29*ALGUÉM SALVA O MEU FILHO

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Lee Chang Sun

Acordo cheio de fios, tubos e coisas não identificadas grudadas no meu corpo.

Tudo dói. É como se eu tivesse sido virado do avesso, espancado e revirado à posição inicial.

Pisco com a luz e a brancura do cômodo.

Quanto tempo eu estou dormindo? Aliás onde estou?!

Movo a cabeça meio preocupado meio desesperado e identifico o que parece ser um quarto de hospital.

Um... hospital? Por que eu estou no hospital? O que aconteceu?

Perguntas enchem minha mente junto com a dor que toma meus músculos.

Havia algo importante que eu tinha que fazer. Meu coração dói e se sobrepõe a todas as outras pequenas dores. Tira sua importância. É como um punhal que me atravessa.

O sorriso deslumbrante faz um calor percorrer minhas veias como fogo líquido. Belos olhos, uma personalidade difícil. Necessidade, saudade, falta. Emoções conflitam em mim brigando por espaço, por dominância, sendo que não há como.

Eu preciso! A determinação em minha alma me assusta.

Mesmo que meu cérebro esteja grogue e bagunçado, meu coração sabe o que quer. A alma não mente.

A porta se abre e minha cabeça se vira em sua direção quase que instantaneamente.

— Mãe? — murmuro confuso.

— Ah! Bebezão! Você está... Meu Deus! Pensei que te perderia! — ela veio correndo e me abraçou apertado.

— Mãe... onde está o Suk?

Lee Jong Suk

Eu juro que busquei, do fundo do meu ser, forças para lutar contra tudo, mas apenas não era suficiente.

Me pus de pé e me afastei o máximo possível do homem.

A calma no seu olhar embrulhava meu estômago. Ele se levantou também, sem sair do lugar. Ambas as mãos em seus respectivos bolsos do terno caríssimo em cada lado do corpo.

— Some daqui antes que eu chame a polícia! — digo entre dentes, contendo-me para não esmurrar cada centímetro de Jae Woo.

— Não vai ter essa oportunidade — ele avançou sobre mim e eu recuei, colocando o sofá entre nós.

Medo. Está maior agora. Meu pai é como um monstro de um filme de terror que se alimenta disso, que precisa disso para sobreviver.

E há algo no meu medo em específico que ele não pode deixar pra lá.

Continuo mantendo o impasse ao redor do sofá até me aproximar da abertura silenciosa, na qual ele não presta atenção, chamada porta da cozinha. Sem pensar muito nesse plano doido que minha mente forma sozinho, corro pra cozinha na escuridão e pego um dos facões pendurados na parede. Viro-me em direção a porta, a postos.

É hoje que uso tudo que aprendi com as aulas de artes marciais.

Vou lutar, como Chang Sun disse.

Vejo a sombra dele na escuridão e seguro o cabo da faca com mais força. Eu não posso vacilar. Essa é a única vantagem que meu psicológico vai conseguir arranjar.

Minhas pernas estão fracas, minha cabeça dói e o sono está me afetando.

Me lanço no primeiro movimento na escuridão, faca pronta pra cortar qualquer coisa que se atreva a cruzar o meu caminho.

Dorei DoramaOnde histórias criam vida. Descubra agora