VIII

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Eu estava imóvel olhando para a parede após minha mãe passar pelo acesso para o corredor.

Meu estômago se revirou, meu corpo parecia fora de órbita, dedos começaram a tremer... De medo.

Tentei engolir um pouco de saliva que havia na minha boca e respirar fundo, coisa que não consegui... Tentei virar a cabeça para encarar meu colo e percebi o tamanho do nervosismo que eu estava sentindo. Meus dedos totalmente trêmulos tentavam segura o celular grande de Jungkook.

Jungkook... Jungkook... Jungkook...

Era a única coisa que passava na minha cabeça. Era a única coisa que eu queria perto de mim.

E ele não estava lá.

Fechei os olhos tentando de alguma forma me acalmar.

Minha respiração parecia ficar cada vez mais escassa e isso aumentava meu desespero.

Eu estou perdido... Eu me sinto perdido...
Me sinto sem rumo, sem direção, sem ter para onde correr.

Estou apenas em um vazio, de medo e desespero.

Por que eu não podia simplesmente ter uma vida normal como a maioria tem?

Sem ao menos perceber dei um soluço e isso fez com que minha costela doesse.

Lágrimas escorriam pelos meus olhos, por todo aquele terror e agora também pela dor.

— Ei, ei... Por que você está chorando? – Abri os olhos e vi Jungkook abaixado na minha frente, um pouco ofegante.

— J-Jungkook... – Minha respiração se soltou de uma forma relaxante, e meu coração palpitou como se acalmasse ao vê-lo.

— Sua mãe...? – Ele arriscou com cuidado.

Eu concordei lentamente com a cabeça, trêmula, assim como o resto de meu corpo.

— Eu estou aqui com você... – Ele pegou seu celular e segurou minhas mãos.

Eu solucei alto tentando me acalmar e tentei apertar suas mãos quentes.

— Eu gostaria muito de te levar pra qualquer lugar longe daqui... – Ele estava com uma expressão um pouco sofrida no rosto. – Mas isso seria pior... – Ele olhou para o lado e suspirou. – Merda... – Ele praguejou baixo.

— Eu... Estou com medo... – Ele me encarou.

— Jimin... – Ele suspirou. – Está realmente difícil te ver assim. E -...

Ele parou de falar no momento em que ouvimos passos próximos e eu puxei minhas mãos rapidamente e ele me olhou sem entender.

Ele se levantou com calma e minha mãe e a recepcionista passaram uma ao lado da outra.

— Muito obrigada. – O tom de minha mãe saiu totalmente seco, por mais que ela quisesse ser simpática com a recepcionista.

Freedom  ❧  Jjk + Pjm Onde histórias criam vida. Descubra agora