4*Chocolate pra apimentar a relação

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Lee Jong Suk

Depois de tudo, e de ter corado deveras, levei Chang Sun até a sua mansão na qual só estive uma vez e nunca irei esquecer.

Olho para Chang Sun no banco do carona.

É, definitivamente não vou esquecer.

—Anda logo que eu quero ir pra casa.

— Por que não fica? Podemos ter uma conversa maravilhosa, eu garanto.

Seu olhos não pareciam querer conversar.

—Não.

—Não custava tentar — deu um sorrisinho de lado. —Nunca vai me contar?

—Se eu gostasse de falar do passado teria virado professor de história e não ator — digo irritado por ele continuar a insistir nisso.

—Jong Suk... — a voz dele é tão baixa quanto um sussurro. Doce e com preocupação. Um arrepio percorre minha espinha ao encarar seus olhos negros. —O que sua irmã te fez para tratá-la daquele jeito?

—Não é da sua conta, okay. Eu não quero ser grosso, Chang Sun, você não merece esse tipo de tratamento, mas, por favor, me esquece. É o melhor. Nós dois não vamos dar certo. Eu estou quebrado e não sei se tem conserto.

A expressão dele me feriu.

—Como pode dizer algo assim sem ao menos tentar?

—Eu tentei, tentei muito! Cada santo dia eu tento deixar tudo pra trás, mas não dá! Cinco anos de tentativas e eu sequer consigo falar sobre o assunto! Estou sem esperanças.

Digo desesperado. Comecei a chorar entre uma frase e outra e nem percebi. Me sinto exausto. Quero erradicar de mim essas lembranças e ter paz.

Chang Sun segura meu rosto entre as palmas de suas mãos e usa os polegares para limpar minhas lágrimas.

—Não gosto de te ver assim mas não posso fazer o que pede. Não posso mudar o que sinto por você e não sou covarde pra tentar fugir disso.

Os lábios dele colaram nos meus por poucos segundos em um beijo casto.

—Vamos entrar.

—Chang Sun! — repreendo.

—Se for pra casa sozinho do jeito que está ficarei preocupado. Ou você fica ou eu vou junto.

Ele cruza os braços parecendo disposto a esperar todo o tempo do mundo.

—Promete que...

—Está bem, prometo que não vou tentar nada. Satisfeito? — me interrompe.

Como ele sempre consegue vencer?

.

.

.

Estou na sala que deve ser do tamanho da metade do meu apartamento. Sentado ao meu lado no sofá está Chang Sun, sorrindo vitorioso. Estou começando a odiar esse sorriso.

—Quer alguma coisa? Acabamos não comendo nada no restaurante devido aos acontecimentos.

—Estou bem.

—Tem certeza? Acho que eu ainda tenho uma caixa de bombons importados, interessado?

—Sério? — digo rapidamente. Não vou mentir, amo doces. Dae Chul vive falando que vou ter problemas comendo tanto açúcar.

Ele riu levemente, depois chamou um homem, aparentemente o mordomo, mandou este trazer algo com um nome bizarro que talvez deva ser a marca dos bombons. Sério, que nome bizarro, eu nem consigo repetir.

E poucos segundos depois, tem uma caixa de bombons grande e com o nome bizarro bem em cima e eu ainda não consigo pronunciar. Era mesmo uma marca então. Abro com uma gula acima do normal. E vai um pra dentro, depois outro e mais outro...

Quando percebo está tudo nublado.

Lee Chang Sun

Ele devora uma caixa de bombons inteira em poucos segundos e parece bem mais feliz. Na verdade ele parece feliz até demais.

Pego a tampa na caixa de bombons que recebi do meu melhor amigo à dois dias e leio o nome.

Mas que merda!

—Ji-Hoo! — grito.

Logo meu mordomo, Ji-Hoo, aparece no cômodo.

—Jovem mestre?

—Esses são os bombons que Naoki me enviou do Japão?

—Sim, senhor

Esfrego as têmporas enquanto Suk encara seus dedos tão admirado que parecia ter mini fogos de artifício estourando neles.

—São bombons de Whisky e ele comeu a porra da caixa inteira!

Estou irritado. Qual é o nível da habilidade dele de ficar alterado na minha presença? Eu lembro como a primeira vez terminou e uma segunda vez não vai ser muito melhor.

Acordar e perceber que seu parceiro fugiu não é nada bom para alegrar a manhã.

Ele tira os olhos dos dedos e os foca em mim. Oh merda, Suk lambeu os lábios.

Ele quer e quer muito.

Força Sun! Você precisa resistir ao avanço de Lee Jong Suk para amanhã não ter o risco de acordar e descobrir que ele se mudou pra Malásia.

—O-Ooi —ele sorri.

Já era, perdi essa batalha. Mas a guerra será minha.

—Vamos dormir! —digo e me levanto. Seguro a mão dele e seguimos para o meu quarto.

—Dormir?! — ele riu. —Eu quero diversão.

—Se divirta sonhando.

—De novo isso? Você corre atrás de mim feito um elefante no cio, aí quando eu te quero você foge! Se decide aí porra!

Da última vez eu não o conhecia o suficiente pra perceber, mas Lee Jong Suk bêbado é outra pessoa. Ele fica mais leve e despreocupado, como se o peso de uma imensa bagagem tivesse sido tirada de seus ombros. Além de ficar audacioso, excitado e sexy pra caralho. Estou em sérias desvantagens aqui.

Deixo Suk no meu quarto e vou tomar banho gelado pra ver se a barraca desarma. Demoro bastante na esperança de preservar o relacionamento que temos quando ele está sóbrio.

Entro no meu quarto e encontro Lee Jong Suk dormindo tranquilamente todo torto agarrado em um travesseiro. Ele devia estar realmente cansado para dormir tão rápido. Pensei que teria que lutar um pouco mais.

Visto minhas boxers e tento deixá-lo o mais confortável possível, o que foi difícil já que ele dormiu todo torto na cama. Me acomodo a seu lado e acaricio seus cabelos.

Um rosto tão belo e uma bagagem tão grande.

Dorei DoramaOnde histórias criam vida. Descubra agora