Luz Na Escuridão

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Robin enfim tinha adormecido, após a longa guerra dentro de si. Ciborgue já estava no modo soneca e roncava alto. Estelar estava inquieta. Tirou pequenos cochilos, mas a todo minuto, acordava para checar como estava o líder.

Uma chuva forte lá fora tirou totalmente seu sono. Claro que conhecia chuva, já havia visto em outro planeta. Mas o fato é que havia muitos raios e trovões, sem contar o vento.

Isso tudo resultou numa queda de energia, apesar deles já estarem no escuro. Estelar odiava o escuro. Lembrava a vez que sua irmã mandou um monstro assustá-la quando estava brincando de boneca. Ou então, quando estava andando nas "ruas" escuras de um planeta qualquer e algo a puxar pela perna. Ela achava que tinha superado seu medo, mas parece que ele só estava quietinho num canto.

Ela não queria acordar os amigos, mas também não queria ficar acordada por causa de uma "chuvinha".

Enquanto isso, Mutano estava indo ao banheiro, quando tropeçou numa caixa de pizza que ele mesmo deixou pelo caminho.

- Cara... Que isso? – Ele fez careta e rapidamente tentou acender a luz. Mas ela não acendia, pois a luz havia faltado.

Ele encolheu os ombros e tentou achar o banheiro, mesmo se batendo em tudo.

Ravena estava acostumada com o escuro e nem ligava. Ela estava meditando (sim, naquela hora da manhã) e tinha velas. Nada de mais.

Estelar continuava sem saber o que fazer. Olhou para o rosto sereno de Robin dormindo. Sentiu vontade de deitar com ele. Ele queria que ele a protegesse dos perigos da Terra. Mas também queria deixá-lo descansar.

- O que devo fazer? – Murmurou a alien.

Já era 3:00 da manhã. Ciborgue roncava e Estelar bocejava mas não havia meios de relaxar. Agora ela entendeu um pouco do drama de Robin.

Um forte trovão a fez estremecer e dar um gritinho sem querer. Isso acabou acordando Robin.

- Estelar? – O líder bocejou.

- R-Robin... Não aguento mais... – Ela desabafou e foi abraçar o líder. – Me salva!

- Mas o que aconteceu? – Pronto. Robin ligou o alerta de seu corpo e seu coração e seu cérebro começaram a travar uma queda de braço (sentido figurado).

- Essa chuva está me enlouquecendo... Tantos trovões e aqueles raios... Ai! Estamos sem luz!

- Mas qual o problema de...

- Quieto! Talvez não saiba mas eu... – Ela ficou envergonhada. – Tenho medo de escuro.

Robin ficou quieto.

- Não tem o que temer, não está sozinha. – Ele falou, com uma voz gentil, o que por parte confortava a alienígena.

- É, eu sei... Mas perdi completamente o sono.

- Podemos conversar até seu sono voltar.

- Não! Você precisa descansar, mais do que eu. – Estelar fez Robin deitar novamente, tentando fazer com que ele dormisse.

- Mas, Estelar...

- Não diga nada! Só durma!

Ele virou pro outro lado, ainda um pouco preocupado.

"Deixa ela! A garota sabe se virar sozinha! É tudo papinho furado!" – Era o que a mente de Robin dizia.

"Não deixe! Ela está com medo! Vai confortar ela!" – O coração dele se intrometeu.

"Ela não precisa de você!"

"Precisa sim! Seja gentil e vá cuidar dela! Mesmo se ela souber se cuidar sozinha!"

"Ai! O que eu faço?" – Pensava Robin, totalmente confuso.

Ele ouviu uma fungada e olhou para trás. Viu Estelar de cabeça baixa, parecendo que estava chorando.

Ela só viu um vulto se aproximar dela. Para a sorte dela, não era um monstro. Na verdade, era Robin. Ele a abraçou forte como ela costuma fazer com ele. Trouxe-a para perto dele, depois de uma rápida decisão. Se iria se arrepender depois ele não ligava. Não aguentava ver a garota sofrer, nem chorar.

- Tá tudo bem, Estelar... Eu estou aqui. – Ele disse, ainda durante o abraço. A mente rosnava e o coração vibrava. Robin estava feliz. Pelo menos, estava um pouco livre de seus pensamentos severos e frios. Ele podia fazer o que desse na telha, usar mais seus sentimentos.

O coração dela batia harmonicamente e ela sorriu.

- Robin...

- Olha, eu tive uma ideia... – Robin disse.

Então, ela pegou a cadeira e se aproximou mais da cama dele. Quando ele deitou, deu a mão para ela segurar, para passar segurança.

- Boa noite, Estelar. Precisando, chama.

- Obrigada, Robin. Boa noite. – Ela respondeu, corada e feliz.

"Ahh, moleque! Tá me deixando orgulhoso!" – O coração conversava com o menino prodígio.

"Pff! Fracote!" – E o cérebro repreendia.

Robin não ligava. Queria sentir para sempre a sensação de Estelar perto dele. Era tão mágico e ele se sentia tão bem, como se estivesse nas nuvens.

A mão dela era tão delicada e macia. Ele queria sempre proteger aquela doce alienígena. Irônico, pois não a queria por perto de jeito nenhum. Ele segurou firme a mão de Estelar, para passar mais segurança.

- Eu não vou deixar nada acontecer com você, Estelar. – Disse Robin, meio receoso. Ele não era bom em demonstrar nada.

Ela sorriu.

- Nem eu, Robinzinho. – Ela se aproximou e beijou a bochecha dele e deitou no colo dele (mesmo sentada na cadeira).

Ele ficou vermelho, sorte que no escuro não se via. Estelar também estava bem vermelha, mas estava tão feliz. Sentia borboletas dançando em seu estômago. Pareciam fazer cócegas em sua alma. Desde que conheceu Robin, sua vida foi mais feliz. O mesmo para o garoto prodígio. Ele se tornou melhor depois que Estelar apareceu.

Ela nem ligava mais pro mundo a sua volta. Só conseguia enxergar ela e Robin. Nem ouvia mais os trovões (ouvia, mas não ligava). Robin estava com ela e só isso importava.

Ele era a luz na escuridão e ela sabia que não precisava ter mais medo de nada. Não ouvia os trovões, apenas seu coração batendo forte. O mesmo para o garoto prodígio.

- Robin... – Murmurou ela.

Ele murmurou um "o que?" e ela respondeu:

- Eu daria minha vida por você.

Ele estranhou. Como assim? Mal o conhecia e já daria a vida?

- Estelar, isso é...

- Não ligo. É só porque é por você. – Ela abriu os olhos lentamente e foi se aproximando mais até encontrar os lábios dele.

Ele corou e ficou sem jeito no começo mas retribuiu.

Agora Ciborgue estava acordado, mas ficou quieto. Não queria atrapalhar nada.

- Enquanto tivermos um ao outro, nada mais importa... – Disse ela, quando se separaram.

Robin engoliu em seco.

- Espero que nós dois juntos sejamos mais fortes do que o Slade. – Respondeu o líder.

Estelar sorriu. Ele não tinha jeito.

- Te garanto que temos um poder muito grande. – Ela voltou a deitar no colo do líder e deu a mão para ele. Ciborgue agora já tinha adormecido de novo.

Mal sabiam eles que Slade atacaria no dia seguinte.

Entre Razões e EmoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora