8. A sociedade

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Deitado em seu novo sofá, Alex assiste um filme qualquer na TV. Está sem sono.

Este sábado foi particularmente intenso e ele decidiu ficar em casa e descansar esta noite.

Ainda se lembra da manhã e do almoço com Marcela. Não acredita naquilo. Realmente é uma aventura e tanto essa que está vivendo.

As palavras de Regina já o fazem rir. "Tome cuidado!", disse ela. Agora ele tem convicção que foi por puro ciúmes. Não imaginava que ela estava tão envolvida assim com ele.

Menos mal que tudo se esclareceu. Ela parece ter ficado magoada, mas é do jogo.

Nesse instante, a campainha da porta toca interrompendo seus devaneios.

Alex toma um susto e olha o horário no seu celular. São quase meia-noite. "Quem será a essa hora?", pensa.

Levanta e caminha até a porta imaginando que talvez seja Marcela, que num impulso juvenil, saiu escondida e veio continuar o que começaram.

Ou mesmo que possa ser Luciana, louca para experimentar o que ele tem para oferecer sozinho.

Ele ajeita o cabelo e abre a porta. Para sua total surpresa não é nenhuma das duas.

É o Walter.

- Boa noite, Alex. Estava indo embora da Lu e resolvi passar aqui para bater um papo. Atrapalho?

- Não, claro que não. Quer entrar?

- Se não se importa, quero sim.

Alex gesticula para que ele entre e fecha a porta não entendendo nada daquilo. Suposições vem a sua mente, do tipo "Ele gostou de pegar no meu pau e agora quer dar pra mim" ou simplesmente "Ele é um sem noção que quer fazer amigos." Seja qualquer uma das duas, Alex está pouco interessado.

- Então, esse é o ninho do garanhão.

"Garanhão?", Alex pensa.

- Sim, minha humilde casa. Quer beber algo? Uma cerveja?

- Quero sim, obrigado. - Diz Walter, enquanto se senta no sofá.

Alex busca duas garrafas long-neck e entrega uma a ele. Depois se senta em uma das cadeiras da mesa. Acha melhor não ficar muito próximo a ele. Decide ser bem objetivo:

- Mas, diga, Walter... aconteceu algo? Sobre o que quer conversar?

Walter toma um gole da cerveja, respira e fala:

- Bom, meu caro Alex... somos dois homens adultos e acho que a intimidade que tivemos já me permite ser franco.

- Sim, claro. - Agora é Alex quem toma um gole sem tirar os olhos dele.

- É sobre Luciana... e, principalmente, Marcela.

Um frio percorre a espinha de Alex. Ele nada fala e apenas aguarda que Walter continue.

- Eu te disse o quanto essas duas são importantes pra mim, né? Luciana, por ser uma mulher incrível e batalhadora, sem contar a beleza, e Marcela, por ser quase uma filha para mim. Vi essa garota crescer.

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