Capítulo 29

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Por Yasmin

Passei todo o dia ansiosa. Só queria que as horas passassem rápido, para meu Leonardo chegar em casa. Depois de tê lo informado sobre uma possível viagem para casa dos meus pais, fiquei nervosa e agitada. A forma como ele falou comigo ao celular não me pareceu que ele tenha essa vontade.

Mas talvez seja só impressão errada minha. Ele tinha uma reunião e talvez só estivesse com pressa e sem tempo.

De qualquer forma, achei melhor não retornar a ligação com minha mãe até conversar com ele. Ela ficou um pouco magoada, por eu não ter contado antes, mas também ficou feliz por mim e pela possibilidade de nos vermos em breve.

Algumas lágrimas caíram após nossa conversa ao telefone. Eu sentia a falta dos meus pais. Muita. Tenho certeza que vão aprovar meu Leonardo. E caso não o aprovem, o que acho impossível de acontecer, não me importa! Eu o amo e isso basta.

O relógio estava contra minha vontade, pois as horas pareceram se arrastar.

Preparei um jantar leve e delicioso para nós dois. Às sete da noite, eu já estava pronta o esperando.

Me sentei no sofá, ouvindo um jazz baixinho ecoando pelo apartamento e bebendo um pouco de vinho tinto.

Quando o relógio indicou as oito da noite, eu já estava levemente embriagada e muito preocupada com seu atraso. Ele sempre chegava às sete e dez! Isso não era normal.

Meu coração batia aflito, eu já estava cojitando ter acontecido algo grave. Liguei para seu celular três vezes, sem sucesso!

Peguei minha bolsa e estava decidida a ir até a empresa. Quando toquei a maçaneta, ela girou e a porta abriu em minha direção.

Com o susto, caí ao chão. Talvez tenha sido o salto ou o vinho, não sei, só sei que caí de mau jeito e meu tornozelo vibrou de dor.

Ele pareceu assustado ao me ver caída ao chão e gemendo de dor, me ajudou a levantar e ficou nervoso ao ver que eu não conseguia apoiar o pé esquerdo ao chão.

Eu estava bêbada e sentindo muita dor. Meu tornozelo parecia uma bola de tênis de tão inchado.

- vou pegar uma compressa gelada pra você e vamos pro hospital! - ele informou e eu não quis me opor. Até porque a dor era intensa e constante.

(...)

Três horas depois e um pé engessado, voltamos pra casa. Definitivamente nosso jantar não seria o mesmo! O peixe com salada deu lugar à uma sopa quente e nutritiva , entregue pelo restaurante mais próximo!

Seu olhar para mim era repleto de carinho e preocupação.

-Agora me sinto muito culpado por isso! - sua voz era baixa e triste, o que me deixou mal. Ele não era o culpado. Nenhum de nós dois éramos. acidentes acontecem.

- não foi sua culpa, amor - segurei seu rosto em minhas mãos. - eu não devia ter bebido! foi um acidente idiota, não foi sua culpa. - beijei sua boca sem pressa alguma. Sua língua invadia minha boca, também sem pressa.

- Eu amo você, garota - ele sussurrou entre nosso beijo e isso me inundou de alívio. Eu amava ouvi lo se declarar para mim.

Retomamos o beijo, dessa vez mais sedento, mais intenso. Suas mãos me apertavam de forma dominadoras, mas sem me machucar.

- você precisa descansar - ele sussurrou ofegante e beijou minha testa, e então se afastou.

Continuei sentada em nossa cama, o observando encostado a parede, ao lado da porta, as mãos no bolso da calça social escura.

Suspirei me sentindo cansada. O efeito do vinho havia passado, meu corpo estava pesado e meu pé ainda doía.

- você tem razão- concordei, após um bocejo. - vem dormir comigo - chamei baixinho enquanto me aconchegava melhor na cama macia.

- preciso de um banho primeiro, minha linda, descanse, eu já volto! - ele se aproximou novamente e me deu um beijo rápido e então sorriu carinhosamente.

Ele tinha realmente razão. Eu precisava descansar. E o sono não demorou a chegar.

...

Acordei pela manhã com lindos olhos negros me observando. Não pude deixar de sorrir.

- bom dia minha linda, como se sente? - ah sua voz. Eu amo sua voz pela manhã! E a tarde, e a noite também! OK. Eu amo tudo nele.

- melhor - respondi sorridente e quando fui me esticar para espantar a preguiça, seu corpo se enroscou no meu.

Quente. Seu abraço era quente e confortador.

E então ele me beijou carinhosamente.

- não vou à empresa hoje. Vou cuidar de você! - Ele falou próximo ao meu pescoço, a respiração quente me causando arrepios, e continuou abraçado a mim.

- adorei ouvir isso! - afirmei sorridente.

Afinal o acidente serviu para algo bom. Eu passaria todo o dia com meu Leonardo.

Muitos beijos quentes depois, nos levantamos e tomamos banho juntos. Ele foi tão cuidadoso. Me ajudou em todo momento, com meu pé engessado.

A dor havia cessado, mas aproveitei meu estado para fazer um pouco de charme. Era ótimo ser paparicada! Ainda mais pelo homem que amamos.

Tomamos café da manhã tranquilamente. Depois ele me levou ao colo até a varanda e me sentou na espreguiçadeira com muito cuidado. Acho que ele me via como uma boneca de porcelana: frágil!

Ele deitou ao meu lado. Minha cabeça apoiada em seu ombro. Sua mão fazendo carinho em minha nuca. Tão bom. Tão relaxante.

- preciso ligar pra minha mãe! - lembrei de repente. Não havia como viajar dessa forma. Infelizmente teríamos que adiar esse encontro. - não posso viajar nesse estado!

- concordo. Explique à ela o que houve e diga que sinto muito - ele pediu e assim o fiz.

...

A tarde ficamos confortavelmente deitados no sofá, assistindo seriados. Gostaria que fosse sempre assim. Era muito agradável estar ao seu lado.

- acho que vou me acidentar mais vezes! - comentei brincalhona e seu olhar se fixou no meu - só pra ter sua atenção em mim redobrada!

- você já tem toda minha atenção, não precisa estar machucada! - seu semblante ficou sério e depois ele relaxou e sorriu.

- o que você pensou quando me conheceu? - quis saber. Sua expressão inicial foi de surpresa, mas depois ele me olhou fixo nos olhos e respondeu com a voz rouca e profunda.

- que você seria minha destruição!

Por essa eu não esperava! Minha expressão deve tê lo assustado, pois ele tocou meu rosto e suavizou seu olhar, e então me beijou.

Um beijo intenso e de tirar o fôlego.

- A destruição mais deliciosa que já provei! - ele completou, a voz grossa e sensual, e então me tomou em seus braços.

A Dama Do TráficoOnde histórias criam vida. Descubra agora