Motivação

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Depois de uma longa noite com chuva, vento e raios, finalmente um novo dia nascera. Um sol maravilhoso adentrou a enfermaria e foi parar em Robin. Sua sorte era que a máscara protegia seus olhos.

Ele sentou na cama e se espreguiçou. Estelar continuava deitada no colo dele. Sentiu um frio percorrer a espinha, mas era algo bom. Estar com Estelar trazia a Robin uma sensação calorosa, e ele estava gostando. Seu coração agora acelerava toda vez que a via, dizendo a Robin que Estelar morava nele. Robin não queria acreditar, ou melhor, não queria gostar de ninguém. Mas não conseguiu resistir aos encantos de Estelar.

Sem contar que ele sabia que podia confiar nela. No começo, tinha dúvidas. Mas ao ver tamanha sinceridade e pureza, mudou de ideia. Ela nunca faria nada de mal para ele, ainda mais se o que se dizia na Torre dela amá-lo assim fosse verdade. Ele sentiu seu coração mais leve com ela, pois desabafou, contou seu passado, sua história. Ele se abriu com ela e sentiu-se melhor. Ela sabia ouvir e ele conseguiu botar para fora o que estava engasgado há tanto tempo. Os demais deveriam saber mais tarde também.

Robin estava se rendendo. Estava deixando seu coração ganhar a disputa. Mas o cérebro nunca deixava por menos e ficava martelando. Cada vez que Estelar fazia algo fofo ou que o coração batia mais forte, o cérebro xingava Robin. Mas ele não tinha culpa. A culpa é do coração, pois não escolhemos de quem gostamos.

Mas nesse caso, foi a pessoa certa. Como não amar a doçura da menina? Como poderia ser frio com ela? Ela se importava de verdade com ele e há muito tempo, o menino prodígio tinha receio de confiar e ser traído. Por isso, ele não gostava de se apegar a ninguém.

Mas Estelar mostrou que a vida tem prós e contras. Dias bons e ruins. Não devemos dar as costas pro mundo porque ele não sorriu uma vez para nós. Se o passado dele não fosse assim, ele não teria conhecido os Titãs e consequentemente, não conheceria Estelar. Ele não teria nem ido ser parceiro do Batman. Ele teria os pais, mas não teria metade da vida. Ele aprendeu a crescer sozinho, fazer sua vida, se virar.

Ele pode até ser bem maduro, mas às vezes, sente-se como uma criança que precisa do colo da mãe e que precisa chorar para desabafar. Tudo isso podia ser suprido com o amor de Estelar. Pelo menos, era isso o que o garoto prodígio pensava.

Não podia dispensar Estelar pelo que aconteceu com Kelly no passado. Como o nome já diz, é passado. Hora de olhar pra frente, viver o presente e o futuro só Deus sabe. Mas uma coisa Robin sentia dentro dele. Queria ter Estelar para sempre ao lado dele.

Estelar pertencia à vida dele agora e ele não poderia dar adeus a ela. Seria como levar parte dele. Estavam se tornando um só e se caso um faltasse, uma parte do quebra-cabeça estaria incompleto. Estelar o completava, ele não tinha dúvidas. Nunca se sentiu tão bem depois da morte dos pais. Ele sentia-se diferente, especial com a alienígena. Sentia-se normal. Sentia-se... Ele mesmo.

Nada mais podia separar os dois, agora que as almas gêmeas já tinham sido definidas. Era apenas destino. Como tinha sorte em ter a tamaraneana. Nada podia estragar, nem mesmo Slade e seus planos miraculosos.

Slade. Pensou no nome dele. Depois que conheceu Estelar, não esteve mais tão obcecado com ele. Ela ajudava a amenizar tanta coisa e ele se perguntava porquê não conhecera antes (ou porquê não tratara ela melhor).

O dia estava maravilhoso. Sem chuva, trovões, tampouco raios. Estava o dia perfeito. Perfeito como quando Estelar sorria para ele, com toda sinceridade do mundo. Ele nem sabia se merecia tamanha atenção e carinho.

Seu cabelo estava todo para baixo, formando uma franjinha. Ele queria sair dali e ir logo passando gel para ajeitar. Foi aí que Estelar acordou. Ele levou num susto, pois ela com a cabeça nele.

Entre Razões e EmoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora