32* Uma bala

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Lee Jong Suk

É chegado o grande dia do julgamento. O dia onde vou trazer a tona tudo e, se a justiça for feita, meu pai vai pagar por tudo que fez. Eu agradeço todos os dias por ele não ter conseguido liberdade condicional.

Dae Chul e Iseul disseram ter tudo pronto. Não sei o que conseguiram, mas parecem bem mais confiantes que eu. Iseul disse que até o promotor mais idiota do mundo conseguiria colocar meu pai na cadeia com as provas que ela e o maridinho querido dela conseguiram juntar e me pediu pra não chorar ou ela choraria também. Nala também virá, já que é testemunha do crime mais recente. Ao menos por esse espero que ele cumpra pena. Ao menos um entre muitos. Min-Hee provavelmente aparecerá também, ela não sossegaria sem escarrar toda sua dor sobre o desgraçado e não a censuro. A dor de perder um filho deve ser incomparável.

Sun não vai testemunhar, não há provas do envolvimento do meu pai no acidente dele, mesmo que eu saiba que é o culpado, mas prometeu (mesmo de muletas) estar presente pra me apoiar. Ele disse que nunca mais eu precisarei me preocupar com a falta dele. Uma promessa tão boba e ao mesmo tempo tão fofa, carregada de sentimento por aquele sorriso idiota dele que me derrete toda vez. Por que tipo de retardado eu me apaixonei?

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— Está tudo pronto! Só entre lá e atue confiante! — disse Chul na sala de espera, Iseul, ao seu lado, parecendo adorável em seu terninho preto. Logo, logo, será o julgamento pelo qual esperei tanto e um frio na barriga é inevitável. Se ele for declarado inocente, eu serei o defunto na capa do jornal em alguns dias. Jae Woo com certeza não evitaria se vingar. — Hey! Olhe pra mim! — obedeço. — Ele não vai sair impune! Tenha fé na habilidade da melhor advogada da Coréia de reunir provas! — Iseul pareceu levemente vermelha com o elogio. Incrível como em quase dois anos de casamento ela ainda não se acostumou com a natureza bajuladora de Dae Chul.

— Não é nada fácil, ainda mais sabendo que minha mãe está aqui pra negar tudo.

— Você duvidava que ela viesse? Pelo menos a cobra da mãe do Sun está do lado certo...

Ri sem humor.

— Eu quis ter fé que ela poderia ter mudado depois de tanto tempo.

— Aquilo é tão ruim que se tivesse que escolher entre o céu e Jae Demônio Woo, ela desceria pro inferno naqueles tobogãs de parque aquático!

Ele recebeu um pescotapa da esposa assim que a frase saiu.

— Tenha modos! Você é tão delicado quanto um elefante dançando balé!

— Tudo bem, já estou acostumado a esse cabeça oca venenoso.

E chega finalmente a hora. Entro de cabeça erguida, Dae Chul e Iseul atrás de mim, e vamos a nossos devidos lugares.

— Silêncio! O tribunal está em seção! — quando o juiz bateu o martelo me senti num filme e, como nestes, terei que usar de toda minha habilidade como ator para me manter firme e inabalável.

Os advogados de defesa são convocados, sim, "os", minha mãe não poupou dinheiro mesmo contratando dois advogados bem-conceituados no ramo pra defender o próprio satanás... ou não, vai que satanás se ofende. Eles discursam mentiras ridículas que me irritam num nível surreal. Sem pensar, viro meu rosto a Sun que me encara preocupado, as muletas descansando ao lado de sua poltrona. Ao encontrar meus olhos, faz um coração com o polegar e o indicador e mexe os lábios lentamente, sem fazer som, dizendo: vai ficar tudo bem. Aceno com a cabeça meio envergonhado. Voltando para frente, os advogados dão desculpas esfarrapadas e devo dizer que eles são bons, o que me deixa ainda mais temeroso. O olhar do monstro se vira em minha direção e seus lábios se esticam em um sorriso que diz: você está morto.

Dorei DoramaOnde histórias criam vida. Descubra agora