EXTRA - Tortura

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Em algum lugar na ilha do Japão, um homem é mantido cativo. Um homem que fez inúmeras vidas se perderem e muitos mais sofrerem perdas incomparáveis. Mesmo com toda essa bagagem de atrocidades, este homem não se arrepende, porém, seus atos justificam o que lhe é feito agora?

Isso não importa para Kazue. Isso não importa quando o homem em questão quase tirou a vida de seu filho amado.

Irá fazê-lo sofrer. Irá fazê-lo desejar estar morto.

Ao entrar no galpão subterrâneo sujo e úmido, não pode deixar de dar um sorrisinho diabólico.

Talvez Koyama Kazue não seja tão bonzinho quanto parece, mas o que pode-se esperar daquele que nasceu e foi criado para ser um líder? Tão diferente da criação de Chul Daizuke.

O homem, algemado e amordaçado em uma cadeira de ferro, olhou para Kazue tão assustado que ninguém diria que é um puta serial killer. Koyama iria se divertir um pouco antes de deixar sua subordinada mais qualificada, VI, cuidar do prisioneiro.

— Confortável, senhor Lee? — disse o yakuza puxando um pano branco que cobria uma mesa metálica enorme. Sobre esta, instrumentos estranhos e assustadores.

No silêncio do cômodo, pode-se ouvir Jae Woo engolir em seco.

— É bom que esteja, porque será sua única felicidade pelos dias que lhe restam e apenas eu irei decidir quando seu sofrimento acabará — Kazue removeu a mordaça do prisioneiro.

— Quem é você? O que quer? Se é dinheiro...

Koyama deixou escapar uma risada, a qual arrepiou todo o corpo de Jae Woo com medo.

— Dinheiro? Eu tenho o suficiente para comprar todas as suas posses uma porção de vezes. Não, não. Estou aqui pelo doce gosto da minha vingança — foi se aproximando aos poucos do Lee. — Quanto ao meu nome, pode me chamar de Midnight Lince, que é como os jornais me chamam.

Jae Woo gelou. Conhecia aquele codinome. Aliás, se assistisse noticiário, não havia como não conhecer. O grande líder de uma poderosa Yakuza, mas... não entendia por que estava ali preso, que tipo de vingança alguém como Midnight Lince ia querer com ele?

Novamente, Jae Woo não entende a quantidade de crueldades fez ou quantas vidas destroçou por puro capricho, muito menos arrepende-se. Não esperem que ele o faça agora, pois não acontecerá.

— Se não for suficiente, deixe-me compartilhar um pequeno segredo... Dae Chul é meu filho.

Os olhos do Lee arregalaram-se na mesma hora.

— E o que você, seu lixo, fez? Hum?

Ao não obter resposta, Kazue deu um cruzado de direita tão forte no rosto de Jae Woo que a cadeira tombou fazendo um barulho alto, que ficou ainda mais alto ecoando nas paredes mofadas do cômodo quase vazio. Tudo ali cheirava a dor e morte. Um ambiente perfeito para tirar até a sanidade restante dos inimigos de Koyama Kazue.

— Já esqueceu? — Koyama não perdeu a oportunidade de pisar no bochecha de Jae Woo com seu caríssimo sapato preto. — Deixe que eu refresque sua memória. Atirou... — pisou mais forte, mas não o suficiente para quebrar ou deslocar qualquer osso — nele. O QUE EU FAÇO? TUDO PARECE TÃO POUCO...

Depois de tirar o pé de cima da cara de Jae Woo, o yakuza colocou a cadeira do mesmo de volta a posição inicial.

— Saiba que não vai morrer até eu querer, não importa o quanto implore. Vamos nos divertir muito. Como chamava Lee Jong Suk mesmo? Docinho?

Nesse momento VI entrou no cômodo, sendo recebida com um sorriso pelo chefe.

— Atrasada, como sempre.

— Perdão, senhor.

— Não importa. VI, castre o prisioneiro e garanta que ele sinta tanta dor quanto Suk sentiu.

Assim se iniciaram as sessões de tortura de Jae Woo que duraram muitos e muitos anos.

Boatos dizem que quando tudo terminou e ele pode finalmente morrer, nem parecia que o homem ainda tinha alma.

Dorei DoramaOnde histórias criam vida. Descubra agora