26* C A N S E I -Por Chang Sun

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Lee Jong Suk

Eu estou enlouquecendo! Já se passaram vários dias desde aquela ligação e mais nada aconteceu. Avisei Dae Chul quase no mesmo segundo que o telefone desligou e, claro, ele me assegurou, umas vinte vezes, que sabia se cuidar e que eu deveria me preocupar só comigo. Lógico que essas palavras só me fizeram mais preocupado. É o Dae Chul! Se ele falasse qualquer coisa diferente não seria ele mesmo. No fim, consegui convencê-lo a me ligar a cada hora pra me deixar tranquilo, o que ele frequentemente esquece de fazer, me deixando louco! Lembrete pra mim: matá-lo com minhas próprias mãos quando vê-lo!

Hoje é o último dia de gravação, antes do último episódio. Cara, vou sentir falta dessa equipe, mas vai ser bom ter essas mini-férias de cinco semanas até a próxima gravação. Não posso aparecer na TV, nem dar entrevistas, então seria relaxante, não fosse a sombra do meu pai rodeada de morte. Dae Chul queria arranjar um trabalho publicitário ou comercial, mas eu recusei. Quero só ter paz enquanto puder. O que não é o caso de agora, porque aquele desgraçado não me liga!

Dorei lança um episódio semanal e a partir do quinto, por fazer sucesso, começou a reprisar e antes do último planejam fazer uma maratona. A melhor parte das próximas cinco semanas vai ser ver dinheiro entrando sem fazer absolutamente nada. Difícil vai ser tirar o Chang Sun da cama sem a desculpa de ir trabalhar.

Falando nele, o desgraçado apareceu bem na hora e ao notar minha expressão de preocupação e o celular em minha mão entendeu tudo na mesma hora.

— Ele ainda não ligou? — me deu um abraço e um beijo na testa ao se aproximar.

— Não... — digo numa mistura de irritado e preocupado.

— Eu estava pensando: já que temos cinco semanas livres poderíamos viajar.

— Não. Eu não quero mais fugir. Dae Chul está em perigo por minha causa e você... — ele pôs um dedo em meus lábios pra me calar.

— Eu não estou aguentando te ver enlouquecer de preocupação. Antes você me negava e me batia, mas era melhor que todas essas feridas se abrindo uma após a outra e eu só podendo enxergá-las em seus olhos sem poder fazer nada.

Calo-me diante dessas palavras.

— Acho que sua mãe tinha razão de certo modo. Eu só vou te machucar — encaro o chão.

Ele levanta a minha cabeça com os dedos para que nossos olhos se encontrem.

— Serão minhas preciosas feridas apenas porque você as fez. Eu te amo. Vai ficar tudo bem enquanto estivermos juntos.

— Idiota... — murmuro esperando pelo beijo que não acontece por causa do telefone que toca.

— Filho da puta!!! — grito com Dae Chul.

— Eu fiquei ocupado, desculpa!

— Eu tô esperando a quase meia hora e você liga logo quando eu não queria!

— Ahhhh! Saquei — consigo ouvir a malicia em sua voz e Sun ri com a minha expressão.

— Não vem com "saquei" não, seu imbecil! E vê se não se atrasa na próxima vez! — desligo.

— Dá pra acreditar nesse cara?! — reclamo com Sun enquanto caminhamos até o carro no estacionamento. — Nem parece que foi ameaçado de morte! Às vezes acho que só eu estou surtando nessa história... — me calo com a expressão de dor de Sun. — Desculpa, não foi o que quis dizer — cala a maldita boca Suk! Como você diz algo assim pro cara que enterrou o melhor amigo ontem?!

Ele deu um longo suspiro. Permanecemos em silêncio até que um carro preto, que estava entrando, parou bem ao nosso lado. Meu sangue gelou com medo, mas meu pai estava sozinho no assento do motorista. Trajava um de seus muitos ternos caros, este preto com botões brancos, e usava óculos escuros. Ninguém diria que esse homem tem quase 50 anos, nem em um milhão de anos. Por sorte, eu não tinha uma faca, pois teria parado na garganta dele no momento em que sorriu pra nós como se nunca tivesse feito nada, quanto mais ameaçar nossas vidas.

Dorei DoramaOnde histórias criam vida. Descubra agora