Capítulo 8 - "Ela quer ir embora"

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Demorou mais chegou...


Débora esperou por dois minutos quando voltou chamou...

- Victoriano... Amor... – Chamou do corredor e esperou.

Victoriano dentro do quarto soltou os lábios de Inês no mesmo instante e ela o olhou. Sussurrou.

- Débora...

Victoriano amaldiçoou aquela mulher por mil anos e olhando nos olhos de Inês falou baixinho...

- Não fale, ela vai embora! – Inês ficou tensa e soltou as pernas dele.

- Ela vai entrar aqui! – O empurrou e levantou.

- Inês? – Débora chamou na porta do quarto. – Você esta ai? – Inês sentiu o coração disparar.

Puxou Victoriano pelo braço e o prendeu no banheiro e Débora voltou a chamar por ela, Inês se olhou no espelho e tinha os lábios avermelhados dos beijos dele, passou as mãos no cabelo e foi ate a porta e depois de um suspiro abriu e deu de cara com Débora.

Débora a olhou de cima a baixo e sentiu vontade de sentar o cassete nela, mas não iria fazer isso, não agora, respirou e falou...

- Porque não esta trabalhando? Você é uma criada nessa casa, com que direito esta vestida assim e não com sua roupa de serviço? Vou falar com Victoriano assim não dá! Você não serve mais para nada e só esta aqui pra ocupar uma vaga de alguém poderia ser mais útil que você. – Quis humilhar Inês.

Inês a olhou de cima a baixou e depois de respirar falou, não iria deixar aquela songa a humilhar e deixar por isso mesmo.

- Escuta aqui senhora. – Falou com ironia. – Eu não sei o que pensa que é pra me tratar assim, só porque e casada com o dono não lhe da o direito, que fique claro que estou aqui no meu quarto é porque o seu marido permitiu, na verdade não sei o que a senhora faz aqui! – Débora não aguentou mais e falou.

- Eu sei que o meu marido esta ai dentro! – Inês ficou branca. E ela riu. – Achou que eu não sabia? Você se acha esperta né Inês mais não passa de uma simples amante! – Despejou sua raiva. – Eu sei do caso de vocês e sei também que ele nunca ira me largar pra ficar com. – A olhou de cima a baixo. – Você!

Inês tomou ar, não poderia mais voltar atrás, ela já sabia que o marido dela estava ali dentro e Inês não se sentiu no direito de falar nada. Débora tinha razão ela estava ali no papel de amante desde que deixou que ele a beijasse pela primeira vez.

- Não vai falar nada? A claro que não, você é daquelas empregadas que os patrões mantêm na casa para quando querem uma noite quem em que a mulher não o satisfaz, Victoriano tem tudo comigo mais você já deve saber que ele é um homem insaciável e precisa sempre de mais e ai que as mulheres como você entram em nossa vida! – Inês sentiu vontade de chorar mais não o fez.

- Eu não sou amante do seu marido! – Por fim falou.

E de fato Inês não era amante de Victoriano foram uns quantos beijos que ela se permitiu, ela o ama com loucura e resistir a ele era quase impossível ainda mais depois de tudo que havia contado a ele e o ataque de Loreto, era muitas coisas juntas e Victoriano era como o seu pilar a sua forçar o ter por perto a deixava tranqüila.

Dentro do banheiro Victoriano andava de um lado para o outro, ouvia a voz das duas mais não conseguia identificar o que ambas falavam e ele se preocupou porque Débora era sempre agressiva com sua morenita e ele não iria permitir que ela fosse mais uma vez grossa e inoportuna, abriu a porta e as olhou de rabo de olhou e tentou ouvir.

- Não? Como ousa jogar com minha inteligência? O que você dois estavam fazendo ai dentro do seu quarto a portas fechadas? A sim conversando sobre trabalho. – Sorriu cínica.

Inês estava nervosa mais não poderia deixar que Débora comprovasse que de fato Victoriano estava ali dentro de seu quarto e a insultasse mais, tomou forças e falou...

- O que você quer Débora? Fale logo! Uma mulher com dignidade não iria vir aqui e falar o que você falou e ficar por isso mesmo, mulheres com dignidade não aceitariam traição e você aceita com essa cara limpa, você tem um propósito nessa casa e eu ainda vou descobrir, eu posso ser a amante como você mesma diz e ele pode sim voltar para sua cama todas às noites mais eu e Victoriano temos um passado e não vai ser você vindo aqui e me dizendo essas barbaridades que vai me ofender. – Despejou, mas estava ferida com aquele rotulo.

- Falou a que é amante do meu marido. – Falou cinicamente. – Quem é você pra falar de dignidade quando se deita com um homem casado? Você esta destruindo uma família, você esta tirando o pai dos meus filhos de mim. – Tocou o ventre insinuando algo.

Inês sentiu seu corpo tremer e as mãos suar, o que ela estava querendo dizer, estaria ela grávida de Victoriano? Débora percebeu o desconforto nos olhos dela era uma cobra criada e não perderia sua mina de ouro mesmo que tivesse que inventar uma possível gravidez mais como não andava se cuidando com ele nos últimos tempos, poderia sim ser que ela estive com um filho em seu ventre naquele momento.

- A senhora já disse tudo que queria me insultou por uma coisa que eu não sou, Victoriano e eu não temos nada um com o outro, eu sou a nana das filhas dele somente isso! Victoriano não esta aqui, ele não vem ao meu quarto, ele deve estar correndo a fazenda como gosta de fazer. – Débora cruzou os braços e finalizou.

- Se você acha que vai sempre poder esconder o meu marido ai dentro do seu quarto esta enganada! Lembre-se Inês esta estragando uma família. – Ela saiu dali.

Inês se escorou na porta e respirou fechando os olhos, entrou e fechou a porta, foi ate a cama e sentou lembro do que estava acontecendo minutos atrás, abaixou a cabeça e suspirou. Ela levantou e foi ate o banheiro e abriu a porta para ele que saiu um pouco agitado, não havia conseguido ouvir nada do que elas haviam conversado.

Victoriano a segurou ela pelo rosto e a investigou o brilho nos olhos havia sumido e ele se preocupou e foi logo dizendo...

- O que aconteceu? O que ela te falou? – Ela se soltou dele.

Inês foi para o outro lado do quarto e o olhou, Victoriano retribuiu a mirada e ofegou sentindo um medo...

- Isso não pode mais acontecer! – Apontou para a cama. – Eu não vou ser sua amante Victoriano. – Os olhos se encheram de lagrimas. – E antes que percamos o resto do juízo que nos temos é melhor que eu vá embora da fazenda!

Victoriano sentiu o chão sair de seus pés e o ar faltou em seus pulmões como assim ela queria ir embora? Ele tentou se aproximar mais ela levantou a mão e ele parou, o coração acelerou e o medo de não ter mais ela em sua casa o aterrorizou.

- Você não pode me deixar! – Passou as mãos nos cabelo. – Você não pode querer ir embora, não pode me deixar de novo.

O coração dela dava saltos mais àquela situação não poderia continuar, hoje era Débora a acusando, amanha poderia ser Emiliano ou suas meninas e isso ela não iria suportar. Ser julgada por quem mais ama iria dor e iria doer muito, então era melhor cortar o mal pela raiz.

- Por favor, saia do meu quarto! – Ele tentou falar. – Não torne as coisas mais difíceis para nos dois Victoriano.

Ele sabia que naquele momento ele não poderia falar nada ou piorarias muito as coisas e ai ela pegaria suas coisas e iria embora sem olhar para trás, ele suspirou e olhando nos olhos dela, ele se virou e saiu do quarto. Encostou-se à parede do lado de fora do quarto e repetiu para si mesmo.

- Ela quer ir embora...


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