Freedom ❧ Jjk + Pjm

XLIV

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Jeon Jungkook Point Of View

Meus olhos não conseguiam se mover diante da cena simples que era Jimin falando sobre algo.

Eu o olhava fascinado, observando todos os mínimos detalhes. O jeito que ele parecia animado pelo assunto, a maneira um pouco rápida como falava – por justamente ser um assunto que lhe agradava –, o brilho no olhar que tinha ao me encarar, as mãozinhas quase inquietas hora mexendo no cabelo, hora gesticulando com o nada e hora pegando o copo médio de milkshake que dividíamos.  

— Eu provavelmente deveria ter uns... 12 anos? – Fez uma carinha de duvida, olhando para cima rapidamente. – é, acho que foi com 12, quando eu fui pra casa de minha avó, passar uns dias, e amor... – Ele abriu um sorriso lindo e eu sorri também, respirando lentamente, me derretendo da maneira animada e espontânea como ele havia me chamado. – Foi uma das coisas mais bonitas que eu já vi, juro! Lá é meio que uma fazenda, então não tem muitas luzes e essas coisas, então eu consiga ver o céu todo estrelado, haviam inúmeras estrelas, muitas mesmo! Eu não consigo tirar isso da minha mente até hoje, mas infelizmente eu nunca mais consegui ver algo assim de novo. – Ele fez um pequeno bicho, e olhou para as mãos, agora em cima da mesa segurando o copo de milkshake.

— Eu gosto de te ver falando sobre algo que gosta assim, você fica tão alegre comentando sobre... – Comentei e ele pareceu levemente envergonhado, mas continuou a me encarar e não desviou o olhar, como de costume. – Acho que você nunca me falou sobre seus avós.

Ele pareceu levemente surpreso com minha fala, abrindo a boca levemente e por fim concordou: — É, verdade. – Seus lábios se transformaram um pequeno bico e sua afeição se tornou pensativa. – Pra ser sincero, eu não tive muito convívio com eles, então não tenho muitas coisas para falar. Foram poucas as vezes que eu os vi, e a única vez que eu realmente lembro foi essa. Uma das vagas coisas que eu lembro são dos meus avós discutindo com minha mãe e eu ajudando minha avó na hortinha que havia lá. – Ele abaixou o olhar e começou a brincar com seus próprios dedos e percebi que ele começou a ficar pensativo sobre o assunto. – Depois disso eu soube que meu avô morreu... – Ele deu um sorriso curto, entristecido. – E depois eu nunca mais soube nenhuma notícia da vovó. Eu falava com minha mãe às vezes sobre ela, mas ela apenas falava para eu deixar pra lá e eu... acabei realmente deixando. – Ele olhou para o copo de milkshake, passando o dedo nas gotículas de água que deslizavam sobre o plástico, com seu semblante mais sério e parecendo sentir certa culpa. – Parando pra analisar tudo isso, parece que eu sou uma pessoa horrível, deixando isso pra lá... – Ele riu nasalado, negando com a cabeça. – Ela é da família, afinal. – Ergueu seu olhar para mim e deu um sorriso fraco, sentido pelo o que falava.

— Eu acho que você não deve sentir culpa sobre isso, pelo o que eu vejo não foi algo que coube a você "decidir"... – Levei minha mão até a sua, entrelaçando nossos dedos. – Entendo a sua visão, você se sente mal por deixar isso de lado... – Olhei para nossos dedos juntos, sentido a diferença de temperatura de meus dedos para os seus, devido ao milkshake. – Mas, talvez você ainda tenha tempo de ir atrás.

— Será? – Ele perguntou curvando suas sobrancelhas momentaneamente, com um semblante triste e duvidoso.

— Eu acho que sim. Não tem como saber, se você não buscar pelas respostas. – Sorri carinhoso, o vendo suspirar profundamente e sorrir para mim, apertando meus dedos levemente.