Domini

18. Férias

Sábado pela manhã. Primeiro dia de férias.

Chegou o tão esperado momento para Alex. Deitado na cama ele apenas se deixa levar pela sensação boa e libertadora de ociosidade.

Tem uma viagem programada para daqui uma semana e até lá pretende aproveitar alguns dias sem fazer nada em casa. Não ter programado absolutamente nada para o dia de hoje já está dentro do planejado descanso.

A preguiça e os pensamentos dispersos o fazem quase cochilar novamente, mas logo ele é despertado pelo som do interfone.

Sem camisa e apenas vestindo uma samba-canção de seda ele se levanta e vai atender.

- Alô.

- Bom dia, meu senhor. Desculpe incomodar. - É Luciana. Alex não a vê desde a sessão em que a amarrou na cama. Esteve muito ocupado na agência preparando tudo para sua saída.

- Oi, minha delicia. Tudo bem. Fiquei feliz em te ouvir. O que te faz ligar para seu Dom tão cedo?

- Eu estou aflita com certos pensamentos e imaginei que meu Dom pudesse me ajudar a lidar eles. Desculpe o horário, mas esperei Marcela sair de casa para poder ligar.

- Ok. Fiquei curioso. Desça até aqui. Podemos conversar.

- Obrigado, meu senhor. Estou descendo.

Alex desliga e por um momento fica intrigado com o que ela quer falar. Logo, se concentra em ir ao banheiro e depois preparar um café.

Assim que dá o primeiro gole na xícara a campainha toca. Ele atende.

Luciana está no seu estilo casual, de legging cinza, camiseta branca e um tênis esportivo. Os cabelos presos em um rabo de cavalo.

Ela apenas sorri e ele faz sinal para que entre.

- Mas me diga, minha querida. O que te incomoda? - Alex pergunta, enquanto caminha atras dela em direção a sala.

Luciana está um pouco nervosa e até apreensiva. Suas mãos estão juntas e ela se vira e o encara por breves segundos. Então responde:

- É sobre Walter. Não sei como te dizer, mas só o senhor pode me ajudar.

- Diga. Ele te fez algo de mal?

- Não... pelo contrário. Ele tem sido um fofo. Depois que nos tornamos seus subs ele está mais leve... mais feliz, até. Parece que uma pressão enorme saiu de cima dele. Não está mais tão desconfortável com a sua impotência.

- Que bom. Imaginei que aconteceria. Hoje ele tem a sua cumplicidade em aceitar isso e se livrou da dívida de ser um homem completo pra você. Mas, então, o que te aflige?

- Como posso te dizer? Bom... é a forma como eu o enxergo. Mudou tudo... Que vergonha... É que me excito em vê-lo humilhado. É isso. Gosto quando o senhor o coloca numa situação constrangedora, o ofende, o destrata... vou mais além: gosto de quando eu participo. Fico molhada quando também posso humilhá-lo. Me sinto cheia de si... e isso está me atormentando.

- Ora, ora... estaríamos assistindo o nascimento de uma Domme?? Você sabe o que é uma dominatrix, né?

- Sim, claro. Acha que estou me tornando uma?