11*Tenso

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Lee Jong Suk

Seguro a maçaneta da porta com força. Se eu atravessar, terei de ir até o final e não sei se consigo.

Respiro fundo e tremo. Me sinto tão fraco sobre isso... Por que não consigo ser feliz com o cara que eu gosto? Por que eu não consigo deixar o passado de lado? Eu não quero mais pensar no que aconteceu! É tudo tão complicado!

E lá vamos nós!

Abro a porta e o encontro de cueca, deitado na cama, mexendo no celular superconcentrado. Aproveito para apreciar seu belo corpo bronzeado perfeitamente esculpido pela fresta da porta semi-aberta. Tão perfeito. Como um homão da porra desse pode estar mesmo que levemente interessado em mim? Eu! Aquele com a vida amorosa mais inexistente do show business!

"Te amo"... ele disse... mas, será que não foi só da boca pra fora? A pessoa que mais me machucou nesse mundo dizia a mesma coisa.

Olho pro chão e tomo coragem.

Entro e fecho a porta atrás de mim. Assim que o barulho do trinco soa ele vira o rosto em minha direção e joga o telefone no chão.

— Oi — ele sorri.

Coro. Estou ficando duro.

Ele levanta e anda até mim, devagar. Molho os lábios em antecipação. Ele segura meu queixo entre os dedos polegar e indicador e aproxima nossos rostos em um beijo doce. Gentil e amoroso como nunca antes.

— Vamos nos livrar dessas roupas sujas... — sussurra.

Termina de estragar minha camisa social e a separa do meu corpo, assim como minhas calças ensopadas. Acabamos ambos de cueca a poucos centímetros de distância.

Ele me avalia da cabeça aos pés e isso me deixa nervoso. Seu olhar queima em contato com a minha pele, me deixando vermelho.

— Quero te tocar e te beijar sem parar, mas tenho medo que você fuja de novo...

Ele coloca seus braços ao meu redor e me abraça. Retribuo sentindo seu calor. É tão calmo. Tranquilizador. Ficamos assim por um bom tempo, apenas sentindo a proximidade de nossos corpos e de como isso parecia certo.

Em algum momento, ele começou a me beijar, encostava nossos lábios por alguns segundos depois se afastava. Isso estava me irritando.

— Beija de verdade de uma vez!

— De verdade como? Assim?

Ele devora minha boca como se tivesse fome. Sua língua se movimentava de forma rápida e precisa, ele já conhece meus pontos fracos e abusa disso. Gemo em sua boca. Céus é tão bom!

Nos separamos e sinto que minha boca foi violada.

— Vamos estrear nossa cama nova, docinho?

Docinho...

E de repente Chang Sun não é mais Chang Sun. Ele é...

Lee Chang Sun

Jong Suk grita e me empurra com força aterrorizado acabando por cair no chão. Sua mão vai a boca como se quisesse vomitar.

— Suk, você está bem? — tento me aproximar.

— Não chegue perto de mim! Criatura repugnante! — ele grita apavorado.

— Está tudo bem... — tento acalmá-lo.

— Não! Não! Você não vai encostar em mim de novo! — ele se arrasta pra longe, olhos arregalados vidrados e corpo trêmulo. Ele não me vê mesmo que esteja olhando pra mim. Então, com quem está falando?!

Seguro suas mãos com dificuldade e as ponho no meu rosto.

— Suk, sou eu! — grito. — Sou eu! Lee Chang Sun! Por favor, volte pra mim!

Lágrimas escorrem por seus olhos e ele para de lutar. Se encolhe encostado na parede e esconde seu rosto entre as mãos.

— Me desculpa... — ele diz chorando. — Não consigo vencer essa coisa dentro de mim. Você não merece ter que aguentar isso.

Sento-me no chão e o puxo pro meu colo.

— Não decida por mim. Vamos vencer isso, Suk. Juntos.

Ele me encara com os olhos inchados ainda cheios de lágrimas.

Beijo-o levemente, com ternura. Depois faço carinho em sua cabeça até que seu corpo se tranquilize por completo.

Em seguida, um pensamento horrível passa pela minha cabeça... Será?

— Suk, você... foi estuprado?... — penso melhor. — Foi estuprado por um homem?

Ele me encara cansado.

— Fui. Mas isso não é nem um terço da história.

Dorei DoramaOnde histórias criam vida. Descubra agora