando Gizmo.

- Eu achei Cinder Block mais adiante. Deixem comigo. – Disse Ravena.

- Se acha que dá conta... – Robin encolheu os ombros.

- Espera! Eu acho que vi alguma coisa no fliperama! – Gritou Ciborgue. – Urrá!

Ele voltou o carro e foi em direção ao fliperama.

- E eu? – Perguntou Estelar.

- Continua procurando. – Falou o líder, seco.

Ela assentiu, meio insegura. É, ele estava de mal-humor. Mas era o jeito dele. Ela sabia tudo o que ele passara para ser desse jeito. Continuou voando, mas não achou nada.

- Mas eu não achei nada...

- Vá procurar o que fazer e me deixe em paz! – Gritou Robin.

Estelar se assustou com aquela atitude. Ele podia ter sofrido mas agora ela sofreu com aquilo.

Ela não respondeu nada e saiu chorando e nem sabia por onde estava indo.

Sentou-se numa caverna e abraçou as pernas.

- Eu acho que não sou mais bem-vinda aqui. Se nem no meu planeta natal minha própria irmã não me quer, imagine aqui... – Disse ela, fungando. – Robin...

Estava chorando tanto que nem notou alguém se aproximando.

"Foi mais fácil do que pensei." – Pensou a pessoa.

- Oi, menina. Por que está aqui? – Perguntou a voz, mas sem aparecer.

Estelar levou um susto, mas se acalmou logo.

- É que eu acho que não sou mais bem-vinda aqui... – Desabafou ela.

- Mas pode ficar comigo se ninguém te quiser. – Falou a voz.

- Sério? Obrigada! Você é muito bondoso! – Sorriu ela, tentando se aproximar. – Quem é você?

- Me chame de tio Wilson. – Nessa hora, um trovão fez a silhueta de Slade ficar mais clara.

Mas Estelar como era muito ingênua nem percebeu o mau.

- Prazer... Tio Wilson! – Ela deu a mão para ele.

- Não chore mais... É muito bonita para chorar assim.

- Ah, se o Robin não tivesse... – Então ela tapou a boca. – Digo, eu me machuquei, só isso.

- Robin, Robin... Sempre insensível...

- Conhece ele? – A alienígena estava pasma.

Mas ela não sabia que esse era o arquiinimigo de Robin, o temível Slade.

- De longa data... – Respondeu Slade. – Vamos, minha menina.

Estelar assentiu. Pelo menos, ficaria longe daqueles (daquele) que não a queria (m) por perto.

Mas os Titãs, quando soubessem, iriam salvá-la. Pelo menos, era para ser assim, certo?

Entre Razões e EmoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora